12% dos brasileiros não tomariam vacina contra covid-19, diz pesquisa
Instituto Ipsos ouviu 20 mil pessoas em 27 países. De acordo com o estudo, o principal motivo para não tomar é o medo dos possíveis efeitos colaterais
Estadão Conteúdo
Publicado em 1 de setembro de 2020 às 16h44.
Última atualização em 1 de setembro de 2020 às 18h39.
Aproximadamente três em cada quatro adultos no mundo aceitariam tomar uma vacina contra a covid-19 caso ela já estivesse disponível, diz pesquisa do Instituto Ipsos divulgada nesta terça-feira, 1º. A pedido do Fórum Econômico Mundial, o Ipsos ouviu quase 20 mil adultos em 27 países.
Entre os países, o Brasil é o segundo com maior fatia de cidadãos dispostos a receber o imunizante, com 88% de respostas afirmativas, perdendo apenas para a China (97%).
Em termos mundiais, entre aqueles que não aceitariam receber a vacina neste momento, 56% alegam preocupação com os efeitos colaterais, enquanto 29% questionam a eficácia. Os outros 15% correspondem a diferentes razões, como oposição a vacinas em geral e falta de tempo para comparecer a um centro de saúde.
No caso do Brasil, 63% dos resistentes à profilaxia alegam preocupação com os efeitos colaterais e 21% têm dúvidas em torno da eficácia.
Disponibilidade em 2020
Nos 27 países em que a pesquisa foi feita, 59% duvidam que uma vacina contra a covid-19 seja ofertada ainda neste ano. Entre os brasileiros, 51%, por outro lado, esperam um imunizante antes mesmo do fim de 2020.
No Brasil, o Instituto Butantan desenvolve uma vacina, em parceria com o laboratório Sinovac, e prevê que a primeira fase de imunização comece em dezembro deste ano.
Testes no Brasil
Atualmente quatro vacinas estão em fase de testes clínicos no Brasil e são feitas pelos laboratórios: Sinovac (China), AstraZeneca (Inglaterra), Johnson & Johnson (Estados Unidos) e outra de uma parceria entre Pfizer (Estados Unidos) e BioNTech (Alemanha).
A chamada fase 3, clínica, é realizada em um grande número de pessoas para testar a segurança e imunização. As fases anteriores são feitas em animais e em humanos, mas em uma quantidade muito pequena.
A chinesa e a britânica foram as primeiras a começar os testes em todo o mundo e são consideradas as mais promissoras até o momento. O governo de São Paulo, por meio do Instituto Butantan, vai financiar toda a produção da vacina do laboratório Sinovac.
Já o Ministério da Saúde aposta na vacina britânica. Quase 2 bilhões de reais foram reservados para a produção e imunização da população. Todo o processo será feito pela Fiocruz.