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79% dos brasileiros não lembram em quem votaram para o Congresso

Brasileiro não lembra nome de quem votou em 2014, mas — em teoria — sabe o que quer para 2018

Eleitor vai às urnas em Belém (PA) (Tânia Rêgo/Agência Brasil/Agência Brasil)

Eleitor vai às urnas em Belém (PA) (Tânia Rêgo/Agência Brasil/Agência Brasil)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 17 de janeiro de 2018 às 17h12.

Última atualização em 17 de janeiro de 2018 às 17h37.

São Paulo – A maior parte dos brasileiros sofre de um mesmo mal depois das eleições: amnésia pós-pleito. Segundo sondagem da empresa de pesquisas Ideia Big Data, 79% dos eleitores do país não se lembram nos candidatos em que votaram para o Congresso Nacional em 2014.

Apenas 15% deles afirmam que acompanham o desempenho dos parlamentares que ajudaram a eleger.

“A crise de representatividade é um problema global, mas isso é uma coisa muito brasileira”, afirma Maurício Moura, presidente da Ideia Big Data.

Os números foram apresentados hoje em um evento do Brazil Institute do Wilson Center em Washington, nos Estados Unidos, que contou com a presença do presidente da Câmara, Rodrigo Maia -- um dos aspirantes à disputa presidencial neste ano. 

Para 84% dos entrevistados pela pesquisa, os membros do Congresso não representam o povo brasileiro e, para 73%, eles não trabalham em prol dos interesses da nação.

Por outro lado, a população parece dividida com relação aos resultados das próximas eleições. Para 35%, o Congresso eleito em 2018 será melhor do que a formação anterior, para 39% não haverá qualquer diferença e para 26%, será pior.

De qualquer forma, a maior parte dos eleitores apontam características ligadas à honestidade e transparência como essenciais para um bom candidato no próximo ano. Segundo Moura, essa é a primeira vez que esses atributos dominam o perfil ideal de candidato.

“Esse é um dos maiores legados da operação Lava Jato do ponto de vista de opinião pública. Honestidade virou um diferencial”, diz em entrevista a EXAME.

Nesse ponto, segundo a sondagem, os novatos na política podem sair em vantagem: 10% dos entrevistados apontam que não ter um passado na política é um atributo valioso para o próximo pleito. Agora, se esse grupo vai chegar até lá é outra história. (Leia também: 2018, o ano da renovação política no Brasil? Provavelmente não)

A Ideia Big Data ouviu 5.003 pessoas em 37 cidades do Brasil. A margem de erro é de 1,95% para mais ou menos.

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