Guerra cobra fim de racha interno no PSDB
"Não podemos disputar a eleição presidencial daqui a quatro anos com o partido debilitado como está", afirma o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra
Da Redação
Publicado em 2 de abril de 2011 às 15h04.
Belo Horizonte - O presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), abriu a reunião com os oito governadores tucanos hoje, em Belo Horizonte, com um alerta: "Não podemos disputar a eleição presidencial daqui a quatro anos com o partido debilitado como está". Candidato único à sua própria reeleição, Guerra aproveitou a reunião dos comandantes do PSDB nos Estados para cobrar o fim do racha interno que, a seu ver, imobiliza a legenda. "Chamo a atenção dos governadores porque precisamos de mobilidade do partido que, neste momento, infelizmente, está sem unidade".
À despeito da boa avaliação obtida pela presidente Dilma Rousseff na pesquisa CNI/Ibope desta semana, com 73% de aprovação pessoal, o presidente do PSDB disse que daria nota mediana ao governo. "Um glorioso 5". Ele destacou que a presidente tem adotado um discurso que agrada a oposição, por ter "subscrito capítulos" do discurso do adversário tucano José Serra, no que se refere à política externa e à preocupação com a gestão. "Mas uma coisa são palavras e outra é a ação", destacou, desfiando um rosário de críticas ao governo que "promoveu cortes orçamentários sem fixar prioridades, aumentou seu poder de arbítrio para controlar o Congresso e opera com um ministério muito fraco". Tanto é assim, completou, que a inflação "está voltando como Serra disse na campanha".
Outro sinal claro de que a boa performance da presidente Dilma neste início de governo não intimidará o tucanato foi dado pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), que ficou fora da reunião, mas participou do almoço com os governadores. Ele já chegou ao encontro dizendo que não se intimida com essas primeiras avaliações e elevou o tom das críticas ao governo. Antecipou, assim, a linha do primeiro grande discurso de oposição ao governo que fará da tribuna do Senado na quarta-feira, para "dar uma sinalização às bases tucanas, unificando o discurso, e potencializar o que ficou acertado com os governadores",
Lembrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve a responsabilidade de manter a política macroeconômica do governo anterior, o que foi fundamental para que seu governo obtivesse avanço, e que a presidente Dilma vai na mesma direção. Em seguida, observou que do ponto de vista estrutural não houve avanço nenhum na administração atual. "Como se pode falar em gestão de qualidade com 40 ministérios, onde a composição do governo segue a mesma e perversa lógica da ocupação compartimentada dos aliados, dos feudos partidários para que se tenha os votos no Congresso"?, indagou Aécio. Ele entende que a concepção e a máquina do PT não permitem que se faça uma gestão profissional, porque o partido promove o aparelhamento da estrutura pública. E lembrou que a expectativa de que com a nova presidente o governo seria mais enxuto caiu por terra, quando em vez de reduzir os 37 ministérios, ela criou mais dois.
E também citou o risco inflacionário que o PSDB, a partir do governo Itamar Franco, "domou com muito vigor". A seu ver, a ameaça da inflação retorna agora como um fantasma a pairar sobre o Brasil, diante do aumento abusivo dos gastos públicos.
Antes de a reunião começar, o presidente do PSDB deixou clara, em entrevista, sua convicção de que o partido só se fortalecerá se conseguir montar uma executiva nacional unitária e com força política real para administrar os problemas nos Estados, Indagado sobre a avaliação predominante entre os mineiros de que sua reeleição seria o primeiro passo para a candidatura Aécio Neves a presidente em 2014, Guerra disse que o mandato da próxima direção tem que ser dedicado à reestruturação do partido e, para não deixar dúvida de seu empenho pela unidade, enfatizou que "não há PSDB sem que o Serra esteja junto".
"Quem for presidente tem que ter força para quebrar estruturas que impedem o partido de crescer abrir o partido à comunicação e construir um partido que possa enfrentar uma campanha presidencial. Esta não é a preocupação desta executiva, mas deverá ser a da próxima", afirmou. Ele entende que em algumas áreas o partido está fraco e precisa ser reestruturado, "refundado" mesmo, como propôs Aécio. Na fala aos governadores, citou especialmente o Nordeste. Lembrou que a única vitória do partido na reunião - a reeleição do governador de Alagoas Teotônio Vilela - deu-se graças ao bom governo que ele havia feito, pois a campanha revelou-se um "verdadeiro massacre" sobre a oposição.
