São Paulo – A presidente Dilma Rousseff convocou um batalhão de advogados para defender sua chapa com o vice Michel Temer (PMDB) da ofensiva que o PSDB trama pela anulação das eleições do ano passado. As informações são da coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo.
Liderada por Aécio Neves (PSDB), a oposição contesta as contas da campanha da petista. O grupo argumenta que o pagamento de propina por parte das empreiteiras em forma de doações eleitorais configurariam abuso do poder político e econômico e, dessa forma, as eleições de 2014 deveriam ser anuladas.
Segundo a coluna, o grupo será liderado por Flávio Caetano, coordenador jurídico da campanha da petista, e terá duas funções básicas: uma é evitar uma possível reversão do resultado das votações de outubro passado junto à Justiça Eleitoral.
A outra é analisar profundamente as contas de Aécio como candidato, em busca de irregularidades. As contas do tucano ainda não foram analisadas pelo TSE e serviriam de carta na manga, em caso de processo aberto contra ela.
Caetano já teria deixado suas funções no Ministério da Justiça nesta segunda-feira para se dedicar à missão.
- 1. Voto a voto
1 /7(REUTERS/Nacho Doce)
São Paulo - Vinte e cinco anos depois da primeira eleição após a Ditadura Militar, o Brasil experimentou uma corrida eleitoral repleta de
elementos inéditos até o último minuto - literalmente. Morte de um presidenciável, reviravoltas nas pesquisas e nas urnas, além da eleição mais apertada da História do país: a
eleição 2014 termina com um saldo expressivo de fatos inéditos. A trajetória do desempenho dos candidatos desde 1989 nas pesquisas de intenção de votos e nas urnas é uma prova disso. Compare a seleção feita por EXAME.com com base nos dados do
Datafolha e do Tribunal Superior Eleitoral das últimas sete eleições presidenciais.
2. Eleições de 1989 2 /7(Juliana Pimenta/EXAME.com)
A primeira eleição presidencial por voto direto após 29 anos foi marcada por reviravoltas e ataques – bem aos moldes do que foi o pleito deste ano.
A princípio, o pleito era polarizado por Leonel Brizola (PDT) e o líder sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em abril daquele ano, o então quase desconhecido Fernando Collor de Melo (PRB), passou a liderar as pesquisas de intenção de voto e Lula caiu para a terceira posição.
O petista se recuperou nas sondagens e, em uma disputa apertada, foi para o segundo turno com o alagoano, que começou a campanha na frente.
Ao longo da corrida presidencial, no entanto, a diferença entre os dois se estreitou – na mesma medida que o tom dos ataques aumentou, em especial no último debate entre os dois candidatos.
Collor foi eleito com 53,3% dos votos válidos contra 46,97% de Lula.
3. Eleições de 1994 3 /7(Juliana Pimenta/EXAME.com)
Anunciado em fevereiro de 1994, o Plano Real foi o capital político que garantiu a eleição no primeiro turno para o presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Desde a década de 70, os brasileiros experimentavam no bolso os efeitos da hiperinflação. Para se ter uma ideia do impacto da medida, 1994 teve uma inflação média de 916%. Em 1995, a taxa caiu para 22,4%. Veja o
sobe e desce da inflação desde os anos 1980.
4. Eleições de 1998 4 /7(Juliana Pimenta/EXAME.com)
Assim como em 1994,
Fernando Henrique Cardoso foi reeleito em 1998 ainda no primeiro turno. Lula, que tentava a presidência pela quarta vez, não passou de 30% das intenções de voto durante todo o período de campanha eleitoral. Na votação final, terminou com 31,7% dos votos válidos, enquanto FHC venceu com 53%. O terceiro lugar ficou com Ciro Gomes (PPS) com 10,9% dos votos.
5. Eleições de 2002 5 /7(Juliana Pimenta/EXAME.com)
Com a saída de Fernando Henrique Cardoso,
José Serra foi escolhido o novo candidato do
PSDB para concorrer à presidência da República. Logo na primeira pesquisa eleitoral, em dezembro de 2001, Lula (PT) já aparecia com boa vantagem: 36% contra 11% de Serra. Naquele momento, o segundo lugar era de Ciro Gomes, do PPS, que tinha 16%. Anthony Garotinho (PSB) também aparecia bem colocado na disputa, com 11% dos votos. Serra, Garotinho e Ciro Gomes passaram toda a campanha do 1º turno brigando pelo segundo lugar. Lula liderava com tranquilidade. Em setembro e em outubro, Lula chegou a ter 49% das intenções de voto e uma eleição em primeiro turno parecia possível.
Na votação do primeiro turno, Lula acabou ficando com 46% dos votos válidos e José Serra com 23%. Na campanha para o segundo turno,
Lula liderou todo o tempo e venceu a disputa com 61% dos votos contra 39%.
6. Eleições de 2006 6 /7(Juliana Pimenta/EXAME.com)
Durante um primeiro governo marcado pelo estouro de escândalos de corrupção, aliados de Lula chegaram a sugerir que o presidente renunciasse ao cargo. Ele resistiu à ideia e acabou sendo reeleito com ampla vantagem sobre o adversário, Geraldo Alckmin (PSDB). Além dos ataques dos adversários, o então candidato petista teve que encarar mais denúncias de escândalos envolvendo membros de seu governo e do PT. Entre elas, estava a tentativa de compra de um dossiê antitucano.
* Gráfico atualizado no dia 28/10 às 9h para corrigir informação. Uma versão anterior trazia o nome de José Serra no segundo turno em vez de Geraldo Alckmin.
7. Eleições de 2010 7 /7(Juliana Pimenta/EXAME.com)
As eleições de 2010 ficaram marcadas pela saída de Lula do poder e pela eleição da primeira mulher presidente do Brasil. No começo do ano, em março de 2010,
Dilma Rousseff , ainda desconhecida da maior parte dos eleitores, estava em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto. José Serra (PSDB) liderava com 39% dos votos, Dilma tinha 29% e
Marina Silva (no PV) tinha 9%. Em agosto, no entanto, Dilma já liderava as pesquisas e se manteve nesta posição até o final do primeiro turno. Em seu melhor momento, em setembro, chegou a ter 57% das intenções de voto - o que a faria ser eleita no primeiro turno. A votação para o primeiro turno terminou com o placar assim? Dilma 46,9%, Serra 32,6% e Marina 19,3%. No segundo turno, a candidata petista enfrentou José Serra e levou a disputa com 56,05% dos votos válidos.