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Brasil vai propor nova lei para rastrear pecuarista e limitar desmatamento

Segundo o governo, atualmente 2.000 propriedades são monitoradas, enquanto o país possui 5 milhões de propriedades rurais

 (PABLO PORCIUNCULA/AFP/Getty Images)

(PABLO PORCIUNCULA/AFP/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 21 de junho de 2021 às 21h18.

Última atualização em 22 de junho de 2021 às 15h47.

O Brasil, dono do maior rebanho comercial do mundo, vai propor uma nova lei para rastrear fornecedores indiretos de gado no Brasil que vendem bovinos para produtores como JBS e Marfrig, uma vez que alguns pecuaristas são considerados como importante vetor para o desflorestamento.

Em uma entrevista com correspondentes estrangeiros nesta segunda-feira, a ministra Tereza Cristina afirmou que o atual sistema de rastreamento é ineficiente para acompanhar produtores em uma área que envolve 5 milhões de propriedades rurais.

"Precisamos de um sistema que seja eficaz e traga a segurança que o consumidor precisa", disse ela.

A ministra se referia especificamente aos fornecedores indiretos de gado do Brasil, em uma indústria comandada pecuaristas que repassam os animais ao longo do ciclo de desenvolvimento do gado, antes de serem encaminhados ao matadouro.

Como muitas vezes não há informações sobre as propriedades por onde os animais passaram, o Brasil não pode garantir que todas as leis foram cumpridas.

A JBS, maior produtora de carnes do mundo, não possuía comentários sobre a iniciativa do governo. Anteriormente, porém, a companhia já afirmou que tem utilizado a tecnologia de blockchain para rastrear a origem do gado, se comprometendo a eliminar o desmatamento em sua cadeia de oferta até 2025.

Sua rival Marfrig, que também opera nos Estados Unidos e Argentina, elogiou a proposta.

"A Marfrig apoia a criação de uma nova lei para rastrear fornecedores indiretos de gado no Brasil e se coloca à disposição do governo federal para colaborar no projeto", disse a empresa em nota.

A companhia, que prometeu eliminar o desmatamento em sua cadeia de oferta até 2030, disse que a rastreabilidade da cadeia completa é um dos pilares para mitigar riscos sociais, ambientais e de governança para todo o setor de carnes.

O atual sistema brasileiro de monitoramento dos chamados fornecedores indiretos de gado foi criado em 2009, disse Tereza. Mas foi projetado apenas para monitorar fornecedores que vendem animais para empresas que exportam carne bovina para a União Europeia, segundo a ministra.

Segundo ela, atualmente 2.000 propriedades são monitoradas, enquanto o Brasil possui 5 milhões de propriedades rurais.

Tereza Cristina ainda afirmou que apresentaria a proposta em breve, mas não forneceu um cronograma ou detalhes da nova lei para rastrear pecuaristas no Brasil, onde vivem mais de 207 milhões de cabeças de gado.

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