Petrobras: críticas afirmam que a corrupção estaria enriquecendo os escritórios que representam os réus da Lava Jato (Paulo Whitaker/Reuters)
Da Redação
Publicado em 13 de março de 2015 às 21h04.
São Paulo - A Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB-SP) e o Movimento de Defesa da Advocacia (MDA) estão repudiando críticas veiculadas na imprensa de que a categoria estaria se beneficiando da corrupção que assola o País, enriquecendo os escritórios que representam os réus da Operação Lava Jato, que apura os desvios ocorridos na Petrobras.
"Ficamos perplexos com isso porque está havendo uma confusão entre a figura do advogado e seus clientes. O advogado não defende a corrupção e não defende o crime, ele atende pessoas acusadas por terem praticado, eventualmente, delitos", diz Marcelo Knopfelmacher, presidente do Movimento de Defesa da Advocacia (MDA).
Reportagem publicada por uma revista semanal, no início desta semana, contribuiu para acirrar o debate e gerar as manifestações das entidades. O presidente da OAB de São Paulo, Marcos da Costa, disse, em nota, que é equivocada e injusta a ideia de que a advocacia poderia se favorecer do ambiente nefasto de corrupção que tanto mal tem causado ao Brasil.
"A advocacia tem servido à Nação, não apenas nas causas individuais, onde exerce a missão de promover o direito de defesa do acusado, independente de sua condição social ou do crime que lhe é imputado, mas também na defesa social dos valores republicanos e do Estado Democrático de Direito", destacou. Ainda sobre a matéria veiculada na imprensa com alusões sobre eventuais benefícios financeiros que escritórios de advocacia estão tendo com a proliferação dos escândalos de corrupção no País, o presidente do MDA destacou: "O dia em que o Brasil entender que o direito de defesa é tão importante quanto a liberdade de imprensa, caminharemos para uma elucidação mais serena para esse que é o maior câncer que enfrenta nossa nação: a corrupção."