Exportações de café caem em setembro e clima preocupa, aponta Rabobank
Apesar de o volume total embarcado ter caído 5,3% na comparação com o mesmo mês de 2022, as vendas externas de conilon quadruplicaram
Redação Exame
Publicado em 24 de outubro de 2023 às 14h14.
Última atualização em 24 de outubro de 2023 às 15h05.
O Brasil fechou setembro com queda nas exportações de café, redução tímida no preço do grão e um estado de atenção em relação às condições climáticas das lavouras para as próximas semanas, aponta estudo de mercado divulgado pelo banco Rabobank.
No mês passado, segundo a análise, o país exportou 3,3 milhões de sacas de café, queda de 10,9% na comparação com agosto e de 5,3% em relação a setembro do ano anterior. O volume embarcado de café arábica verde encolheu 20,3% no comparativo com 2022 e totalizou 2,4 milhões de sacas.
Por outro lado, as vendas externas de café conilon somaram 625 mil sacas e registraram aumento de 317% no período. Os principais fatores para essa alta, segundo o Rabobank, foram a oferta global limitada de robusta, a maior disponibilidade do conilon brasileiro para exportar e o preço competitivo em comparação com outros mercados.
O banco ainda pontua que, apesar do recente conflito entre Israel e Hamas, o mercado internacional de fertilizantes permanece estável, e a percepção inicial de que a capacidade de produção e exportação não foi afetada manteve a estabilidade do mercado. Com isso, a relação de troca em outubro ficou praticamente inalterada, afirma o Rabobank.
Café: preços e clima no radar
A análise destaca ainda que, em setembro, os preços locais de café arábica e conilon caíram 2% e 1%, respectivamente, na comparação com o mês anterior. Já em outubro, o valor das duas variedades teve declínio de 1%. Entre os limitadores de valor, estão as perspectivas otimistas para a próxima safra e a incerteza sobre a demanda global.
Já em relação ao clima, o Rabobank pondera que o mês passado teve chuvas abaixo da média na maioria das produções de arábica, mas sem prejuízo às plantas. Apesar de outubro estar sendo chuvoso, a avaliação é de que as condições estão mais secas do que o esperado no Espírito Santo e no leste de Minas Gerais, importantes regiões produtoras.
“As próximas semanas serão importantes, pois a continuidade das chuvas é essencial para prevenir uma floração antecipada. Condições prolongadas de seca e calor podem diminuir o rendimento em 2024”, alerta o banco.