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Aviões privados a partir de US$ 700 mil têm fila de espera de 2 anos na Agrishow

TAM Aviação Executiva espera vender seis unidades no evento deste ano e não vê setor afetado por queda de preço das commodities

Modelo King Air 360, vendido pela TAM Aviação Executiva e que pode custar quase US$ 8 milhões (Divulgação)

Modelo King Air 360, vendido pela TAM Aviação Executiva e que pode custar quase US$ 8 milhões (Divulgação)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 3 de maio de 2024 às 13h41.

RIBEIRÃO PRETO - O avanço do agro brasileiro movimenta também o setor de aviação privada, que tem encontrado dificuldades para atender a demanda. A fila de espera para aviões novos ainda pode levar dois anos.

"O Brasil é muito grande, e as linhas aéreas não atendem mais do que cento e poucos destinos. Você tem empresários do setor que estão em diferentes estados do país e precisam visitar suas fazendas, indústrias, armazéns, então temos o agro como um dos setores onde a gente mais vende. Das nossas vendas em 2023, 43% foram para clientes do agronegócio", diz Leonardo Fiuza, presidente da TAM Aviação Executiva, que conversou com a EXAME no estande da marca na Agrishow.

A TAM representa várias marcas estrangeiras no país, como Cessna, Bell e Beechcraft. A empresa tem um portfólio de 23 modelos, que custam de US$ 700 mil a US$ 29 milhões, fora os custos com impostos e importação.

Apesar da baixa no preço de commodities, como soja e milho, Fiuza vê a situação atual com otimismo. Nste ano, a TAM espera vender seis aeronaves na Agrishow, mesmo patamar do ano passado. Em 2022, quando o mercado agro estava batendo recordes, foram 13 aeronaves vendidas.

"Estamos vendo o mercado normal, como estava no ano passado. Não há nada que jogue nossas expectativas de venda para baixo. Estamos enfrentando outros tipos de problema: a gente só tem entrega para daqui a dois ou três anos, dependendo do modelo."

A demora ocorre por falhas nas cadeias de suprimento dos fabricantes de aeronaves, que começaram com a pandemia e ainda não foram totalmente resolvidas. Ao mesmo tempo, o agro teve um forte boom nos anos seguintes à crise sanitária, devido à alta do preço de itens como a soja. Assim, houve aumento de procura em um momento de escassez de aeronaves novas, o que elevou os preços.

"Um modelo mais barato, que partia de uns 480 mil dólares antes da pandemia passou a custar 700 mil", diz Fiuza, presidente da TAM Aviação Executiva.

A TAM levou dois modelos para a feira, um monomotor Cessna 206 Turbo Stationair, um dos mais baratos à venda, e um turbo-hélice Cessna Grand Caravan EX.

Além disso, clientes selecionados podem ver mais modelos no aeroporto de Ribeirão Preto, e fazer um voo de teste antes de adquirir o modelo.

Fiuza conta que os produtores buscam principalmente as aeronaves que sejam capazes de pousar em situações mais difíceis, como pistas não asfaltadas, algo comum no interior, e de operar em pistas de tamanho mais curto. É comum que fazendas grandes tenham pistas de pouso próprias.

Além da TAM, há outros estandes de aviação na feira, das empresas Embraer, Agsur e Synerjet. A Embraer anunciou, durante a feira, uma série de testes para homologar uma metodologia de aplicação de defensivos agrícolas com o avião EMB-203 Ipanema, em parceria com a Koppert. O Ipanema, lançado há cinco décadas, chegou a 1.600 unidades produzidas e lidera o mercado nacional de aeronaves de pulverização, segundo a empresa.

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