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Brasil registra 2º maior valor em exportações do agronegócio, apesar de quebra de safra em 2024

Com US$ 164,4 bilhões exportados, setor enfrentou queda de 1,3% por causa de recuo nos preços internacionais e crise climática

Porto de Taicang, na China: pressão chinesa contra exportações de Taiwan preocupa moradores da ilha (Costfoto/NurPhoto/Getty Images)

Porto de Taicang, na China: pressão chinesa contra exportações de Taiwan preocupa moradores da ilha (Costfoto/NurPhoto/Getty Images)

César H. S. Rezende
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 8 de janeiro de 2025 às 15h02.

As exportações do agronegócio brasileiro somaram US$ 164,4 bilhões em 2024, consolidando-se como o segundo maior valor da série histórica, apesar dos desafios enfrentados pelo setor.

A quebra na safra 2023/24 de grãos impactou diretamente o desempenho, resultando em uma queda de 1,3% nas exportações, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 8, pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Segundo o Mapa, o desempenho foi influenciado pelo recuo de 4,6% no índice de preços dos produtos exportados, afetando itens como soja em grãos, milho e açúcar.

Por outro lado, o resultado foi parcialmente compensado pelo aumento de 3,4% no índice de quantum, impulsionado por produtos como algodão não cardado e açúcar de cana em bruto.

Os seis principais setores exportadores do agronegócio em 2024 foram responsáveis por 84,8% do valor total exportado, uma participação 2,9 pontos percentuais inferior à de 2023.

O complexo soja liderou com US$ 53,9 bilhões, registrando uma queda de 19,8% em relação ao ano anterior, mas ainda representando 32,8% do total. Em seguida, vieram as carnes, com US$ 26,2 bilhões (+11,4% e 15,9% de participação), e o complexo sucroalcooleiro, que atingiu US$ 19,7 bilhões (+13,3% e 12,0% de participação).

Os produtos florestais somaram US$ 17,3 bilhões (+21,2% e 10,5% de participação), enquanto o setor de café alcançou US$ 12,3 bilhões, registrando um expressivo aumento de 52,6%, contribuindo com 7,5% do total. Por fim, o segmento de cereais, farinhas e preparações totalizou US$ 10,0 bilhões, apresentando uma queda de 35,8%, mas ainda representando 6,1% de participação.

Para a temporada 2024/25, as projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam um recorde na produção de grãos do Brasil, com 322,4 milhões de toneladas, o que representaria um aumento de 8,5% em relação ao ciclo anterior, caso confirmado.

Principais países importadores

A China manteve a liderança como o principal destino das exportações do agronegócio brasileiro em 2024, com vendas de US$ 49,7 bilhões, apesar da retração de 17,5% em relação a 2023 (US$ 60,2 bilhões). Como resultado, a participação chinesa no total exportado caiu de 36,2% para 30,2%.

Os Estados Unidos ficaram em segundo lugar, com US$ 12,1 bilhões exportados e um crescimento de 23,1%, elevando sua participação de 5,9% para 7,4%. Já os Países Baixos ocuparam a terceira posição, com US$ 5,5 bilhões, um aumento de 5,4%, ampliando sua participação de 3,1% para 3,3%.

Outros países se destacaram pelo crescimento expressivo nas exportações em 2024, como é o caso do Egito que registrou alta de 91,4%.

Os Emirados Árabes Unidos apresentaram crescimento de 46%, impulsionados principalmente pelas vendas de açúcar de cana em bruto e carne bovina in natura. A Bélgica teve um aumento de 43,3%, com destaque para as exportações de café verde e suco de laranja.

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