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Agência de notícias
Publicado em 16 de dezembro de 2024 às 07h36.
A frente parlamentar da agropecuária defendeu a identificação e punição dos responsáveis pela trama golpista de 2022, mas destacou que é "inadmissível que ações isoladas sejam usadas para generalizar e comprometer a imagem de um setor econômico". Em depoimento prestado à Polícia Federal (PF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o dinheiro entregue por Braga Netto em uma caixa de vinho, para financiar o plano para matar autoridades, “foi obtido junto ao pessoal do agronegócio”.
"A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) reforça a importância de que as investigações sejam conduzidas com urgência e rigor, apurando todos os indícios de ações criminosas de forma imparcial. Defende-se que os responsáveis sejam identificados e punidos com o máximo rigor da lei, independentemente da atividade econômica de eventuais envolvidos. Contudo, é inadmissível que ações isoladas sejam usadas para generalizar e comprometer a imagem de um setor econômico composto por mais de 6 milhões de produtores e que desempenha papel fundamental no desenvolvimento do país".
A FPA também defendeu que a investigação ocorra de maneira legal, transparente e equilibrada.
"A FPA destaca a necessidade de que as investigações sejam conduzidas de forma legal, transparente, equilibrada e em estrita observância ao que determina a Constituição Federal".
Segundo Cid, em uma "reunião no Palácio do Planalto ou na Alvorada", Braga Netto "entregou o dinheiro que havia sido solicitado para a realização da operação". De acordo com a versão do ex-ajudante de ordens, o general "afirmou à época que o dinheiro havia sido obtido junto ao pessoal do agronegócio".
“O Coronel De Oliveira esteve em reunião com o colaborador e o General Braga Netto no Palácio do Planalto ou da Alvorada, onde o General Braga Netto entregou o dinheiro que havia sido solicitado para a realização da operação. O dinheiro foi entregue numa sacola de vinho. O general Braga Netto afirmou à época que o dinheiro havia sido obtido junto ao pessoal do agronegócio”, diz trecho do depoimento de Cid prestado à PF.
Diálogos obtidos pela Polícia Federal durante a investigação sobre a trama golpista mostram que o major das Forças Especiais do Exército Rafael Martins de Oliveira – que foi preso em fevereiro após operação – discutiu com Mauro Cid o pagamento de R$ 100 mil para custear a ida de manifestantes a Brasília.
Conforme as investigações, o montante teria sido levantado para a execução da trama golpista que visava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que havia ganhado as eleições naquele ano contra o então presidente Jair Bolsonaro. O valor teria sido acertado em uma reunião na casa do general ocorrida no dia 12 de novembro, em Brasília.