Belo Horizonte - O presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), abriu a reunião com os oito governadores tucanos hoje, em Belo Horizonte, com um alerta: "Não podemos disputar a eleição presidencial daqui a quatro anos com o partido debilitado como está". Candidato único à sua própria reeleição, Guerra aproveitou a reunião dos comandantes do PSDB nos Estados para cobrar o fim do racha interno que, a seu ver, imobiliza a legenda. "Chamo a atenção dos governadores porque precisamos de mobilidade do partido que, neste momento, infelizmente, está sem unidade".
À despeito da boa avaliação obtida pela presidente Dilma Rousseff na pesquisa CNI/Ibope desta semana, com 73% de aprovação pessoal, o presidente do PSDB disse que daria nota mediana ao governo. "Um glorioso 5". Ele destacou que a presidente tem adotado um discurso que agrada a oposição, por ter "subscrito capítulos" do discurso do adversário tucano José Serra, no que se refere à política externa e à preocupação com a gestão. "Mas uma coisa são palavras e outra é a ação", destacou, desfiando um rosário de críticas ao governo que "promoveu cortes orçamentários sem fixar prioridades, aumentou seu poder de arbítrio para controlar o Congresso e opera com um ministério muito fraco". Tanto é assim, completou, que a inflação "está voltando como Serra disse na campanha".
Outro sinal claro de que a boa performance da presidente Dilma neste início de governo não intimidará o tucanato foi dado pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), que ficou fora da reunião, mas participou do almoço com os governadores. Ele já chegou ao encontro dizendo que não se intimida com essas primeiras avaliações e elevou o tom das críticas ao governo. Antecipou, assim, a linha do primeiro grande discurso de oposição ao governo que fará da tribuna do Senado na quarta-feira, para "dar uma sinalização às bases tucanas, unificando o discurso, e potencializar o que ficou acertado com os governadores",
Lembrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve a responsabilidade de manter a política macroeconômica do governo anterior, o que foi fundamental para que seu governo obtivesse avanço, e que a presidente Dilma vai na mesma direção. Em seguida, observou que do ponto de vista estrutural não houve avanço nenhum na administração atual. "Como se pode falar em gestão de qualidade com 40 ministérios, onde a composição do governo segue a mesma e perversa lógica da ocupação compartimentada dos aliados, dos feudos partidários para que se tenha os votos no Congresso"?, indagou Aécio. Ele entende que a concepção e a máquina do PT não permitem que se faça uma gestão profissional, porque o partido promove o aparelhamento da estrutura pública. E lembrou que a expectativa de que com a nova presidente o governo seria mais enxuto caiu por terra, quando em vez de reduzir os 37 ministérios, ela criou mais dois.
E também citou o risco inflacionário que o PSDB, a partir do governo Itamar Franco, "domou com muito vigor". A seu ver, a ameaça da inflação retorna agora como um fantasma a pairar sobre o Brasil, diante do aumento abusivo dos gastos públicos.
Antes de a reunião começar, o presidente do PSDB deixou clara, em entrevista, sua convicção de que o partido só se fortalecerá se conseguir montar uma executiva nacional unitária e com força política real para administrar os problemas nos Estados, Indagado sobre a avaliação predominante entre os mineiros de que sua reeleição seria o primeiro passo para a candidatura Aécio Neves a presidente em 2014, Guerra disse que o mandato da próxima direção tem que ser dedicado à reestruturação do partido e, para não deixar dúvida de seu empenho pela unidade, enfatizou que "não há PSDB sem que o Serra esteja junto".
"Quem for presidente tem que ter força para quebrar estruturas que impedem o partido de crescer abrir o partido à comunicação e construir um partido que possa enfrentar uma campanha presidencial. Esta não é a preocupação desta executiva, mas deverá ser a da próxima", afirmou. Ele entende que em algumas áreas o partido está fraco e precisa ser reestruturado, "refundado" mesmo, como propôs Aécio. Na fala aos governadores, citou especialmente o Nordeste. Lembrou que a única vitória do partido na reunião - a reeleição do governador de Alagoas Teotônio Vilela - deu-se graças ao bom governo que ele havia feito, pois a campanha revelou-se um "verdadeiro massacre" sobre a oposição.