EXAME Agro

Apoio:

LOGO TIM 500X313

Entenda como insegurança alimentar acelerou aval a transgênicos

Reguladores estão mais flexíveis quanto a culturas resistentes à seca; no Brasil, está em desenvolvimento trigo para o Cerrado

Milho transgênico. (Scott Barbour/Getty Images)

Milho transgênico. (Scott Barbour/Getty Images)

B

Bloomberg

Publicado em 13 de agosto de 2022 às 18h45.

Última atualização em 15 de agosto de 2022 às 11h46.

Órgãos reguladores em todo o mundo estão se tornando mais flexíveis com o plantio de culturas resistentes à seca na medida em que a pandemia e a guerra na Ucrânia aumentam temores de insegurança alimentar global, fazendo com que essas instituições superem o receio sobre o consumo de grãos geneticamente modificados.

Essa é a visão de Frederico Trucco, CEO da Bioceres Crop Solutions, empresa de biotecnologia que busca autorização para vender e cultivar trigo transgênico em vários países.

Veja também:

Até agora, apenas a Argentina, país de origem da empresa, deu aprovação para plantar sua variedade de trigo geneticamente modificada, chamada HB4. Mas a Bioceres está “relativamente perto” de obter uma liberação do Brasil, superpotência agrícola, e também espera a aprovação dos EUA ainda este ano, disse Trucco em entrevista na quinta-feira.

A Bioceres está promovendo a tecnologia entre os agricultores que sofrem com o clima mais severo. Contudo, o produto também está sendo impulsionado pela fragilização de linhas de produção alimentícias em razão da pandemia de Covid-19 e da invasão russa à Ucrânia, que estimularam um maior interesse pela segurança alimentar. Isso ajudou a acelerar o processo de aprovação de transgênicos, segundo ele.

“Nós vemos uma aceleração em termos de reação dos reguladores”, disse Trucco na sede da Bloomberg em Nova York.

Milho e soja geneticamente modificados são amplamente utilizados na fabricação de alimentos e de ração, mas, historicamente, há mais resistência para cepas modificadas de trigo e arroz, já que seriam destinados ao consumo humano com menos processamento. Agora, os consumidores estão se tornando menos sensíveis a certos tipos de transgênicos.

“As pessoas podem discernir a diferença entre tecnologias que incluem químicas sintéticas versus tecnologias que apenas preservam os recursos ambientais”, disse Trucco.

No Brasil, a empresa está trabalhando para desenvolver variedades próprias para o Cerrado, que poderiam melhorar os rendimentos em áreas onde o trigo não é usualmente produzido. A tecnologia também seria aplicável à África.

Notícias exclusivas de agro e o que movimenta o mercado

Você já conhece a newsletter semanal EXAME Agro? Você assina e recebe na sua caixa de e-mail as principais notícias sobre o agronegócio, assim como reportagens especiais sobre os desafios do setor e histórias dos empreendedores que fazem a diferença no campo.

Toda sexta-feira, você também tem acesso a notícias exclusivas, o que move o mercado e artigos de especialistas.

Série de vídeo

Veja também a série de vídeo EXAME Agro, sobre inovação, produtores rurais que movimentam o setor e ESG.

Acompanhe tudo sobre:AgronegócioAgropecuáriaAlimentaçãoAlimentosIndústrias de alimentosTransgênicos

Mais de EXAME Agro

Aumento de custos, menos crédito e mais exportação: como o dólar alto afeta o agro brasileiro

Lei antidesmatamento da União Europeia avança para o Conselho Europeu

Cacau beira os US$ 12 mil e expectativa é de mais volatilidade em 2025

Os planos da maior marca de azeite da Itália para cair — de vez — no gosto do brasileiro em 2025