EXAME Agro

Apoio:

LOGO TIM 500X313

Brasil tem fertilizantes até outubro, garante ministra da Agricultura

Ministra da Agricultura vai ao Canadá negociar fertilizantes. Impacto ao consumidor depende do tempo da guerra. Sem esses produtos, preço dos alimentos pode subir

Tereza Cristina, ministra da Agricultura 
15/07/2020
REUTERS/Adriano Machado (Adriano Machado/Reuters)

Tereza Cristina, ministra da Agricultura 15/07/2020 REUTERS/Adriano Machado (Adriano Machado/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 3 de março de 2022 às 11h55.

O estoque de fertilizantes para o agronegócio no Brasil está garantido até outubro. A avaliação é da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina.

Em entrevista coletiva nessa quarta-feira (2), ela garantiu que não há problemas com a safra neste momento, no entanto, a safra de verão, no final de setembro e outubro, gera preocupação.

A ministra lembrou que a safrinha de milho já está em produção. “Então, o que precisava de fertilizante já chegou, já está com o produtor rural. Neste momento não temos problema. A safra de verão é uma preocupação”, disse. Ela acrescentou, entretanto, que o setor privado confirmou a existência de estoque de passagem de fertilizantes suficiente até outubro.

O alerta sobre o mercado internacional de fertilizantes vem desde fevereiro quando começaram as sanções econômicas em Belarus. As exportações do produto estão suspensas para o Brasil por causa do fechamento dos portos da Lituânia para o escoamento de fertilizantes e agora com o apoio à Rússia na guerra contra a Ucrânia, o país do leste europeu sofreu novas sanções.

O cenário se agravou ainda com o início da guerra. Isto porque, além da Belarus, a própria Rússia é o principal fornecedor do produto para o mercado brasileiro.

Negociação com o Canadá

Em meio à crise, a ministra da Agricultura disse que vai ao Canadá tentar negociar a demanda de fertilizantes. Segundo ela, o impacto ao consumidor depende do tempo da guerra. Sem esses produtos, a tendência é que a oferta vai fazer disparar o preço dos alimentos.

“O preço do trigo subiu lá nas alturas porque a Ucrânia é um grande produtor e isso influencia o mercado global. A gente acha que terá uma alta, sim. Quanto? A soja já subiu, já caiu um pouco. O milho já subiu, já caiu um pouco. A gente tem que acompanhar e diminuir os impactos”, afirmou.

Atualmente, o Brasil é o quarto consumidor global de fertilizantes, 80% de todo o produto usado na produção agrícola nacional vêm de fora do país.

As sanções econômicas dos Estados Unidos e da União Europeia na Rússia e na Belarus atingem a produção de potássio, e a maioria dos fertilizantes é feita a partir do potássio. A Rússia é responsável por fornecer cerca de 25% dos fertilizantes para o Brasil.

VEJA TAMBÉM:

Número de refugiados chega a 1 milhão na Ucrânia, diz ONU

Guerra na Ucrânia: bares trocam nome do ‘Moscow Mule’ e jogam vodka fora

Putin diz a Macron que Rússia pode aumentar exigências sobre Ucrânia

Rússia não tem como usar cripto para driblar sanções, dizem especialistas

Por que Putin já perdeu essa guerra, segundo Yuval Harari

Entenda por que ricos da Rússia trocaram rublos por relógios e joias

Brasil decide evacuar embaixada na Ucrânia

Acompanhe tudo sobre:AgronegócioExame-AgroFertilizantesMinistério da Agricultura e Pecuária

Mais de EXAME Agro

Por que os preços do azeite devem cair em 2025?

A cidade no interior do Acre que se tornou a 'capital da farinha de mandioca'

Lula sanciona regulamentação da produção de bioinsumos no Brasil; veja impactos da medida

Brasil alcança 300 novos mercados internacionais e reforça expansão do agro para 2025