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Com foco em biológicos, Ourofino Agrociência prepara nova fábrica para 2026

Com exclusividade à EXAME, companhia afirmou que avalia o local ideal para a instalação da nova unidade, que pode ser em Uberaba ou em Ribeirão Preto

César H. S. Rezende
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 12 de setembro de 2024 às 17h06.

Última atualização em 12 de setembro de 2024 às 18h26.

A Ourofino Agrociência, fabricante de defensivos agrícolas com sede em Uberaba, Minas Gerais, anunciou a construção de uma nova fábrica de biológicos com previsão de inauguração para 2026. A informação foi confirmada com exclusividade à EXAME nesta quinta-feira, 12, pelo diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da empresa, Leonardo Araújo.

Segundo Araújo, a companhia avalia o local ideal para a instalação da nova unidade, que pode ser em Uberaba ou em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, onde a Ourofino possui um escritório.

O diretor adiantou que a planta já nascerá como uma das "mais modernas do mundo", com foco no desenvolvimento de soluções biológicas para o controle de pragas.

"O surgimento de novas espécies de pragas destaca a necessidade de eficiência no manejo e controle para aumentar a produção de alimentos globalmente. Esse cenário demanda um movimento de integração e manejo integrado das pesquisas para enfrentar os desafios e melhorar a produtividade agrícola", afirmou Araújo.

Apesar das críticas ao uso de defensivos químicos, o diretor ressaltou que esses produtos ainda são essenciais para o desenvolvimento das lavouras, devendo atuar em conjunto com os biológicos. "O controle biológico surge como uma solução complementar, prolongando a eficácia dos químicos e agregando valor ao manejo agrícola", completou.

Setor de bioinsumos no Brasil

As vendas de bioinsumos registraram um crescimento de 15% na safra 2023/24, somando R$ 5 bilhões, segundo um estudo da Croplife Brasil. No mercado global, a receita de bioinsumos atingiu US$ 15 bilhões, com projeções de crescimento de até 14% até 2032.

No entanto, a Ourofino Agrociência enfrentou desafios no último ano fiscal. A receita líquida da companhia caiu 16,5%, totalizando R$ 1,75 bilhão, enquanto o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) sofreu uma queda de 70%, alcançando R$ 87,1 milhões. Apesar da retração, a empresa ampliou sua participação de mercado de 2,8% para 3,7%.

O desempenho da Ourofino refletiu a queda nos preços das commodities, que afetou o mercado agrícola em 2023. Contudo, a empresa está otimista em relação ao próximo ano fiscal. A expectativa é alcançar um faturamento de R$ 2,4 bilhões em 2024/25, uma ambiciosa alta de 37%. A aposta para essa recuperação está na inovação e na expansão de soluções biológicas.

O diretor acredita que as safras recordes de soja e milho no Brasil, como projetam o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e consultorias agrícolas, impulsionarão o crescimento da companhia e de todo o setor. "Muitas empresas do agro estão retomando o seu crescimento. É uma cadeia que está interligada e que tem reflexos positivos para todos do segmento", concluiu Araújo.

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