Com 2 700 quilômetros de extensão ao longo de cinco estados, de Minas Gerais a Alagoas, o São Francisco detém 70% da disponibilidade hídrica do nordeste - que guarda apenas 3% da reserva de água doce do país.
Objeto de estudo de governos desde o final do século dezenove, o projeto de desvio de suas águas em direção ao semiárido nordestino só saiu do papel em 2007, durante o governo Lula, e chega ao décimo ano de obra mais perto do fim - e ao custo de mais de nove bilhões de reais.
Dividida em dois longos canais – o eixo norte e o eixo leste – a transposição levará 1,4% da vazão do rio São Francisco, a partir de Pernambuco, a rios intermitentes do próprio estado, e também para a Paraíba, ao Ceará e ao Rio Grande do Norte.
Por meio do eixo leste, que passa por Pernambuco e chega até a Paraíba, a água já chegou à cidade de Monteiro, na Paraíba, no último dia 10 de março.
A expectativa é que ela preencha o reservatório de Boqueirão, que atende a região metropolitana de Campina Grande e está à beira do colapso depois de cinco anos consecutivos de seca na região – a pior seca em 100 anos.
Hoje, mais de 700 municípios do nordeste estão em situação de emergência por falta d’água. A expectativa é que as águas do Rio São Francisco cheguem a 390 cidades do nordeste – e abasteçam 12 milhões de pessoas.