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Commodities serão destaque em reunião dos BRICs

O Brasil se opôs frontalmente a qualquer tentativa de restrição à cotação das commodities no mercado internacional

O objetivo é buscar consenso entre os integrantes do bloco antes do encontro de cúpula do G-20, marcado para Cannes em novembro (Vale)

O objetivo é buscar consenso entre os integrantes do bloco antes do encontro de cúpula do G-20, marcado para Cannes em novembro (Vale)

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Da Redação

Publicado em 11 de maio de 2011 às 16h58.

Pequim - A flutuação no preço das commodities será um dos pontos da pauta da reunião de cúpula que os países dos BRICs vão realizar na China no dia 14 de abril, ao lado da reforma do sistema financeiro internacional, mudança climática e desenvolvimento sustentável.

A agenda foi apresentada hoje em Pequim pelo ministro-adjunto de Relações Exteriores, Wu Hailong, segundo o qual os países dos BRICS possuem preocupações similares em relação à economia global.

No caso do preço das commodities, o objetivo é buscar consenso entre os integrantes do bloco antes do encontro de cúpula do G-20, marcado para Cannes em novembro. O controle do mercado internacional de commodities foi colocado como uma das prioridades da presidência francesa do G-20.

"Nós esperamos que os líderes dos cinco países possam adotar uma posição conjunta e alcançar um amplo consenso em relação a essa questão", declarou Wu, sem explicitar qual é a posição chinesa. Além de Brasil, Rússia, Índia e China, a reunião do dia 14 terá pela primeira vez a participação da África do Sul.

O Brasil se opôs frontalmente a qualquer tentativa de restrição à cotação das commodities no mercado internacional, posição que deverá se repetir no encontro dos BRICs.

Wu ressaltou que o sistema de câmbio chinês - criticado por vários países, incluindo o Brasil - não estará na pauta do encontro, que ocorrerá na ilha de Hainan, na região sul. A China mantém sua moeda artificialmente depreciada em relação ao dólar, o que torna suas exportações mais competitivas que a de países que possuem câmbio flutuante, como o Brasil.

A sigla BRIC foi criada em 2001 pelo economista Jim O'Neill, do banco de investimentos Goldman Sachs, em análise sobre os mercados emergentes que cresceriam mais rapidamente no século XXI.

A África do Sul foi admitida no grupo no ano passado e outras nações gostariam de entrar no clube. "Vários países emergentes já manifestaram interesse em aderir. Isso mostra a vitalidade dos BRICs", afirmou Wu.

Segundo ele, os cinco países possuem mais de 40% da população mundial, têm uma fatia de 18% do PIB global e respondem por 15% do comércio.

O ministro-adjunto chinês ressaltou que o grupo não é um organismo internacional, mas sim uma plataforma de cooperação em temas de interesse comum. Por isso, não seria necessária a criação de uma secretaria permanente para administrar seu funcionamento.

A primeira cúpula dos BRICs foi realizada em junho de 2009 em Ecaterimburgo, na Rússia. A segunda ocorreu em abril do ano passado em Brasília.

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