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Advogado nega delação que envolve membro da Fifa

Defensor garantiu que José Massih não tinha relação nenhuma com a venda de ingressos


	Ingresso para um jogo da Copa do Mundo 2014
 (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Ingresso para um jogo da Copa do Mundo 2014 (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2014 às 20h58.

Rio - Depois de o delegado responsável pela investigação do escândalo da venda ilegal de ingressos da Copa, Fábio Barucke, da 18ª DP do Rio (Praça da Bandeira), afirmar que o advogado José Massih disse nesta quinta-feira, em troca de sua liberdade, o primeiro nome do membro da Fifa que fornecia os ingressos, o advogado do preso negou a história.

O defensor Luis Davanzo garantiu que seu cliente não tinha relação nenhuma com a venda de ingressos.

"Ele não é cambista", afirmou o advogado sobre Massih, que era empresário do jogador Elano. A polícia investiga se o preso teria indicado o nome correto ou estaria somente tentando sua liberdade a qualquer custo, por meio da delação premiada.

O advogado nega: "Ele sequer conhecia os demais presos, só o Fofana".

As investigações da polícia civil do Rio, apontam como suposto líder do esquema o franco-argelino Lamine Fofana, de 57 anos, preso na operação Jules Rimet, na terça-feira, que tinha trânsito livre pela Fifa.

Braço direito do empresário, José Massih, que havia sido preso em São Paulo, prestou depoimento nesta quinta no Rio.

Segundo Davanzo, não existe relação profissional entre seu cliente e Fofana. "Foi somente um negócio, a transferência de Denilson para o futebol árabe, em 2006", disse.

Mas, no site de uma das empresas de Fofana, a Atlanta Sportif - no qual o franco-argelino aparece em fotos com Joseph Blatter, Ricardo Teixeira, Pelé, Ronaldo e muitos outros -, José Massih é descrito como advogado do "Time Executivo" da companhia, da qual Fofana é o CEO.

Sabe-se até agora que o integrante da Fifa é um homem, estrangeiro, que estava ou está - afinal, pode já ter fugido do País - hospedado no hotel Copacabana Palace, onde está a chamada "Família Fifa", a cúpula da entidade.

"Se ele ainda não foi embora, acho que o fará. Com toda a repercussão do caso e as prisões. Mas ainda tenho esperanças de prendê-lo", disse o promotor Marcos Kac, da 9ª Promotoria de Investigação Penal, que comandou a operação junto com a polícia.

O membro da Fifa seria sócio de Fofana em uma de suas empresas.

Inicialmente, a polícia previa um potencial de lucro da quadrilha, que atuou nas últimas quatro Copas do Mundo, de R$ 200 milhões só nesta edição do Mundial, mas as investigações já apontam para algo entre R$ 300 e 500 milhões.

"A suspeita é de que o dinheiro esteja fora do Brasil, inclusive porque os volumes movimentados eram enormes", disse o delegado Barucke.

Fofana tem sua empresa registrada em Genebra, que é beneficiada por amplos benefícios fiscais. O Banco Central não localizou conta bancária do franco-argelino no Brasil.

A polícia civil do Rio agora também investiga a Match, única empresa autorizada pela Fifa para venda de pacotes de ingressos e camarotes da Copa do Mundo.

Além do integrante da Fifa, a investigação aponta agora para mais um integrante da quadrilha: um membro da Match, empresa ligada ao sobrinho do presidente da Fifa, Joseph Blatter.

O delegado que investiga o caso criticou o sistema de distribuição de tíquetes da Fifa.

"O sistema mostra que não existe controle sobre os ingressos e isso, de alguma forma, pode criar brechas que podem ser aproveitadas por pessoas dentro da Fifa", disse Fábio Barucke.

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