8 políticos que pegaram carona em jatinhos e helicópteros
Paulo Bernardo, Wagner Rossi e José Sarney são os nomes citados recentemente
Da Redação
Publicado em 23 de agosto de 2012 às 20h42.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h31.
São Paulo - Vários casos de políticos que viajaram em jatos particulares vieram à tona neste ano. No centro do debate está o conflito de interesses que esse tipo de carona pode gerar. Há políticos, como o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, que são amigos de empresários e não veem nenhum problema nesses relacionamentos. Os novos casos revelados envolvem os nomes de Paulo Bernardo e Wagner Rossi. Já o flagrante envolvendo José Sarney é um pouco diferente. O presidente do Senado utilizou um helicóptero da Polícia Militar do Maranhão. Relembre, nas próximas páginas, os casos mais recentes que envolveram políticos.
São Paulo - O presidente do Senado, José Sarney, usou uma aeronave da Polícia Militar do Maranhão para fazer dois passeios particulares neste ano, segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo. Segundo o jornal, o político usou o helicóptero para viajar até a ilha de Curupu, onde tem uma casa, acompanhado por um empresário que tem contratos milionários no estado. A Folha afirma que o senador chegou a atrasar o atendimento de um homem com traumatismo craniano socorrido pela PM para utilizar o helicóptero da corporação. A assessoria de José Sarney informou que o senador tem "direito a transporte de representação em todo o território nacional", e que Sarney viajou na aeronave através de convite da governadora do estado, Roseana Sarney, que é sua filha.
São Paulo - Segundo a revista "Época", parlamentares disseram ter visto o ministro Paulo Bernardo utilizando um avião da empreiteira Sanches Tripoloni, que tem obras com o governo federal, durante as eleições do ano passado. Na ocasião, Bernardo era ministro do Planejamento no governo Lula e auxiliava a campanha da esposa Gleisi Hoffmann ao Senado. O atual ministro das Comunicações disse neste semana, em nota, que utilizou aeronaves de "várias empresas" durante a campanha eleitoral de 2010, mas não se lembra dos "prefixos e tipos, ou proprietários dos aviões".
São Paulo - O então ministro da Agricultura Wagner Rossi admitu ter usado avião da Ourofino Agronegócio em duas viagens em 2010. A empresa, segundo o jornal "Correio Braziliense", tinha interesses no ministério e ligações com o ministro e sua família. O episódio, somado a denúncias de irregularidades na pasta, levou Rossi a renunciar ao cargo.
São Paulo - Em junho deste ano, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), viajou na aeronave de Eike Batista até Porto Seguro (BA) para a festa de aniversário do empresário Fernando Cavendish, dono da Delta Engenharia. O caso veio a público por causa do acidente com um helicóptero que transportava passageiros do aeroporto para o local da festa, em um resort em Trancoso. A namorada do filho de Cabral, Mariana Noleto, de 20 anos, é uma das sete pessoas que morreram. Deputados estaduais do Rio de Janeiro estão cobrando explicações ao governador Sérgio Cabral, que concedeu benefícios fiscais às empresas do grupo EBX. Na eleição do ano passado, Eike Fuhrken Batista doou, como pessoa física, R$ 750 mil reais à campanha de reeleição de Cabral.
São Paulo - Os ex-governador de Minas Gerais e atual senador pelo PSDB, Aécio Neves, usou um jato da Banjet Táxi Aéreo durante a campanha ao Senado na última eleição. A empresa tem como sócio Oswaldo Borges da Costa, nomeado por Aécio para presidir a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas.
São Paulo - O governador do Ceará, Cid Gomes, já se envolveu em pelo menos duas polêmicas por causa de viagens em aeronaves cedidas por empresários. O caso mais recente aconteceu em janeiro deste ano quando foi aos Estados Unidos a bordo de um jato de Alexandre Grendene para passar uma semana de férias. O executivo é dono de uma das maiores fábricas de calçados do Brasil e possui três unidades no Ceará, onde recebe incentivos fiscais. A Grendene doou cerca de R$ 1 milhão de reais para a campanha à reeleição do governador. Como pessoa física, o empresário ainda doou R$ 300 mil reais para Patrícia Saboya, ex-mulher de Ciro Gomes (PSB), se eleger deputada estadual. A outra polêmica aconteceu durante a campanha à reeleição, quando Cid Gomes foi acusado pelos opositores de viajar com a família para Nova York numa aeronave da Construtora CHC.
São Paulo - Durante campanha à reeleição, no ano passado, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), utilizou um avião do empresário João Carlos Cavalcanti, bilionário do setor de mineração. Cavalcanti, que tem negócios no interior da Bahia e é muito ligado ao governador, anunciou em maio deste ano a sua decisão de filiar-se ao PT.
São Paulo - No dia 4 de maio deste ano, o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), utilizou um helicóptero particular para ir a São Paulo participar de uma reunião com executivos do banco de investimentos BTG Pactual e fazer exames médicos no Hospital Albert Einstein. O caso veio a público após a aeronave Bel 206 Jet Ranger, prefixo PP-JFR, fazer um pouso forçado no aeroporto Campo de Marte por causa de uma pane elétrica. Na ocasião, a assessoria de impensa do governador não esclareceu quem pagou pelo frete do helicóptero.