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Dreyfus e Bunge param esmagamento de soja na China por crise de energia

As unidades têm capacidade combinada de processamento de soja de cerca de 25 mil toneladas por dia, e Tianjin é um dos centros de esmagamento do país

Soja: esmagadoras na metrópole costeira de Tianjin suspenderam as operações no início da semana (Stringer/Reuters)

Soja: esmagadoras na metrópole costeira de Tianjin suspenderam as operações no início da semana (Stringer/Reuters)

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Bloomberg

Publicado em 24 de setembro de 2021 às 17h11.

Última atualização em 24 de setembro de 2021 às 18h28.

Por Alfred Cang, da Bloomberg

Empresas de processamento de soja em uma cidade no nordeste da China receberam uma ordem para paralisar as atividades por pelo menos uma semana, em mais um sinal do impacto das medidas do governo de Pequim para reduzir o consumo de energia e garantir a oferta cada vez menor de eletricidade.

Esmagadoras na metrópole costeira de Tianjin suspenderam as operações no início da semana e talvez só retomem a produção no próximo mês, segundo pessoas a par do assunto. As unidades têm capacidade combinada de processamento de soja de cerca de 25.000 toneladas por dia, e Tianjin é um dos centros de esmagamento do país.

Algumas esmagadoras, como empresas operadas pelas tradings agrícolas Louis Dreyfus e Bunge, tiveram de fechar de repente depois que o governo cortou o fornecimento de energia, disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas. Esta é a primeira vez que todas as processadoras foram avisadas para fechar completamente, segundo as fontes.

Um porta-voz da Bunge disse que a empresa “atendeu ao mandato do governo, mas a produção total não é materialmente diferente do que esperávamos”.

A Louis Dreyfus não quis comentar. O governo municipal de Tianjin não respondeu a perguntas enviadas por fax.

As paralisações são outro sinal de como a grave crise de energia na China tem afetado matérias-primas como alumínio, aço e, agora, commodities agrícolas. Indústrias em todo o país sofreram cortes de energia nas últimas semanas devido à pressão para reduzir o uso de eletricidade e limitar as emissões, além do temor de que o aumento dos preços globais da energia e a redução no fornecimento de carvão doméstico agravem a crise.

A agência de planejamento econômico da China alertou no início da semana que a indústria deve garantir que os altos preços da energia não aumentem os custos dos fertilizantes, essenciais para a produção de alimentos. Os futuros da ureia dispararam, acompanhando o rali do carvão.

Mais de dez províncias, incluindo as potências industriais Jiangsu, Zhejiang e Guangdong, estão racionando eletricidade e ordenando cortes na produção das fábricas em meio a problemas de abastecimento e regulamentações ambientais.

As esmagadoras convertem a soja em óleo comestível e também em farelo para ração. A China é a maior importadora mundial de soja e compra grandes volumes de países como Brasil, Argentina e Estados Unidos.

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