55% dos brasileiros não confiam em Bolsonaro, diz pesquisa CNI/Ibope
A desaprovação da forma de governar do presidente atinge metade da população e supera a aprovação já fora da margem de erro
João Pedro Caleiro
Publicado em 25 de setembro de 2019 às 16h08.
Última atualização em 25 de setembro de 2019 às 17h20.
São Paulo - 55% dos brasileiros não confiam no presidente Jair Bolsonaro , de acordo com pesquisa Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada nesta quarta-feira (25).
A taxa, que era de 45% em abril, foi para 51% em junho e agora atinge 55%. Já a porcentagem dos brasileiros que confiam no presidente foi de 51% para 46% entre abril e junho e agora está em 42%.
A margem de erro é de dois pontos percentuais, para cima ou para baixo. Foram ouvidas 2 mil pessoas em 126 municípios entre os dias 19 e 22 de setembro. O levantamento anterior foi feito entre 20 e 26 de junho.
A avaliação de que o governo é bom/ótimo era de 35% em abril, caiu para 32% em junho e agora está em 31%. Já a avaliação de ruim/péssimo foi de 27% em abril para 32% em junho e 34% atualmente.
Metade da população brasileira desaprova a forma de Bolsonaro governar, uma taxa que era de 40% em abril, foi para 48% em junho e agora atinge 50%.
Enquanto isso, a porcentagem dos que aprovam sua condução foi de 51% em abril para 46% em junho e agora está em 44%. A desaprovação já supera a aprovação, portanto, fora da margem de erro.
Região e educação
A popularidade varia de acordo com a região. 47% dos nordestinos avaliam o governo Bolsonaro como ruim ou péssimo e apenas 20% consideram ótimo ou bom.
Na comparação com junho, os residentes da região Sul apresentam a maior variação na avaliação: a taxa de ótimo/bom foi de 52% para 35% no período enquanto taxa de ruim/péssimo foi de 18% para 28%.
A popularidade do presidente também caiu no Sudeste, onde está atualmente em 32%, mas aumentou no Norte e Centro-Oeste, onde está em 39%.
Os jovens entre 16 e 24 anos são o grupo para o qual a aprovação do governo apresentou maior queda entre junho e setembro: o percentual de avaliação ótimo/bom foi de 32% para 24%.
Entre aqueles com idade entre 45 e 54 anos, a queda foi de 34% para 29% no período. Nas outras faixas, a variação ficou dentro da margem de erro.
37% daqueles com ensino superior consideram o governo bom/ótimo, taxa que cai para 30% entre aqueles com até a quarta série do ensino fundamental.
Expectativa e áreas
A pesquisa mostra que a expectativa da população para o futuro do governo Bolsonaro caiu, mas dentro da margem de erro.
37% esperam que o resto do mandato seja bom/ótimo enquanto 31% esperam que seja ruim/péssimo, com 27% esperando um resto de mandato regular.
A queda foi puxada pelas mulheres. Para elas, a perspectiva de o restante do governo ser ótimo ou bom caiu de 34% para 30% entre junho e setembro, enquanto entre os homens permaneceu em 44%.
As áreas mais bem avaliadas do governo são, na ordem, Segurança pública (51%), Educação (44%), Combate à inflação (42%) e Meio ambiente (40%).
As ações e políticas do atual governo com maiores taxas de reprovação são, na ordem, Impostos (62%), Taxa de juros (61%), Combate ao desemprego (59%) e Saúde (58%).
A desaprovação subiu em áreas como meio ambiente, de 45% para 55% entre junho e setembro, e combate à fome e à pobreza, que foi de 51% para 57% no período.