Governo retoma Renovabio e agrada setor sucroenergético
A meta para 2023 é evitar as emissões de 37,47 milhões de toneladas de carbono na atmosfera
Repórter de Agro
Publicado em 27 de abril de 2023 às 11h33.
Última atualização em 27 de abril de 2023 às 11h40.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou nesta quarta-feira (26) a retomada do Renovabio, a Política Nacional dos Biocombustíveis, cujo objetivo é fomentar a maior utilização de fontes sustentáveis, como etanol, biodiesel e biometano.A meta para 2023 é evitar as emissões de 37,47 milhões de toneladas de carbono na atmosfera. "Com a nova regra, vamos fortalecer o maior Programa de Descarbonização do Mundo", afirmou o ministro em rede social.
Para retomar a política, será reestruturado o Comitê RenovaBio, mediante a nova composição dogoverno federal e seguindo a estratégia de transversalidade entre diferentes ministérios que se enquadram nesta Política Nacional de Biocombustíveis, a exemplo das pastas de Agricultura e Meio Ambiente.
"Com isso, o MME poderá finalmente dotar o Comitê RenovaBio da melhor gestão, incluindo as pastas que ficaram de fora da composição inicial, mas cuja participação é fundamental em função do caráter transversal dessa política", afirma o MME em nota.O RenovaBio, promove a maior utilização de biocombustíveis. Entre eles, o etanol, biodiesel, biometano e diesel verde.
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Prazos dos CBios
Com o novo decreto, foi restabelecido o prazo de 12 meses para a comprovação do cumprimento das metas anuais pelas partes obrigadas. Para o ministro Alexandre Silveira, “a alteração a partir de 2024 concede previsibilidade aos distribuidores que são a parte obrigada do Programa RenovaBio e respeita a segurança jurídica”.
Isso também contribui para os Créditos de Descarbonização, os CBios, segundo o Ministério de Minas e Energia. "O mercado ficará novamente sincronizado em termos de emissão, oferta e cumprimento da meta dentro do mesmo ano civil, conferindo a previsibilidade e fortalecendo a estabilidade de regras ao fixar os prazos originais para comprovação das metas da política", esclarece a pasta.
Apenas acomprovação de atendimento à meta individual, referente ao ano de 2022 até 30 de setembro de 2023, fica mantida. Além da manutenção do prazo até 31 de março de 2024 para a meta de 2023. Nos anos subsequentes, o governo estipula que a comprovação seja feita dia 31 de dezembro de cada ano, e não mais 31 de março.
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Avaliação do setor sucroenergético
A retomada do Renovabio e dos CBios diz respeito diretamente ao setor sucroenergético. Para Luís Roberto Pogetti, presidente do Conselho da Copersucar, a iniciativa do MME dá credibilidade ao Brasil no exterior. Vale dizer que a Copersucar é a maior cooperativa brasileira de comercialização de açúcar e etanol, referência também no mercado dos Estados Unidos.
A Copersucar S.A. comercializa açúcar em todos os continentes, movimentando mais de 12 milhões de toneladas de açúcar por ano e presença em mais de 40 países nas operações de compra e venda. Na safra 2021/22, comercializou mais de 10,3 bilhões de litros de etanol e 12,5 milhões de toneladas de açúcar, levando energia e alimento sustentável para o país e o mundo.
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“Além de contribuir com o compromisso do País em reduzir pela metade as suas emissões de carbono, a decisão de manter a meta e o prazo de doze meses para comprovação foi acertada, uma vez que isso dá a segurança e previsibilidade necessária ao Programa Renovabio e aos seus participantes. Com certeza foi um passo importante para termos um mercado de créditos mais estável e com menor interferência”.