Protesto em 2016 a favor do impeachment de Dilma Rousseff (Igo Estrela/Getty Images)
Luiza Calegari
Publicado em 19 de setembro de 2017 às 12h57.
São Paulo - A nova pesquisa eleitoral da Confederação Nacional do Transporte (CNT) também abordou questões mais amplas do espectro político do país.
Os brasileiros entrevistados pela CNT se mostraram informados sobre a vida política do país, especialmente em relação à Lava Jato e à crise política.
No entanto, grande parte dos entrevistados não sabia do que se tratava a reforma política, que está sendo debatida pelo Congresso.
A pesquisa ainda mostra que praticamente não há confiança no governo Temer, mas que as pessoas desistiram de protestar porque perderam a esperança em soluções de curto prazo.
Em relação às manifestações, 91% dos entrevistados disseram não ter participado de ato político no país desde 2013, e 9% participaram. Entre esses que foram às ruas, 45,3% apoiaram o impeachment de Dilma Rousseff; 28,2% defenderam a ex-presidente; e 23,8% protestaram por razões que não tinham a ver com o impeachment.
Sobre as intenções de participação em protestos contra o governo Temer, 67,7% afirmaram que não devem sair às ruas, e outros 30,8% disseram que têm intenção.
A pesquisa também perguntou sobre os motivos pelos quais os protestos contra a corrupção diminuíram após a saída de Dilma, apesar da intensidade das novas denúncias contra o governo.
As respostas mostram que a desesperança e uma forte sensação de incerteza pesaram mais do que eventuais pontos positivos da agenda do novo governo na diminuição dos protestos.
Para 50,3% dos entrevistados, não há esperança nos atuais políticos; para 25,4%, falta perspectiva de mudança no curto prazo. 16,3% disseram que só tinham ido protestar para tirar o PT do poder, e outros 3,9% alegaram que hoje há menos motivos para protestar.
Quase 80% dos entrevistados afirmaram acompanhar a operação Lava Jato pelos meios de comunicação (em outra pergunta, descobre-se que 51,8% se informam pela TV; 39,4% pela internet; e 3,4% por jornais).
O índice de aprovação da operação é de 78,5%; outros 9,3% desaprovam, e 7,7% são indiferentes. Indo um pouco mais fundo, para 54% dos entrevistados, a Lava Jato está beneficiando o Brasil; para 24%, não está beneficiando nem prejudicando; e para 15,9% a operação está, sim, prejudicando o país.
A grande maioria dos brasileiros, 54% dos entrevistados, disse não saber que há uma reforma política tramitando no Congresso. A proposta discute novos modelos eleitorais e precisa ser aprovada ainda neste mês para valer para o próximo pleito, em outubro de 2018.
Quando informados pelos pesquisadores, 74% dos entrevistados disseram que preferem que os candidatos sejam eleitos pelos votos obtidos diretamente; 3,7% acham que eles devem ser eleitos pela soma dos votos do partido, e 15,4% por uma combinação das duas formas.