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Aécio retoma tese "puro-sangue", mas Serra rejeita vice

A possibilidade voltou a ser cogitada no PSDB diante da pressão com a chapa Eduardo Campos e Marina Silva, do PSB


	Serra e Aécio: som a estratégia, Aécio atrelaria Serra à campanha e teria chance concreta de conquistar o máximo de votos possíveis em São Paulo, seu maior desafio nas eleições
 (Antonio Cruz/ABr)

Serra e Aécio: som a estratégia, Aécio atrelaria Serra à campanha e teria chance concreta de conquistar o máximo de votos possíveis em São Paulo, seu maior desafio nas eleições (Antonio Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2013 às 10h30.

Brasília - O senador Aécio Neves (MG), provável candidato do PSDB à Presidência da República em 2014, autorizou seus aliados a intensificarem negociações para a construção de uma chapa tucana puro-sangue com o ex-governador José Serra.

A possibilidade, categoricamente descartada por Serra, voltou a ser cogitada no PSDB diante da pressão com a chapa Eduardo Campos e Marina Silva, do PSB.

Serra, que participou de reuniões políticas na quinta-feira, 17, em Brasília e deu declarações como se fosse ele o candidato à Presidência, descartou a possibilidade de ser vice de Aécio, como desejado pelo grupo mineiro. Rechaçou, inclusive, ocupar a cabeça da chapa tendo o mineiro, que atualmente preside o PSDB, na vice.

"Delirar é livre. A gente pode aqui especular sobre qualquer assunto. Mas não faz sentido", respondeu Serra quando questionado sobre a possibilidade de uma chapa puro-sangue.

O ex-governador disse que não abandonou a política e que tem a garantia do próprio Aécio, "falando como presidente do PSDB, e não como candidato", que a definição sobre a escolha do nome (para a sucessão presidencial) só ocorrerá em março. "Portanto, está tudo como era antes", disse.

Serra tem lutado para que sejam realizadas prévias para a escolha do candidato que vai enfrentar Dilma Rousseff, e também agora a dupla formada pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva.


O ex-governador disse que não se surpreendeu com a mais recente pesquisa Datafolha, na qual aparece com 20% das intenções de voto, numa simulação de disputa com Dilma e Marina. "Já tinha tudo isso presente. Não é nada novo. E isso tudo numa semana de pico do Eduardo Campos e da Marina."

Solução interna

De acordo com informações de tucanos, Aécio Neves tem trabalhado para tornar Serra o vice na chapa do PSDB. Com a estratégia, avaliam os aliados do mineiro, ele atrelaria Serra à campanha e teria chance concreta de conquistar o máximo de votos possíveis em São Paulo.

O maior desafio para Aécio é justamente São Paulo. Em Minas Gerais, o tucano espera obter votação recorde. Se alcançar votação expressiva nos dois maiores colégios eleitorais do País, o PSDB garantiria a ida ao segundo turno, provavelmente contra a presidente Dilma Rousseff, líder nas pesquisas.

Mas, de acordo com informações de tucanos, as chances de a negociação prosperar são baixíssimas diante da resistência de José Serra, que esboçou forte reação contra a ideia ontem ao ser abordado pela reportagem no plenário do Senado.


Sem aposentadoria

Contrariado, Serra assumiu de novo uma postura de candidato e, como tal, fez vários ataques ao governo de Dilma Rousseff. Reiterou que a situação no PSDB não está definida e que não abandonou a política, ao contrário do que muitos pensavam que aconteceria. Para aliados de Serra, apesar de a maioria do PSDB dar como certa a candidatura de Aécio, ele permanecerá à espreita caso o mineiro desista de concorrer em 2014.

A rejeição à vice tem sido também incentivada pelo grupo serrista. O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) disse que essa hipótese está descartada. "Posso garantir que o Serra não será vice. Isso não foi pensado, não foi negociado, não foi falado. Ele é candidato a presidente. E espera pelo momento da definição", afirmou o senador, que ontem recebeu Serra em seu gabinete, ao jornal O Estado de S. Paulo.

Do lado de Aécio - que controla os diretórios nacional e estaduais - busca-se uma saída para o impasse entre os dois. Com poucas condições de vê-lo na vice, o plano B seria convencer Serra a disputar o Senado ou a Câmara e, ao mesmo tempo, ser uma espécie de coordenador do programa de governo dos tucanos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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