O ano em que um atleta saiu das piscinas para a história
Ano de 2012 no esporte será lembrado pelos Jogos Olímpicos de Londres, que entraram para a história por terem transformado em uma lenda o nadador americano Michael Phelps
Da Redação
Publicado em 27 de dezembro de 2012 às 16h20.
O ano de 2012 no esporte será lembrado, sem dúvida, pelos Jogos Olímpicos de Londres, que entraram para a história por terem transformado em uma lenda o nadador americano Michael Phelps, que se aposentou das piscinas aos 27 anos após superar o recorde de medalhas conquistadas da competição.
Para o Brasil, os Jogos foram de frustração e surpresa na natação. A delegação verde-amarela chegou a Londres com um bom número de atletas bem colocados no ranking e credenciada pelas performances nos Campeonatos Mundiais de 2009 e 2011, as melhores que o país já teve.
O início foi promissor. O nadador Thiago Pereira surpreendeu e conquistou a medalha de prata nos 400 metros medley. Sua prova foi memorável: o nadador melhorou seu tempo em dois segundos, mesmo sem traje tecnológico, deixou em terceiro lugar Michael Phelps e sua parcial de peito foi a melhor da história da natação mundial.
A frustração veio em seguida. César Cielo, campeão olímpico em Pequim nos 50 metros livre, nadou para defender seu título na prova mas ficou na terceira colocação. O brasileiro fez um tempo parecido as suas melhores marcas do ano passado, que deram a ele a medalha de ouro no Mundial. O problema é que dessa vez seus adversários se superaram. O francês Florent Manadou ficou com o ouro, e o americano Cullen Jones com a prata. Um resultado relativamente normal, mas que deixou a torcida brasileira com um gosto de derrota.
Com a prata, o bronze e cinco finais disputadas, o Brasil ficou na média de suas participações olímpicas mais recentes. Desde 1980, o país só saiu sem medalhas de Jogos Olímpicos por apenas duas vezes. O recorde de pódios foi em Atlanta 96 (três), e o de finais, em Pequim 2008 (seis).
A grande sensação em Londres foi mesmo Phelps. No dia 31 de julho, o nadador disputou sua primeira final do dia, nos 200 metros borboleta, e ficou com a prata, conquistando assim a 18º medalha olímpica de sua carreira, mesmo número da ginasta Larisa Latynina, que competia pela extinta União Soviética.
O segundo lugar, no entanto, frustrou o nadador, que ficou atrás do sul-afriano Chad Le Clos por apenas cinco centésimos. Momentos depois, ele foi o último competidor da equipe americana a cair na piscina do Centro Aquático Londres para a disputa do revezamento 4x200 metros livre. Terminou em primeiro, os Estados Unidos venceram e Phelps saiu da água com sua 19ª medalha, um novo recorde. No pódio, emocionado, seu olhos se encheram de água. Ele ainda ganharia mais três medalhas nos Jogos, somando seis no total e 22 em sua trajetória olímpica.
Sua estreia foi em Sydney, com apenas 15 anos. Em Atenas, ganhou seis ouros e dois bronzes. Em Pequim, conquistou oito medalhas douradas, superando a histórica marca de sete de Mark Spitz. Em Londres, o americano ficou com o ouro nos 100 metros borboleta, nos 200 metros medley e nos revezamentos 4x100 medley e 4x200 livre, e com a prata nos 200 metros borboleta e no revezamento 4x100 livre.
Mas os Jogos de Londres também tiveram outras façanhas. A chinesa Ye Shiwen, de apenas 16 anos, assombrou o mundo ao bater o recorde mundial e vencer a prova dos 400 metros medley, nadando os últimos 50 metros 17 centésimos mais rápido do que o americano Ryan Lochte na final masculina, realizada no mesmo dia. Nos 200 metros medley, ela conquistou mais um ouro.
As atletas jovens, na verdade adolescentes, foram os destaques da natação feminina. A lituana Ruta Meilutyte, de 15 anos, venceu nos 100 metros peito; a americana Katie Ledecky, também de 15, ganhou o ouro nos 800 metros livre; e a americana Melissa Franklin, de 17, grande aposta para os próximos anos, foi campeã nos 100 e 200 metros costas, e nos revezamentos 4x200 livre e medley.
