Brasília - O presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu Guillo, sugeriu nesta quarta-feira, 4, que pode haver um agravamento da seca no semiárido nordestino este ano.
Ao participar de audiência das Comissões de Meio Ambiente (CMA) e Infraestrutura (CI), Guillo também citou estratégias que têm sido discutidas com o governo de São Paulo para evitar o racionamento de água na região.
Segundo o presidente da ANA, quase 50% dos reservatórios localizados no semiárido contam hoje com menos de 30% da capacidade.
"Há uma situação que merece um acompanhamento de toda sociedade brasileira, pela sua gravidade, no semiárido. Os reservatórios não foram plenamente recuperados", afirmou.
Guillo destacou que a situação no semiárido tende a se agravar caso as previsões meteorológicas se confirmem.
"Os órgãos de previsão meteorológica têm apontado da formação do El Niño, que tem como consequência mais direta a não ocorrência de chuvas no semiárido. Se o El Niño vier a se formar, pode significar que teremos um 2014, 2015 no semiárido brasileiro com ausência de chuvas, o que demandaria aí um cuidado ainda muito maior por parte de todos os atores envolvidos, sejam municipais, estaduais ou federal", avaliou.
Cantareira
O presidente da ANA também disse considerar grave a situação no complexo de reservatórios Cantareira, que abastece a região metropolitana de São Paulo.
Ele explicou que, se a decisão do governo for a de não fazer racionamento, apostando em chuvas na região no final do ano, e não chover o necessário, a água será insuficiente e terá de ser utilizado mais ainda do volume morto do reservatório.
"Temos apresentado a proposta de que a nossa retirada do Sistema Cantareira tem que ser uma função da quantidade de água que chega. Se chega mais água, você pode retirar 21 m3/seg ou mais. Porém, se continuar até novembro o fenômeno meteorológico climático de chegada de água muito menor, precisaremos reduzir a quantidade de água ofertada de tal maneira a chegarmos a esses 50 milhões de metros cúbicos em novembro", destacou Guillo.
Não é só porque o Sistema Cantareira, de São Paulo, entrou em colapso que é preciso economizar água. É importante praticar o consumo consciente em qualquer condição de oferta, em todos os períodos do ano. Só assim poderemos garantir o suficiente, para todos, para sempre. Os dados sobre a quantidade de água no planeta são alarmantes. E a economia de água é capaz de fazer coisas que você nem imagina. Veja a seguir fatos e dicas do Instituto Akatu sobre a água da Terra.
2. Terra, planeta água? 2 /10(Divulgação)
Provavelmente, você já ouviu dizer (ou falou por aí) que a Terra é o planeta água. O problema é que 97,5% da água do planeta é salgada. Apenas 2,5% é doce e a maior parte dela está aprisionada em aquíferos subterrâneos e geleiras. Não bastasse só existir 2,5% de água doce, só 0,26% dessa água da Terra está disponível em lagos, reservatórios e bacias hidrográficas, mais acessíveis ao homem. Isso significa dizer que apenas 0,0065% da água na Terra é doce e está disponível para consumo.
3. E se toda a água da Terra coubesse em um balde de 10 litros? 3 /10(Getty Images)
Há uma forma de exemplificar muito bem como existe pouca água doce disponível no planeta. Se toda a água da Terra coubesse em um balde de 10 litros, a água doce disponível seria o equivalente a apenas 13 gotas. Isso não inclui a água do mar, mas a que bebemos todos os dias e que usamos para cozinhar e tomar banho, por exemplo.
4. Quanto ao consumo das 13 gotas 4 /10(sxc.hu)
O consumo dessas 13 gotas de água do balde de 10 litros vem crescendo mais que o número de habitantes do planeta. Entre 1900 e 2000, a população mundial aumentou 3,6 vezes (de 1,65 bilhão para 6 bilhões de pessoas), enquanto o consumo de água cresceu dez vezes (de 500 km3 por ano para aproximadamente 5.000 km3 por ano). Além disso, problemas como concentração de distribuição, dificuldade de acesso, poluição, desperdício nas redes, mau uso em excesso e (por conta disso tudo) aumento de custo para distribuição são motivos pelos quais é preciso encontrar alternativas sustentáveis aos atuais modelos de produção e de consumo.
5. Volume de água X acesso à água 5 /10(sxc.hu)
A grande lacuna na disponibilidade de água quase nada tem a ver com escassez, isto é, com falta de água no sentido estrito do termo. Um exemplo é a Indonésia, um dos seis países com maior disponibilidade de água no mundo, onde o volume disponível é superior a 13 mil metros cúbicos de água por pessoa. No entanto, um quarto da população não tem acesso à água potável. Países com altas taxas de desigualdade social (que são formados por grandes cidades nessas condições) repetem o mesmo modelo. O Brasil não foge disso.
6. Um Masp de água 6 /10(Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)
#1MASPdeÁgua: alguns minutos a menos durante o banho fazem toda a diferença na economia de água. Se em um dia todos os brasileiros diminuírem em 5 minutos o tempo de banho, será possível economizar 150 vezes o volume de um Masp, o Museu de Arte de São Paulo.
7. Dois meses sem pagar a conta 7 /10(sxc.hu)
Se uma família diminuir o tempo de banho em apenas cinco minutos, economiza uma conta de água inteira em apenas cinco meses. No ano, seria como passar dois meses sem pagar a conta de água.
8. Para encher a máquina de lavar 8 /10(Getty Images)
Fechar a torneira enquanto escova os dentes e usar a água somente para enxaguar a boca pode fazer muita diferença. Em apenas cinco dias, é possível economizar água suficiente para abastecer uma lavagem completa da máquina de lavar.
9. Um dia e meio das Cataratas do Iguaçu 9 /10(Wikimedia Commons)
Os benefícios de fechar a torneira para escovar os dentes não param por aí. Se todos os habitantes do Brasil fecharem a torneira ao escovar os dentes, a água economizada durante um mês equivalerá a um dia e meio do volume de água que cai nas Cataratas do Iguaçu.
10. Pinga-pinga da torneira X viagem 10 /10(sxc.hu)
A torneira pingando ao longo de um ano desperdiça pelo menos 16 mil litros de água limpa e tratada. Isso custa cerca de R$ 1.200,00 em sua conta de água. Parece melhor consertar o pinga-pinga e usar o dinheiro do desperdício para fazer uma viagem, por exemplo.