Nixon é lembrado como visionário em seu centenário
Na capital norte-americana, Nixon é lembrado por sua paranoia e abusos de poder que culminaram na sua renúncia
Da Redação
Publicado em 10 de janeiro de 2013 às 13h06.
Washington - A figura do ex-presidente Richard Nixon foi lembrada na noite de quarta-feira por amigos e discípulos que o definiram como um chefe de Estado "global e visionário" em comemoração ao seu centenário sem, no entanto, mencionar o escândalo do Watergate responsável pela queda do então mandatário.
"É uma honra propor um brinde a Richard Nixon, ao patriota, presidente e, acima de tudo, um pacificador", anunciou Henry Kissinger, braço direito de Nixon para a política externa e considerado o pai das novas relações entre Estados Unidos e China.
O centenário de Nixon não foi lembrado com muito alarde em Washington e não recebeu destaque no noticiário.
Na capital norte-americana, Nixon é lembrado por sua paranoia e abusos de poder que culminaram na sua renúncia, em 1974, tendo sido o único presidente americano a renunciar à presidência.
Mas um jantar de gala em Washington no grande Hotel Mayflower, há apenas algumas quadras da Casa Branca, reuniu seus antigos assessores numa última tentativa de recuperar a imagem do "velho homem" para a história.
"Que tempos foram aqueles, que homem ele foi", enfatizou o redator de discursos que trabalhou para Nixon, Pat Buchanan, que louvou o presidente de número 37 por ter sido o responsável por levar de volta para casa os americanos do Vietnã e por retirar do isolamento diplomático a China maoísta.
A homenagem póstuma foi marcada por elementos de uma cerimônia de posse presidencial com direito a baile e balões das cores branca, vermelha e azul. Convidados também se deliciavam com biscoitos com o selo presidencial.
Em um momento surreal, os convidados cantaram "Parabéns, senhor presidente" e uma projeção da figura de Nixon tocando em um piano na Casa Branca.
O republicano morreu em 1994 aos 81 anos deixando um legado polêmico que não será esquecido, apesar de sua indiscutível política externa marcada por êxitos que tiveram relevância com o tempo.
Kissinger, cujas aparições públicas tem sido cada vez mais raras, disse que Nixon consolidou a política externa que sobreviveu por décadas mesmo após sua queda, além de ter sido pioneiro nos tratados de controle de armas nucleares com a União Soviética.
"Em muitas ocasiões, testemunhei Richard Nixon tomando decisões contrárias às opiniões de seus conselheiros e, às vezes, da maioria dos assessores ao seu redor, além de enfrentar grande oposição por parte da mídia", comentou o seu secretário de Estado e conselheiro de segurança nacional de 89 anos.
"É preciso ter coragem para trilhar um caminho solitário", declarou Kissinger ao frisar que o ex-chefe de Estado norte-americano foi capaz de consolidar sua imagem para a posteridade muitas vezes enfrentando momentos conturbados no final do século 20.
Entre os convidados da cerimônia, que deve ter sido talvez o último grande encontro dos amigos e discípulos de Nixon, estava Hubert Perry, de 99 anos, que jogou futebol com Nixon na equipe da escola.
As filhas de Nixon, Tricia e Julie, e membros de sua equipe ainda vivos relembraram os bons tempos e homenagearam seu chefe na época. Mesmo assim, a sombra do Watergate não desapareceu e pairou sobre toda a noite de festa.
Buchanan foi o único a fazer insinuações sobre o escândalo do Watergate , usanado as palavras de Nick Carraway no romance "O Grande Gatsby", de Francis Scott Fitzgerald, de que Nixon era um homem melhor do que seus atormentadores.
"São pessoas podres, você é melhor que todas aquelas pessoas juntas", salientou Buchanan.
Nixon atuou como vice-presidente no governo de Dwight Eisenhower e superou várias reviravoltas políticas após fracassar nas eleições presidenciais na disputa política para John Kennedy, em 1960. Ele finalmente chegou à Casa Branca em 1968.
Reeleito em 1972, o republicano teve que renunciar após encobrir um desvio efetuado por agentes da sua campanha de reeleição na sede do Comitê Nacional Democrático no edifício Watergate, em Washington.
Se não fosse pelo escândalo, ele talvez teria sido lembrado como um dos presidentes americanos mais bem sucedidos graças às suas realizações no âmbito internacional.
Já aposentado, Nixon promoveu uma campanha que conseguiu parcialmente minimizar sua culpa. Ele atuou como conselheiro secreto de muitos presidentes e viajou o mundo para reunir-se com líderes, incluindo dirigentes da Rússia e China.
