Vacinação em São Paulo. (Eduardo Frazão/Exame)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 16 de julho de 2021 às 07h00.
Última atualização em 16 de julho de 2021 às 13h19.
No dia 7 de julho o Brasil alcançou um recorde ao aplicar em apenas um dia 1,6 milhão de doses de vacina contra a covid-19, segundo o Ministério da Saúde. O número é muito superior ao registrado no início da imunização, quando eram aplicadas aproximadamente 300 mil doses em 24 horas. E essa percepção de que a vacinação, de fato, acelerou nos últimos 30 dias é sentida por 59% dos brasileiros.
O dado é da mais recente pesquisa EXAME/IDEIA, projeto que une EXAME e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. A sondagem ouviu 1.258 pessoas entre os dias 12 a 15 de julho. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Clique aqui para ler o relatório completo.
-O avanço na imunização foi sentido justamente pela parcela da população que está recebendo a primeira dose, ou a de dose única no caso da vacina da Janssen, neste momento. Entre aqueles com idade entre 35 e 44 anos, 64% acham que a velocidade está maior. Na faixa etária entre 18 e 24 anos, esse número é de 55%.
Nesta sexta-feira, 16, a maior cidade do país, São Paulo, aplica a vacina contra a covid-19 em pessoas com 35 anos. A partir de segunda-feira, 19, começa a imunização para quem tem 34 anos completos.
Apesar do avanço na proteção dos brasileiros contra o coronavírus, para 47%, o aumento da velocidade não influenciou positivamente a avaliação do governo do presidente Jair Bolsonaro. Entre os entrevistados pela pesquisa EXAME/IDEIA, 24% dizem que o ritmo de aplicação da vacina melhorou a percepção sobre o governo.
Maurício Moura, fundador do IDEIA, explica que mesmo que a imunização tenha ganhado fôlego, o histórico de atrasos não é esquecido pela população. "Em termos positivos, há uma sensação estabelecida de que a vacinação acelerou. Porém, como prevíamos, o presidente não potencializou sua popularidade em função disso porque houve uma frustração causada pela demora da chegada da vacina", diz.
Para 51%, o governo do presidente Jair Bolsonaro é ruim ou péssimo. Na sondagem feita há uma semana, este número estava em 57%, o mais alto desde o começo do mandato, em 2019. Os que avaliam o governo como ótimo ou bom saíram de 20% para 26%. Os que avaliam como regular eram 22% na pesquisa do dia 8 de julho, e agora são 20%.
Moura explica que a hospitalização do presidente foi o que influenciou positivamente a avaliação do governo. “Percebemos uma sensação mais positiva dos entrevistados em função da internação do presidente. Vale ressaltar que os chefes de Estado quando hospitalizados melhoram sua popularidade. Exemplos recentes são o Boris Johnson, no Reino Unido, e o próprio Donald Trump, que apesar da derrota na eleição, subiu nas pesquisas quando teve covid-19", diz.
Segundo o levantamento feito pelo consórcio de imprensa, 32.116.110 pessoas já receberam as duas doses da vacina contra a covid-19 - ou de dose única - e estão totalmente protegidas. Este valor é a soma dos 26 estados mais o Distrito Federal e equivale a 15,77% da população brasileira.
Os dados são compilados pelo consórcio de imprensa que reúne UOL, Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo, G1 e Extra.
Contando apenas a primeira dose, 86.332.655 de pessoas já foram imunizadas, o que corresponde a 40% da população. O total de doses aplicadas passa de 118 milhões.
O Ministério da Saúde comprou mais de 600 milhões de doses de vacinas covid-19, com previsão de serem entregues até o fim do ano. Deste total, já foram enviados aos estados 74,9 milhões de doses da AstraZeneca/Fiocruz, 57,2 milhões da Coronavac/Instituto Butantan, 16,3 milhões de Pfizer/BioNTech, e 4,7 milhões da Janssen.
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