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À CPI, Youssef detalha esquema de repasses a políticos do PP

O doleiro esclareceu que passava recursos para lideranças do PP que então repassavam o dinheiro a parlamentares do partido


	Doleiro Alberto Youssef: "era feita uma lista com os nomes", relatou
 (REUTERS/Rodolfo Buhrer)

Doleiro Alberto Youssef: "era feita uma lista com os nomes", relatou (REUTERS/Rodolfo Buhrer)

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Da Redação

Publicado em 11 de maio de 2015 às 13h27.

São Paulo - O doleiro Alberto Youssef esclareceu nesta segunda-feira, 11, aos integrantes da CPI da Petrobras que o ouvem em Curitiba, que passava recursos para lideranças do PP que então repassavam o dinheiro a parlamentares do partido.

"A maioria não estive com eles (pessoalmente). Era feita uma lista com os nomes", relatou o doleiro.

Perguntado quem eram as lideranças partidárias que recebiam diretamente os valores, Youssef disse que foram vários, mas que se lembrava de João Pizzolatti, Nelson Meurer e Mario Negromonte.

Youssef também confirmou que houve um jantar com diversos parlamentares do PP para agradecer ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa pelos resultados na campanha de 2010.

O doleiro foi questionado pelo deputado Julio Delgado (PSB-MG), que disse querer separar o joio do trigo. Delgado relatou que há deputados do PP que alegam ter visto Youssef e Costa apenas nesse jantar e que não sabiam do esquema de corrupção operado por eles.

Youssef disse também que ele operou doações legais a partidos e candidatos. Segundo Youssef, as empresas envolvidas no esquema faziam doações oficiais a partidos e comitês de campanha e apresentavam o valor a ele para descontar do montante que seria cobrado em propina referente a contratos fechados com a Petrobras.

"Eu fiz doação oficial e descontei daqueles contratos, das propinas", relatou Youssef. Ele disse ter operado nesse sentido principalmente para o PP.

Youssef afirmou também que apenas parte desse mecanismo passava por ele, mas que era um procedimento comum que também passava por outros operadores.

Perguntado por parlamentares se o esquema poderia passar por remessas internacionais, disse que ele não operava tal mecanismo no exterior, mas que empresas provavelmente fizeram também esse caminho, por terem operações fora do País e ser uma forma de esconder os repasses.

Ameaças

Youssef afirmou que ele e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa não usavam de ameaças ou ameaças veladas para cobrar propinas atrasadas de empresas fornecedoras da estatal.

"Os pagamentos eram acertados antes, então era cobrado de forma normal, nunca teve nenhum tipo de ameaça", disse a deputados.

Pressionado pelo deputado Aluisio Mendes (PSDC-MA), que chegou a chamar Youssef de bandido nos questionamentos, Youssef apenas baixou o tom de voz e repetiu que a cobrança, em caso de atrasos no repasse de desvios, era feita de maneira "normal", às vezes por ele, às vezes por Costa e às vezes pelos dois juntos.

Carceragem

O doleiro Alberto Youssef desconversou quando questionado por integrantes da CPI da Petrobras sobre o momento de fúria, quando quebrou um vidro da carceragem de Curitiba em outubro.

"Foi uma questão pessoal minha num momento com o advogado", respondeu sem dar mais detalhes na oitiva realizada na capital paranaense.

Depois de oito meses preso, Youssef se descontrolou em uma discussão e quebrou o vidro de um dos parlatórios da carceragem. Na ocasião, a defesa disse que foi uma reação pessoal e que o doleiro estava com a saúde debilitada.

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