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Governo Lula anula leilão para compra de arroz importado

Um novo leilão será realizado para contratar empresas com capacidade técnica e financeira

( Creativ Studio Heinemann/Getty Images)
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 11 de junho de 2024 às 12h55.

Última atualização em 11 de junho de 2024 às 13h46.

O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento ( Conab ), Edegar Pretto, anunciou nesta terça-feira, 11, que o governo decidiu anular o leilão para compra de arroz importado . A decisão foi anunciada em coletiva ao lado do Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, no Palácio do Planalto.

"Pretendemos fazer um novo leilão, quem sabe em outros modelos, para que a gente possa ter garantia que vamos contratar empresa com capacidade técnica e financeira", disse. "A decisão é anular este leilão e proceder um novo mais ajustado", concluiu Pretto.

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A medida foi tomada após questionamentos sobre as empresas que participaram do certame. As companhias não têm histórico de atuação no mercado do cereal. Entre as empresas, havia estabelecimentos de locação de carros e máquinas pesadas, um comerciante de queijos e uma processadora de polpas de frutas.

Na última quinta-feira, 6, o governo brasileiro havia adquirido 263,37 mil toneladas de arroz importado e beneficiado no leilão de compra pública. A compra teve um custo total de R$ 1,316 bilhão.

Os lotes arrematados pela companhia tiveram preço mínimo deR$ 4.9899 por quilo e máximo de R$ 5, com média de R$ 4,9982. O produto seria distribuído para 21 estados do país e o Distrito Federal. A empresa pública estava autorizada a gastar R$ 2,53 bilhões na operação.

Neri Geller fora do ministério

Além da anulação do leilão, Fávaro anunciou que o secretário de Política Agrícola, Neri Geller, colocou o cargo à disposição do governo e foi demitido. Geller esteve no centro da polêmica em torno do certame.

"Hoje, pela manhã, o secretário Neri Geller me comunicou, fez ponderação, quando filho dele estabeleceu sociedade com esta corretora do Mato Grosso, ele não era secretário de político agrícola. Não há fato que desabone ou que gere qualquer tipo de suspeita, mas que de fato gerou, e por isso colocou cargo à disposição", afirmou Fávaro.

Impasses

A decisão do governo de comprar arroz importado ocorreu logo após as enchentes no Rio Grande do Sul, estado responsável por 70% da produção nacional do grão. Os produtores da região, porém, já haviam colhido 80% do arroz antes das fortes chuvas. Por isso, a medida foi criticada por entidades do agronegócio que afirmam que não existe risco de desabastecimento e nem de recorrer às compras públicas para reequilibrar o mercado. O setor moveu uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a importação de 1 milhão de toneladas de arroz pelo Executivo.

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