Peste suína africana: esses são os primeiros casos em três décadas na região da Catalunha (MANAURE QUINTERO/AFP)
Redação Exame
Publicado em 1 de dezembro de 2025 às 12h24.
A Espanha reagiu com medidas de emergência ao surto de peste suína africana (PSA) detectado em javalis na área de Collserola, em Barcelona. Esses são os primeiros casos registrados no país desde 1994.
O ministro da Agricultura, Pesca e Alimentação, Luis Planas, confirmou que o governo da Catalunha pediu o envio da Unidade Militar de Emergências (UME) para reforçar as medidas de contenção.
Planas pediu “tranquilidade” em relação ao consumo de produtos suínos, mas reforçou que “não se deve baixar a guarda”.
A Comissão Europeia afirmou nesta segunda-feira, 1º, que Madri deve seguir rigorosamente o protocolo comunitário e enviará, a partir de terça-feira uma equipe de especialistas veterinários à Catalunha para apoiar as autoridades locais, informou a EFE.
A porta-voz Eva Hrncirova lembrou que a doença voltou a aparecer depois de mais de três décadas sem registros e ressaltou que a legislação europeia exige a delimitação de zonas infectadas, o controle de animais selvagens, especialmente javalis, e o reforço imediato das medidas de biossegurança nas fazendas.
O veto à caça também já está em vigor na região. A situação será discutida nesta semana pela comissão permanente de veterinários da União Europeia.
O governo espanhol convocou para esta segunda-feira uma reunião em Madri com representantes da Catalunha e da indústria de carnes, quatro dias após a confirmação dos dois primeiros casos. O encontro também deve abordar possíveis impactos nas exportações.
A Espanha é o maior produtor de carne suína da União Europeia e o terceiro do mundo, com vendas anuais de 8,8 bilhões de euros, segundo a EFE. A UE absorve quase 60% do total, enquanto cerca de 1 bilhão de euros tem como destino a China.
À EFE, o ministro da Agricultura, Pesca e Alimentação afirmou que o governo atua desde a semana passada e que novas amostras analisadas recentemente resultaram negativas, inclusive dentro da área afetada. Entre as prioridades, destacou a necessidade de “encapsular, reduzir e fazer desaparecer o foco” e de mitigar efeitos sobre mercados externos e certificados de exportação.
Em Roma, onde participa de um fórum bilateral, o ministro reiterou que os casos envolvem “javalis silvestres” e reforçou a importância dos padrões de qualidade e segurança alimentar. Ele avaliou positivamente a atuação do setor produtor, que descreveu como moderno, profissional e engajado.
*Com informações da EFE