YouTube remove vídeo de fundação do Itamaraty por ameaça de danos graves
Conteúdo publicado pela Funag questionava o uso de máscaras para evitar a propagação do novo coronavírus
Rodrigo Loureiro
Publicado em 14 de outubro de 2020 às 12h08.
O YouTube removeu um vídeo da Fundação Alexandre Gusmão (Funag), ligada ao Ministério das Relações Exteriores, de sua plataforma. O vídeo em questão era uma palestra chamada de “a nocividade do uso de máscaras” e indicava supostos perigos no uso do acessório recomendado por órgãos de saúde de todo o planeta para ajudar a evitar a propagação do novo coronavírus .
O conteúdo foi classificado no YouTube como nocivo e que poderia “causar danos físicos graves ou morte”. Desta maneira, o vídeo foi retirado por violar os termos de uso da plataforma.
A palestra em questão foi ministrada por Carlos Ferraz, professor do curso de Filosofia da Universidade Federal de Pelotas. Ferraz também é funcionário da Secretaria Nacional da Juventude do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. No vídeo, ele diz que “a máscara não só é inócua no combate à pandemia, mas é também é também nociva, causa problemas de saúde”.
A fala de Ferraz não reflete a verdade. Órgãos de saúde de todo planeta recomendam o uso da máscara para evitar que gotículas de saliva contaminadas com o novo coronavírus ou outros vírus sejam transmitidas entre pessoas. Vale até fazer suas próprias máscaras em casa.
Em nota, o YouTube afirmou que “tem políticas claras sobre o tipo de conteúdo que pode estar na plataforma e não permite vídeos que incentivam atividades que possam causar danos físicos graves ou morte”. A companhia também informou que “se o proprietário do canal achar que teve um conteúdo removido erroneamente (...) é possível contestar a decisão até 30 dias após a emissão do alerta ou aviso”.
A Funag, que faz parte do Itamaraty, tem realizado uma série de seminários online com vídeos que questionam informações divulgadas por autoridades científicas que atuam no combate ao novo coronavírus, além de criticar órgãos como a Organização Mundial da Saúde. Por vezes, os vídeos contam com a participação de conhecidos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.