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Tarantino troca nazismo por escravidão

Em "Django Livre", o alvo de denúncia é o sistema escravista que imperou nos Estados Unidos até o século XIX

FIlme "Django Livre": apesar de críticos frequentemente alegarem que não é "necessário" tanto sangue, os fãs incondicionais de Tarantino dizem o contrário. (Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 17 de janeiro de 2013 às 12h45.

"Django Livre" é puro Tarantino. Uma história cheia de referências, com boas interpretações, um cenário de crítica social e política mas, sobretudo, sangue e mais sangue. A pergunta que muitos se fazem é se o banho de sangue ainda é necessário.

Com seu primeiro filme , "Cães de Aluguel" (1992), Quentin Tarantino dá uma injeção de ânimo no público, mesclando brutalidade com um cinema selvagem, divertido, politicamente incorreto e muito bem feito.

Mais de 20 anos se passaram e Tarantino continua explorando uma fórmula que foi aprimorando com "Pulp Fiction - Tempo de Violência", as duas partes de "Kill Bill", "Prova de Morte" e, sobretudo, "Bastardos Inglórios".

Neste último, o americano do Tennessee introduziu uma nova variável: a paródia aberta de um fato tão historicamente controvertido como o nazismo e o Holocausto. O assunto ganhou brilho e forte carga crítica entre jatos de sangue.

Agora, volta a repetir a fórmula em "Django Livre" e, desta vez, o alvo de denúncia é o sistema escravista que imperou nos Estados Unidos até o século XIX.

Durante o lançamento do filme, o diretor comparou a escravidão nos EUA e o quase extermínio da população indígena no país ao Holocausto judeu.

A polêmica serviu para aumentar o interesse por um filme cujo "elemento" mais comercial é Leonardo diCaprio, ator que esbanja interpretação excelente em uma história protagonizada por Christoph Waltz, impecável como caçador de recompensas alemão, e Jamie Foxx, bastante "solto" no personagem de escravo liberto em busca de vingança.


Foxx é Django, um escravo que Dr, Schultz (Waltz) liberta para que o ajude a encontrar criminosos, colaborando, em troca, na busca da mulher do escravo.

A história de vida do personagem protagonista justifica os assassinatos que a dupla comete por toda parte ao capturar e entregar "vivos ou mortos" vários criminosos procurados pela Justiça.

Com um filme bem estruturado, esteticamente impecável, com algumas cenas divertidas, amorais e sensacionais, Tarantino repete o tratamento da violência gratuita de que tanto gosta e que se tornou sua marca registrada na direção.

Paredes jorram sangue, cabeças explodem e um homem é lançado a muitos metros depois de levar um tiro, entre outras cenas que mais lembram histórias em quadrinhos.

Apesar de críticos frequentemente alegarem que não é "necessário" tanto sangue, os fãs incondicionais de Tarantino dizem o contrário.


A dúvida que o filme levanta é se o diretor seria capaz de entreter e divertir tanto se não lançasse mão de tanto sangue e violência.

"Django Livre", que chega amanhã aos cinemas do Brasil depois de ser aclamado por crítica e público nos Estados Unidos, tem ainda uma trilha sonora tão divertida e plural quanto todas de Tarantino.

Composições de Ennio Morricone (incluindo uma canção de "Os abutres têm fome", 1970) e Jerry Goldsmith, músicas interpretadas por nomes como Pat Metheny, James Brown e Johnny Cash e até um tema composto por Jamie Foxx e Rick Ross estão na coletânea.

O entretenimento está garantido. O Oscar, prêmio ao qual tem cinco indicações, é um pouco mais difícil.

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"Django Livre" é puro Tarantino. Uma história cheia de referências, com boas interpretações, um cenário de crítica social e política mas, sobretudo, sangue e mais sangue. A pergunta que muitos se fazem é se o banho de sangue ainda é necessário.

Com seu primeiro filme , "Cães de Aluguel" (1992), Quentin Tarantino dá uma injeção de ânimo no público, mesclando brutalidade com um cinema selvagem, divertido, politicamente incorreto e muito bem feito.

Mais de 20 anos se passaram e Tarantino continua explorando uma fórmula que foi aprimorando com "Pulp Fiction - Tempo de Violência", as duas partes de "Kill Bill", "Prova de Morte" e, sobretudo, "Bastardos Inglórios".

Neste último, o americano do Tennessee introduziu uma nova variável: a paródia aberta de um fato tão historicamente controvertido como o nazismo e o Holocausto. O assunto ganhou brilho e forte carga crítica entre jatos de sangue.

Agora, volta a repetir a fórmula em "Django Livre" e, desta vez, o alvo de denúncia é o sistema escravista que imperou nos Estados Unidos até o século XIX.

Durante o lançamento do filme, o diretor comparou a escravidão nos EUA e o quase extermínio da população indígena no país ao Holocausto judeu.

A polêmica serviu para aumentar o interesse por um filme cujo "elemento" mais comercial é Leonardo diCaprio, ator que esbanja interpretação excelente em uma história protagonizada por Christoph Waltz, impecável como caçador de recompensas alemão, e Jamie Foxx, bastante "solto" no personagem de escravo liberto em busca de vingança.


Foxx é Django, um escravo que Dr, Schultz (Waltz) liberta para que o ajude a encontrar criminosos, colaborando, em troca, na busca da mulher do escravo.

A história de vida do personagem protagonista justifica os assassinatos que a dupla comete por toda parte ao capturar e entregar "vivos ou mortos" vários criminosos procurados pela Justiça.

Com um filme bem estruturado, esteticamente impecável, com algumas cenas divertidas, amorais e sensacionais, Tarantino repete o tratamento da violência gratuita de que tanto gosta e que se tornou sua marca registrada na direção.

Paredes jorram sangue, cabeças explodem e um homem é lançado a muitos metros depois de levar um tiro, entre outras cenas que mais lembram histórias em quadrinhos.

Apesar de críticos frequentemente alegarem que não é "necessário" tanto sangue, os fãs incondicionais de Tarantino dizem o contrário.


A dúvida que o filme levanta é se o diretor seria capaz de entreter e divertir tanto se não lançasse mão de tanto sangue e violência.

"Django Livre", que chega amanhã aos cinemas do Brasil depois de ser aclamado por crítica e público nos Estados Unidos, tem ainda uma trilha sonora tão divertida e plural quanto todas de Tarantino.

Composições de Ennio Morricone (incluindo uma canção de "Os abutres têm fome", 1970) e Jerry Goldsmith, músicas interpretadas por nomes como Pat Metheny, James Brown e Johnny Cash e até um tema composto por Jamie Foxx e Rick Ross estão na coletânea.

O entretenimento está garantido. O Oscar, prêmio ao qual tem cinco indicações, é um pouco mais difícil.

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