No masculino, um dos destaques foi o chinês Sun Yang, que bateu o recorde mundial e ganhou o ouro nos 1.500 metros livre, e que venceu também os 400 metros. Outro nome para ser lembrado é o do francês Yannick Agnel, que venceu os 200 metros livre e foi o principal responsável pela brilhante vitória de seu país, superando os EUA, no revezamento 4x100 livre.
O vencedor da maratona aquática masculina (10km) foi o tunisiano Oussama Mellouli, que já tinha ficado com o bronze nos 1.500 metros. No feminino, o ouro foi para a húngara Eva Risztov. A brasileira Poliana Okimoto não suportou as águas frias do lago Serpentine, no Hyde Park, e abandonou a prova devido a uma hipotermia.
Depois de Londres, a competição mais importante do ano foi o Mundial de Piscina Curta, realizado em Istambul, na Turquia. O Brasil ficou com duas medalhas, o primeiro lugar de Nicholas dos Santos nos 50m borboleta e o bronze de Guilherme Guido nos 100m costas.
O maior destaque do Mundial foi Ryan Lochte, que conquistou seis medalhas de ouro, uma de prata, uma de bronze e bateu dois recordes mundiais. No feminino, a estrela do evento foi a húngara Katinka Hosszu, com dois ouros, duas pratas e um bronze.
Na Copa do Mundo de Maratona Aquática, o Brasil obteve um dos seus resultados mais importantes: o primeiro lugar da baiana Ana Marcela Cunha, que confirmou a boa fase ao conquistar o título brasileiro da modalidade.
A natação em águas abertas vem se popularizando e ganhando cada vez mais adeptos no Brasil, país que oferece cenários deslumbrantes para a prática do esporte. Prova disso é o destaque que algumas provas da categoria vem conquistando na mídia. Uma das mais populares, a Travessia dos Fortes, disputada em Copacabana e considerada a São Silvestre dos mares, teve como vencedores Luis Arapiraca, no masculino, e Isabelle Longo, no feminino. E o Desafio Rei e Rainha do Mar, também em Copacabana, já no apagar das luzes de 2012, terminou com a vitória do australiano Trent Grimsey e da americana Ashley Grace Twichell.
E assim 2012 se passou... Mas não há muito tempo para se recuperar o fôlego. No início do ano que vem, os atletas já estarão focados no treinamento para o Campeonato Mundial de Esportes Aquaticos, que será disputado entre 19 de julho e 4 de agosto em Barcelona, na Espanha.
O ano de 2012 no esporte será lembrado, sem dúvida, pelos Jogos Olímpicos de Londres, que entraram para a história por terem transformado em uma lenda o nadador americano Michael Phelps, que se aposentou das piscinas aos 27 anos após superar o recorde de medalhas conquistadas da competição.
Para o Brasil, os Jogos foram de frustração e surpresa na natação. A delegação verde-amarela chegou a Londres com um bom número de atletas bem colocados no ranking e credenciada pelas performances nos Campeonatos Mundiais de 2009 e 2011, as melhores que o país já teve.
O início foi promissor. O nadador Thiago Pereira surpreendeu e conquistou a medalha de prata nos 400 metros medley. Sua prova foi memorável: o nadador melhorou seu tempo em dois segundos, mesmo sem traje tecnológico, deixou em terceiro lugar Michael Phelps e sua parcial de peito foi a melhor da história da natação mundial.
A frustração veio em seguida. César Cielo, campeão olímpico em Pequim nos 50 metros livre, nadou para defender seu título na prova mas ficou na terceira colocação. O brasileiro fez um tempo parecido as suas melhores marcas do ano passado, que deram a ele a medalha de ouro no Mundial. O problema é que dessa vez seus adversários se superaram. O francês Florent Manadou ficou com o ouro, e o americano Cullen Jones com a prata. Um resultado relativamente normal, mas que deixou a torcida brasileira com um gosto de derrota.
Com a prata, o bronze e cinco finais disputadas, o Brasil ficou na média de suas participações olímpicas mais recentes. Desde 1980, o país só saiu sem medalhas de Jogos Olímpicos por apenas duas vezes. O recorde de pódios foi em Atlanta 96 (três), e o de finais, em Pequim 2008 (seis).
A grande sensação em Londres foi mesmo Phelps. No dia 31 de julho, o nadador disputou sua primeira final do dia, nos 200 metros borboleta, e ficou com a prata, conquistando assim a 18º medalha olímpica de sua carreira, mesmo número da ginasta Larisa Latynina, que competia pela extinta União Soviética.
