Um litro de gasolina por apenas onze centavos. Uma notícia dessas faria a felicidade de muita gente, mas infelizmente não é aqui no Brasil que o combustível tem esse preço. O valor é cobrado na Venezuela, país com a gasolina mais barata do mundo. Claro que lá é contabilizado na moeda oficial do país, o bolívar venezuelano, mas quando fazemos a conversão, a quantidade é equivalente aos 11 centavos do nosso real.
Mas não para por aí, além do preço do combustível já ser bem maior por aqui, chegou aos postos brasileiro agora no mês de agosto a Nova Gasolina. E aí eu tenho uma notícia boa e uma ruim para você. A ruim é que o novo combustível é ainda mais caro do que já estávamos acostumados. A boa é que ele promete ser muito melhor. Será que isso é verdade? É o que nós vamos te mostrar no Examinando de hoje.
Eu sei que você sofre internamente toda vez que precisa parar no posto para abastecer o carro. Dói no bolso, não é? Mas eu preciso te contar que apesar de estar longe de ser um dos países com a gasolina mais barata do mundo, o Brasil também está longe de ser o lugar com a gasolina mais cara. Nós estamos mais ou menos na metade do caminho com o litro custando em média 4 reais. Em um extremo dessa linha nós temos a Venezuela com 11 centavos por litro, como já falamos, e no outro extremo está o Zimbábue, onde cada litro da gasolina custa em média 15 reais.
Além de já fazer parte do seu dia a dia, o combustível também ganhou destaque nas últimas semanas porque a nova gasolina chegou aos postos do país. Mas qual é a diferença do produto, o que ele promete e por que o preço aumentou? A gasolina é formada por diversas substâncias que são colocadas em quantidades e condições específicas, como a temperatura, para virar o combustível que nós conhecemos.
Quando falamos que o Brasil passou a ter uma nova gasolina, não significa que é um produto totalmente novo e revolucionário. Na verdade, só significa que essas especificações de quantidades e condições das substâncias mudaram. Quem define cada detalhe desse é um órgão regulador chamado Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, a ANP. E foi ela que alterou essas regras sobre a gasolina. Mas o que muda exatamente?
Bom, o primeiro ponto é o peso da gasolina. De acordo com as novas regras da ANP, agora o líquido precisa ter uma densidade mínima estabelecida. Antes dessa regulação não tinha exigência dessa massa mínima. Essa nova regra é boa porque quando a gasolina é muito leve, ou seja, tem uma densidade muito baixa, o veículo consome mais combustível pra render o mesmo tanto.
Outra novidade é que agora foi adotado um padrão na contagem da octanagem da gasolina. A octanagem é o nível de resistência da gasolina à combustão no motor. Se o combustível tem uma octanagem maior, ele vai resistir e demorar mais a queimar dentro do motor, então pela lógica, ou pela física, significa que aquela gasolina vai render mais e ser o mais eficiente possível. Além disso, especialistas também apontam que a octanagem mais alta ajuda a preservar os motores.
Na verdade, o objetivo dessas alterações é tornar a gasolina vendida aqui no Brasil de melhor qualidade e com um desempenho maior. De acordo com a Anfavea, que é a associação das fabricantes de veículos, essas mudanças fazem com que o combustível brasileiro se modernize e se aproxime dos padrões europeus. A ideia é que a partir dessas mudanças, as montadoras possam fabricar novos veículos com motores mais econômicos, menos poluentes e mais eficientes. E nos automóveis de agora, pode aumentar a vida útil do motor.
Mas, como tudo tem um preço, é claro que essa melhora na qualidade não viria de graça. A Petrobras informou que a nova gasolina deve sim ser mais cara, mas também disse que esse aumento de preço vai ser compensado pelo maior desempenho do produto. Ou seja, apesar de o motorista pagar mais pelo combustível, o veículo rodará mais quilômetros com um litro de gasolina.
A previsão é de que a melhora na qualidade vai permitir uma redução de 4 a 6% no consumo de gasolina por quilômetro rodado. Pelo menos é o que diz a Petrobras. Além disso, outra previsão é de que a nova gasolina ainda deve ajudar na redução de emissões de gases poluentes. Cada litro consumido gera uma quantidade de gás carbônico. Com um consumo 4% menor, as emissões também devem cair 4%.
No fim das contas, será que a nova gasolina vale a pena em relação a custo benefício?