Brasil

Ação não planejada da PM levou à morte de menina no Rio

A hipótese foi levantada por parentes dela, que foram recebidos, nesta quarta-feira (5), pelo secretário estadual de Direitos Humanos, Átila Nunes

a menina foi baleada dentro de sua casa, invadida por um PM que se protegia do tiroteio (Ricardo Moraes/Reuters)

a menina foi baleada dentro de sua casa, invadida por um PM que se protegia do tiroteio (Ricardo Moraes/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 5 de julho de 2017 às 22h53.

A falta de planejamento de operação policial levou à morte da menina Vanessa Vitória dos Santos, de 10 anos, baleada na terça-feira (4), em tiroteio entre PMs e traficantes, no Complexo do Lins.

A hipótese foi levantada por parentes dela, que foram recebidos, nesta quarta-feira (5), pelo secretário estadual de Direitos Humanos, Átila Nunes.

"O entendimento nosso é que determinadas operações acabam se mostrando equivocadas. Pelo relato deles [da família] não foi uma operação planejada. Foi uma ação isolada, partindo de quem estava ali na ponta. Não me pareceu que foi uma operação planejada. Uma coisa é o decidido na cúpula da Secretaria de Segurança. Agora, ao chegar lá na ponta, em quem está trabalhando em situação de total estresse, é lógico que pode haver falhas. E quando um policial está dentro de uma comunidade, o erro dele pode ser a vida de uma criança", disse Átila.

O secretário de Direitos Humanos considerou inaceitável o episódio da morte de Vanessa, baleada dentro de sua casa, invadida por um PM que se protegia do tiroteio. Ele recebeu o pai da vítima, Leandro Monteiro, e a tia da garota, Tatiana Lopes.

"O episódio da menina Vanessa certamente não nos parece aceitável. Não se pode entrar dentro da residência de uma pessoa sem ordem judicial. Uma casa em uma favela é uma residência como em qualquer bairro do Rio de Janeiro. A casa foi invadida, na prática, em uma troca de tiros. E obviamente isso não pode ser aceito. Entendemos que houve ali um procedimento completamente equivocado", disse Átila.

Durante o tiroteio, o subcomandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) foi ferido no ombro. Os policiais alegam que foram recebidos a tiros, quando faziam patrulhamento na comunidade.

Secretaria de Segurança

O secretário estadual de Segurança, Roberto Sá, manifestou-se em nota e determinou que as polícias do estado, notadamente a Polícia Militar, que detém a atribuição do policiamento ostensivo, revejam procedimentos, aperfeiçoando suas normas internas sobre operações, tanto planejadas quanto emergenciais.

"A preservação da vida e da dignidade humana, bem como a valorização profissional e a ação qualificada, são parte do planejamento estratégico da Secretaria de Segurança", disse Sá.

Segundo o secretário de Segurança, a política nunca foi a do confronto, porém ele disse que a polícia do Rio apreende 8 mil armas de fogo por ano, aproximadamente 24 por dia.

"Uma política nacional de segurança eficaz passa prioritariamente pelo combate ao uso, comércio ilegal e o tráfico de armas de fogo de uso restrito, principalmente os fuzis", disse Sá.

Acompanhe tudo sobre:CriançasFavelasMortesPolícia MilitarRio de Janeiro

Mais de Brasil

STF diz que foi afetado por apagão global, mas que principais serviços já foram restabelecidos

Governo diz que 'apagão cibernético' não afetou sistema Gov.br e outros sistemas

Entenda por que terremoto no Chile foi sentido em São Paulo

Mais na Exame