Bancada ruralista pede que caminhoneiros liberem passagem de ambulâncias e cargas vivas
Paralisações impactam diretamente os consumidores brasileiros, no possível desabastecimento e em toda a cadeia produtiva rural do país, diz Frente Parlamentar da Agropecuária
Alessandra Azevedo
Publicado em 31 de outubro de 2022 às 18h37.
Última atualização em 31 de outubro de 2022 às 18h42.
A bancada ruralista fez um apelo, nesta segunda-feira, 31, para que os caminhoneiros que têm obstruído rodovias liberem a passagem de "produtos de primeira necessidade ou perecíveis", para evitar desabastecimento. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) alerta que o movimento, apesar de legítimo, pode prejudicar a população e a cadeia produtiva rural.
"Fazemos um apelo para que as rodovias sejam liberadas para cargas vivas, ração, ambulâncias e outros produtos de primeira necessidade e/ou perecíveis", diz a FPA, em nota.
"A Frente Parlamentar da Agropecuária entende que o momento é delicado e respeita o direito constitucional à manifestação, porém ressalta que o caminho das paralisações de nossas rodovias impacta diretamente os consumidores brasileiros, no possível desabastecimento e em toda a cadeia produtiva rural do País", acrescenta.
Caminhoneiros apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) começaram a bloquear as vias nesta segunda-feira, em reação à derrota do presidente nas urnas, no domingo, 30, quando foi confirmada a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) afirma que há registro de pelo menos 211 bloqueios em rodovias pelo Brasil até pouco antes de 17h desta segunda-feira. A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) decidiu fechar o acesso à Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para evitar ataques a órgãos públicos.
A FPA, que apoiou a reeleição de Jair Bolsonaro no segundo turno, deve se reunir nesta terça-feira, 1º, para discutir a atuação no próximo governo. A bancada ruralista é uma das mais influentes do Congresso e é composta, hoje, de 280 parlamentares de diversos partidos.