Flávio Dino, futuro ministro da Justiça no governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (Fabio Rodrigues Pozzebom/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 26 de dezembro de 2022 às 10h42.
Última atualização em 26 de dezembro de 2022 às 10h53.
Flávio Dino, futuro ministro da Justiça no governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva, reforçou as críticas aos acampamentos montados em frente a quartéis Brasil afora, sobretudo em Brasília. Dino concedeu entrevista na manhã desta segunda-feira ao canal GloboNews, comentando as reações à tentativa de atentado perpetrada no fim de semana na capital federal.
De acordo com a Polícia Civil, o paraense George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos, planejou um atentado a bomba em uma estrada de acesso ao Aeroporto Internacional de Brasília. Ainda segundo a Polícia Civil, Sousa afirmou ser apoiador do presidente Jair Bolsonaro e disse que planejou o atentado no acampamento montado em frente ao quartel do Exército, na capital federal.
"A constituição define o direito de reunião, mas sem armas. Não estamos mais no uso de um direito, mas no abuso. O investigado afirma que obteve explosivos no acampamento ao redor do quartel", afirmou Dino. "Temos uma situação ilegal de modo cabal. Esperamos que ao longo dessa semana as autoridades tomem as providências. Se não tomarem, a nova equipe governamental o fará no dia 1".
O futuro ministro disse ainda que "estamos diante de um esconderijo de pessoas que estão com más intenções no perímetro de segurança das Forças Armadas, o que põe em perigo as próprias Forças Armadas".
Dino agradeceu o trabalho feito pela Polícia Civil do Distrito Federal nos últimos dias, e disse que as investigações continuarão, mas afirmou que o crime de terrorismo é de competência federal. "Estamos esperando o que fará o ministro da Justiça e a Polícia Federal até o dia 31", disse. Dino afirmou ainda esperar a tomada de providências pelas Forças Armadas nos próximos dias, ainda antes da posse de Lula. "Temos que tomar medidas para a segurança do presidente eleito, mas não podemos e não vamos substituir as autoridades no poder", afirmou.
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"Não há dúvida no futuro governo que a lei deve ser cumprida. Não é uma escolha. É uma imposição legal. Esperamos que o processo de desocupação prossiga no entorno do quartel", afirmou à GloboNews. Dino disse ainda que crimes ligados a terrorismo não são passíveis de anistia, e que serão apurados com rigor no futuro governo. Segundo ele, Sousa não é um "lobo solitário", e suas conexões serão apuradas.
"Nunca vimos isso na Constituição brasileira, de pessoas querendo impedir a posse de modo violento", disse. "Essa gente está mal intencionada e não voltará magicamente à normalidade após o dia primeiro de janeiro", completou. "Todos esses acampamentos serão alvo de investigação".
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