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Acordo de R$ 7,5 bilhões da Minerva cria gigante da carne bovina

A transação para adquirir 16 plantas frigoríficas no Brasil, Argentina, Uruguai e Chile aumentará em 44% a capacidade de abate de gado da Minerva e ampliará sua fatias nas exportações do continente

Carne Bovina: A aquisição, que inclui 15 fábricas de carne bovina e uma de cordeiro (Paulo Whitaker/Reuters)

Carne Bovina: A aquisição, que inclui 15 fábricas de carne bovina e uma de cordeiro (Paulo Whitaker/Reuters)

Bloomberg
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Agência de notícias

Publicado em 29 de agosto de 2023 às 17h11.

A Minerva chegou a um acordo para comprar diversos ativos da rival Marfrig por R$ 7,5 bilhões, um acordo “caro” que criará um gigante sul-americano da carne bovina. As ações da Minerva despencaram.

A transação para adquirir 16 plantas frigoríficas no Brasil, Argentina, Uruguai e Chile aumentará em 44% a capacidade de abate de gado da Minerva e ampliará sua fatias nas exportações do continente, informou a empresa em comunicado na segunda-feira. Embora o acordo tenha potencial para ser “transformacional”, os analistas do Morgan Stanley classificaram a aquisição como “cara”.

O negócio ocorre num momento em que o desempenho da Minerva tem superado o de seus rivais maiores e mais diversificados, Marfrig e JBS — as empresas têm enfrentado uma série de reveses, incluindo os elevados preços dos grãos e um excesso de carne suína e de frango no mercado global. Ainda assim, as ações da Minerva caíram até 16%, a maior perda desde o início da pandemia, em março de 2020.

“No longo prazo, isso pode acabar posicionando a Minerva como uma importante força sul-americana líder no comércio global de carne bovina”, disseram os analistas do Morgan Stanley, Ricardo Alves e Lucas Mussi, em relatório. No entanto, pelo menos por enquanto, dadas as preocupações com avaliação, disciplina de capital/alavancagem e menor carry, “acreditamos que os investidores podem estar dispostos a fazer as perguntas de longo prazo mais tarde”.

A Minerva já pagou R$ 1,5 bilhão pela aquisição, e o JPMorgan se comprometeu com um empréstimo-ponte para o restante da transação, disse a empresa sediada em São Paulo. Em apresentação na terça-feira, o frigorífico acrescentou que as aquisições ampliarão sua participação nos embarques de carne bovina na América do Sul para até 35%, ante 20% atualmente.

O aumento da escala vai ampliar o acesso da companhia à oferta de gado e o poder da Minerva no comércio global de carne, disse o CEO Fernando Galletti de Queiroz, em teleconferência com analistas na terça-feira.

Os principais acionistas – a holding familiar VDQ Holdings SA e a Saudi Agricultural and Livestock Investment Co. – comprometeram-se a aprovar o acordo, que deverá ser concluído dentro de um ano, disse a Minerva.

A aquisição, que inclui 15 fábricas de carne bovina e uma de cordeiro, também aumentará as vendas em quase 80%, para cerca de R$ 52 bilhões até 2024, e gerará caixa imediatamente, disse o diretor financeiro, Edison Ticle na teleconferência. O negócio será totalmente financiado por dívida, alimentando o ceticismo dos investidores.

Para a Marfrig, o desinvestimento acelera a estratégia do fundador Marcos Molina de se concentrar em produtos e alimentos processados ​​com maior valor agregado. As ações subiram mais de 15% em São Paulo, o maior ganho em mais de três anos.

A transação “veio com um valuation atrativo para a Marfrig” e deve ajudar no seu processo de desalavancagem, escreveu em nota Leandro Fontanesi, analista do Bradesco BBI.

O acordo reduzirá para quatro o número de unidades de abate de gado da Marfrig na América do Sul, com uma redução de 43% na receita da região, para R$ 15,8 bilhões, de acordo com uma apresentação da empresa. A Marfrig também espera obter margens mais elevadas, uma vez que uma maior parte das suas vendas estará vinculada a produtos de valor agregado.

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