Em 2013, a Fundação Nixon está organizando as celebrações de seu centenário e irá promover uma viagem à China para marcar a visita histórica do ex-presidente à Beijing e encontros com o líder comunista Mao tse tung, em 1972.
Washington - A figura do ex-presidente Richard Nixon foi lembrada na noite de quarta-feira por amigos e discípulos que o definiram como um chefe de Estado "global e visionário" em comemoração ao seu centenário sem, no entanto, mencionar o escândalo do Watergate responsável pela queda do então mandatário.
"É uma honra propor um brinde a Richard Nixon, ao patriota, presidente e, acima de tudo, um pacificador", anunciou Henry Kissinger, braço direito de Nixon para a política externa e considerado o pai das novas relações entre Estados Unidos e China.
O centenário de Nixon não foi lembrado com muito alarde em Washington e não recebeu destaque no noticiário.
Na capital norte-americana, Nixon é lembrado por sua paranoia e abusos de poder que culminaram na sua renúncia, em 1974, tendo sido o único presidente americano a renunciar à presidência.
Mas um jantar de gala em Washington no grande Hotel Mayflower, há apenas algumas quadras da Casa Branca, reuniu seus antigos assessores numa última tentativa de recuperar a imagem do "velho homem" para a história.
"Que tempos foram aqueles, que homem ele foi", enfatizou o redator de discursos que trabalhou para Nixon, Pat Buchanan, que louvou o presidente de número 37 por ter sido o responsável por levar de volta para casa os americanos do Vietnã e por retirar do isolamento diplomático a China maoísta.
A homenagem póstuma foi marcada por elementos de uma cerimônia de posse presidencial com direito a baile e balões das cores branca, vermelha e azul. Convidados também se deliciavam com biscoitos com o selo presidencial.
Em um momento surreal, os convidados cantaram "Parabéns, senhor presidente" e uma projeção da figura de Nixon tocando em um piano na Casa Branca.
O republicano morreu em 1994 aos 81 anos deixando um legado polêmico que não será esquecido, apesar de sua indiscutível política externa marcada por êxitos que tiveram relevância com o tempo.
Kissinger, cujas aparições públicas tem sido cada vez mais raras, disse que Nixon consolidou a política externa que sobreviveu por décadas mesmo após sua queda, além de ter sido pioneiro nos tratados de controle de armas nucleares com a União Soviética.
"Em muitas ocasiões, testemunhei Richard Nixon tomando decisões contrárias às opiniões de seus conselheiros e, às vezes, da maioria dos assessores ao seu redor, além de enfrentar grande oposição por parte da mídia", comentou o seu secretário de Estado e conselheiro de segurança nacional de 89 anos.
"É preciso ter coragem para trilhar um caminho solitário", declarou Kissinger ao frisar que o ex-chefe de Estado norte-americano foi capaz de consolidar sua imagem para a posteridade muitas vezes enfrentando momentos conturbados no final do século 20.
Entre os convidados da cerimônia, que deve ter sido talvez o último grande encontro dos amigos e discípulos de Nixon, estava Hubert Perry, de 99 anos, que jogou futebol com Nixon na equipe da escola.
As filhas de Nixon, Tricia e Julie, e membros de sua equipe ainda vivos relembraram os bons tempos e homenagearam seu chefe na época. Mesmo assim, a sombra do Watergate não desapareceu e pairou sobre toda a noite de festa.
Buchanan foi o único a fazer insinuações sobre o escândalo do Watergate , usanado as palavras de Nick Carraway no romance "O Grande Gatsby", de Francis Scott Fitzgerald, de que Nixon era um homem melhor do que seus atormentadores.
"São pessoas podres, você é melhor que todas aquelas pessoas juntas", salientou Buchanan.
Nixon atuou como vice-presidente no governo de Dwight Eisenhower e superou várias reviravoltas políticas após fracassar nas eleições presidenciais na disputa política para John Kennedy, em 1960. Ele finalmente chegou à Casa Branca em 1968.
Reeleito em 1972, o republicano teve que renunciar após encobrir um desvio efetuado por agentes da sua campanha de reeleição na sede do Comitê Nacional Democrático no edifício Watergate, em Washington.
Se não fosse pelo escândalo, ele talvez teria sido lembrado como um dos presidentes americanos mais bem sucedidos graças às suas realizações no âmbito internacional.
Já aposentado, Nixon promoveu uma campanha que conseguiu parcialmente minimizar sua culpa. Ele atuou como conselheiro secreto de muitos presidentes e viajou o mundo para reunir-se com líderes, incluindo dirigentes da Rússia e China.
Em 2013, a Fundação Nixon está organizando as celebrações de seu centenário e irá promover uma viagem à China para marcar a visita histórica do ex-presidente à Beijing e encontros com o líder comunista Mao tse tung, em 1972.