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71% dos que aprovam Bolsonaro esperam ser vacinados no primeiro semestre

Pesquisa EXAME/IDEIA mostra que otimismo em relação à imunização é maior entre aqueles que aprovam a maneira do presidente de governar

Foto: Isac Nóbrega/PR (Isac Nóbrega/Flickr)

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GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 29 de dezembro de 2020 às 18h32.

Última atualização em 29 de dezembro de 2020 às 18h36.

Entre os brasileiros que aprovam o governo do presidente Jair Bolsonaro, a maior parte, 71%, acredita que a vacinação contra a covid-19 começa ainda no primeiro semestre de 2021. A confiança é maior na parcela de apoiadores do presidente. Entre os que desaprovam o governo, 67% acreditam que a imunização deve começar até junho, e entre aqueles que nem aprovam e nem desaprovam, o otimismo é de 69%.

Os dados são da última pesquisa exclusiva EXAME/IDEIA, projeto que une EXAME Research, braço de análise de investimentos da EXAME, e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. O levantamento ouviu 1.200 pessoas entre 14 e 17 de dezembro. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Clique para acessar o relatório completo.

Nos números gerais da pesquisa, mesmo sem ter uma data exata para o início da vacinação contra a covid-19, 69% dos brasileiros acreditam que a imunização vai começar no primeiro semestre de 2021. Uma parcela menor (25%) considera que só terá uma campanha de imunização no segundo semestre, e 3% acham que somente em 2022.

“Quase 70% esperam receber a vacina ainda no primeiro semestre. Nesse grupo a maioria aprova o governo federal. Portanto, vale acompanhar a correlação entre a expectativa da vacina e avaliação presidencial em 2021”, diz explica Maurício Moura, fundador do IDEIA.

Nessa mesma rodada da pesquisa EXAME/IDEIA, a aprovação do governo do presidente Jair Bolsonaro se manteve em 35%, mesmo número registrado no começo de dezembro. Já a desaprovação caiu de 38% para 37%, oscilando dentro da margem de erro, que é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Aqueles que nem aprovam e nem desaprovam somam 26%.

Vai e vem de falas de Bolsonaro

Nos últimos dias, o presidente Jair Bolsonaro fez diversas declarações sobre a vacinação contra a covid-19. No sábado, 26, demonstrou que não se sente incomodado pelo fato de as campanhas internacionais já terem sido anunciadas sem que haja prazos locais. “Ninguém me pressiona para nada”, garantiu, enquanto circulou por cerca de duas horas em Brasília.

No dia seguinte mudou a fala e disse que tem pressa sim, e que não está interferindo na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Temos pressa em obter uma vacina, segura, eficaz e com qualidade, fabricada por laboratórios devidamente certificados. Mas a questão da responsabilidade por reações adversas de suas vacinas é um tema de grande impacto, e que precisa ser muito bem esclarecido”, afirmou o presidente por meio de redes sociais.

Na segunda-feira, 28, Bolsonaro mudou de tom mais uma vez, e disse que o laboratório é que deve “ir atrás” para vender a vacina ao país.

Quando começa a vacinação?

No Brasil, o Ministério da Saúde ainda não sabe quando o Programa Nacional de Imunização contra a covid-19 vai começar. Mas o governo federal fala que há uma previsão de iniciar no primeiro trimestre de 2021.

No meio de dezembro, o Ministério da Saúde apresentou um primeiro documento, chamado de Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19, que prevê uma estratégia em duas fases: o planejamento e a vacinação em si. O que foi apresentado era apenas o planejamento, sem datas.

Segundo o plano, o governo federal já garantiu 300 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 por meio de três acordos, com a AstraZeneca, Covax Facility e Pfizer. Há ainda negociações com outros laboratórios:

  • Fiocruz/AstraZeneca: 100,4 milhões de doses até julho de 2020 e mais 30 milhões de doses por mês no segundo semestre);
  • Covax Facility: 42,5 milhões de doses;
  • Pfizer: 70 milhões de doses ainda em negociação
  • Instituto Butantan/Sinovac e farmacêuticas Bharat Biotech, Moderna, Gamaleya e Janssen – solicitadas informações de preços, estimativa e cronograma de disponibilização de doses, dados científicos dos estudos de fase I, II e III.

(Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil)

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