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Adversários acusam PSDB paulista de favorecer Doria nas prévias

Os adversários dizem que a distribuição das urnas na eleição interna do próximo domingo privilegiou militantes da capital, administrada por Doria

Doria: "Há uma sub-representação no interior", disse Pesaro (Adriano Machado/Reuters)

Doria: "Há uma sub-representação no interior", disse Pesaro (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de março de 2018 às 18h58.

Os adversários do prefeito João Doria nas prévias que definirão o candidato tucano ao governo de São Paulo acusam o diretório estadual da legenda de favorecê-lo na disputa. A direção do partido nega.

O cientista político Luiz Felipe d'Ávila e o secretário estadual de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro, que disputam a vaga, dizem que a distribuição das urnas na eleição interna do próximo domingo privilegiou militantes da capital, administrada por Doria, em detrimento do interior do Estado.

"Há uma sub-representação no interior, houve claramente uma tendência de ampliar o poder da capital. Isso está claríssimo. Foi uma estratégia construída com consentimento da Executiva", disse Pesaro.

Segundo o secretário-geral do PSDB de São Paulo, César Gontijo, serão colocadas 73 urnas em cidades do interior e outras 58 em diretórios zonais da capital - onde Doria tem mais força política. "Não é verdade que está havendo favorecimento. O diretório está agindo de forma totalmente igualitária", declarou. Ele afirmou que o partido colocou urnas nos locais onde há mais de 95 mil habitantes, e isso engloba todos os diretórios zonais do município.

Luiz Felipe d'Ávila disse que militantes do PSDB com cargos públicos na Prefeitura da capital estariam sendo "constrangidos" pelo grupo do prefeito. "Há uma pressão enorme para que não sejam realizados debates", disse d'Ávila.

Ainda segundo o cientista político, Doria está fazendo "um teatro" ao não assumir publicamente sua pré-candidatura. "Vai ter outro teatro hoje", disse. Nesta segunda-feira, aliados do prefeito levarão até à sede do partido cerca de 1,5 mil assinaturas de apoio à pré-candidatura de Doria. Em seguida, deve haver uma reunião da direção do partido para definir os detalhes do pleito.

A expectativa é que Doria apareça e admita pela primeira vez que está na disputa. Correligionários do prefeito mobilizam militantes para o encontro.

No mesmo horário da reunião do partido, os outros três pré-candidatos (Pesaro, d'Ávila e o ex-senador José Aníbal) fazem um debate em uma universidade da capital paulista.

Na última sexta-feira, Aníbal acusou João Doria de agir para que um dos debates entre os pré-candidatos não fosse realizado na capital. O encontro foi cancelado. Doria negou ter atuado nesse sentido.

De acordo com o presidente do Diretório Municipal do PSDB, vereador João Jorge, aliado de Doria, seria "impossível" realizar debates em todos os municípios do Estado. "Você já imaginou se cada diretório nos 645 municípios de São Paulo quiser fazer um debate? É insano", disse.

O secretário-geral do partido no Estado afirmou ainda que pelo menos um debate deve ser organizado oficialmente pelo diretório antes de domingo.

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