SOLDADOS EM COPACABANA: Forças Armadas terão mais de 22.000 homens em esquema de segurança das Olimpíadas / Ricardo Moraes/ Reuters
Da Redação
Publicado em 5 de agosto de 2016 às 05h51.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h25.
A Brigada de Infantaria Paraquedista possui um histórico de atuação notável, como as missões de paz de Moçambique, do Timor Leste e do Haiti. A partir desta sexta-feira, os 2.215 militares dessa unidade de elite vão somar mais uma operação no currículo ao se juntarem aos outros 19.810 homens das Forças Armadas convocados para garantir a segurança do Rio de Janeiro durante os Jogos Olímpicos.
A segurança na capital fluminense, com 3,7 homicídios por dia só no mês de junho, era uma exigência para a realização dos Jogos. Assim como a despoluição da baía de Guanabara e os banheiros da delegação australiana, o combate ao crime organizado também foi negligenciado. A solução foi usar 5.000 homens a mais do exército, marinha e aeronáutica do que os britânicos usaram nas Olimpíadas de 2012, em Londres.
Mesmo com tropas espalhadas pela cidade, tanto nas arenas de competição como em locais de grande concentração de público, os atletas estrangeiros ainda recebem recomendações como evitar usar celular em público, não ir até as favelas, avisar outras pessoas antes de sair da Vila e não andar pela cidade em grupos compostos apenas por mulheres.
Se a segurança, mesmo com os militares, não deve ser um primor — o time chinês de basquete, por exemplo, ficou no meio de um tiroteio na Linha Amarela ontem —, a esperança de uma imagem melhor das Forças Armadas estará nas competições.
Dos 475 atletas do Time Brasil, 145 possuem alguma patente militar. Yane Marques, porta-bandeira na Cerimônia de Abertura e uma das favoritas ao pódio no pentatlo, é terceiro-sargento e o time de judô é composto 100% por membros do exército. Comparativamente, os Estados Unidos, dono da maior delegação com 552 atletas e de forças 4 vezes maiores que as nossas, possui apenas 13 atletas militares — e nenhum deles com grande destaque. Números que provam, mais uma vez, o heterodoxo jeito brasileiro de organizar estes Jogos.