O segundo lugar, no entanto, frustrou o nadador, que ficou atrás do sul-afriano Chad Le Clos por apenas cinco centésimos. Momentos depois, ele foi o último competidor da equipe americana a cair na piscina do Centro Aquático Londres para a disputa do revezamento 4x200 metros livre. Terminou em primeiro, os Estados Unidos venceram e Phelps saiu da água com sua 19ª medalha, um novo recorde. No pódio, emocionado, seu olhos se encheram de água. Ele ainda ganharia mais três medalhas nos Jogos, somando seis no total e 22 em sua trajetória olímpica.
Sua estreia foi em Sydney, com apenas 15 anos. Em Atenas, ganhou seis ouros e dois bronzes. Em Pequim, conquistou oito medalhas douradas, superando a histórica marca de sete de Mark Spitz. Em Londres, o americano ficou com o ouro nos 100 metros borboleta, nos 200 metros medley e nos revezamentos 4x100 medley e 4x200 livre, e com a prata nos 200 metros borboleta e no revezamento 4x100 livre.
Mas os Jogos de Londres também tiveram outras façanhas. A chinesa Ye Shiwen, de apenas 16 anos, assombrou o mundo ao bater o recorde mundial e vencer a prova dos 400 metros medley, nadando os últimos 50 metros 17 centésimos mais rápido do que o americano Ryan Lochte na final masculina, realizada no mesmo dia. Nos 200 metros medley, ela conquistou mais um ouro.
As atletas jovens, na verdade adolescentes, foram os destaques da natação feminina. A lituana Ruta Meilutyte, de 15 anos, venceu nos 100 metros peito; a americana Katie Ledecky, também de 15, ganhou o ouro nos 800 metros livre; e a americana Melissa Franklin, de 17, grande aposta para os próximos anos, foi campeã nos 100 e 200 metros costas, e nos revezamentos 4x200 livre e medley.
No masculino, um dos destaques foi o chinês Sun Yang, que bateu o recorde mundial e ganhou o ouro nos 1.500 metros livre, e que venceu também os 400 metros. Outro nome para ser lembrado é o do francês Yannick Agnel, que venceu os 200 metros livre e foi o principal responsável pela brilhante vitória de seu país, superando os EUA, no revezamento 4x100 livre.
O vencedor da maratona aquática masculina (10km) foi o tunisiano Oussama Mellouli, que já tinha ficado com o bronze nos 1.500 metros. No feminino, o ouro foi para a húngara Eva Risztov. A brasileira Poliana Okimoto não suportou as águas frias do lago Serpentine, no Hyde Park, e abandonou a prova devido a uma hipotermia.
Depois de Londres, a competição mais importante do ano foi o Mundial de Piscina Curta, realizado em Istambul, na Turquia. O Brasil ficou com duas medalhas, o primeiro lugar de Nicholas dos Santos nos 50m borboleta e o bronze de Guilherme Guido nos 100m costas.
O maior destaque do Mundial foi Ryan Lochte, que conquistou seis medalhas de ouro, uma de prata, uma de bronze e bateu dois recordes mundiais. No feminino, a estrela do evento foi a húngara Katinka Hosszu, com dois ouros, duas pratas e um bronze.
Na Copa do Mundo de Maratona Aquática, o Brasil obteve um dos seus resultados mais importantes: o primeiro lugar da baiana Ana Marcela Cunha, que confirmou a boa fase ao conquistar o título brasileiro da modalidade.
A natação em águas abertas vem se popularizando e ganhando cada vez mais adeptos no Brasil, país que oferece cenários deslumbrantes para a prática do esporte. Prova disso é o destaque que algumas provas da categoria vem conquistando na mídia. Uma das mais populares, a Travessia dos Fortes, disputada em Copacabana e considerada a São Silvestre dos mares, teve como vencedores Luis Arapiraca, no masculino, e Isabelle Longo, no feminino. E o Desafio Rei e Rainha do Mar, também em Copacabana, já no apagar das luzes de 2012, terminou com a vitória do australiano Trent Grimsey e da americana Ashley Grace Twichell.
E assim 2012 se passou... Mas não há muito tempo para se recuperar o fôlego. No início do ano que vem, os atletas já estarão focados no treinamento para o Campeonato Mundial de Esportes Aquaticos, que será disputado entre 19 de julho e 4 de agosto em Barcelona, na Espanha.