Xiaomi: fabricante chinesa de smartphones conseguiu vender mais smartphones fora da China (SOPA Images / Colaborador/Getty Images)
Rodrigo Loureiro
Publicado em 26 de agosto de 2020 às 10h57.
Última atualização em 26 de agosto de 2020 às 11h59.
A Xiaomi anunciou nesta quarta-feira (26) os resultados referentes ao segundo trimestre deste ano. A companhia aumentou seu faturamento em 3,1% ante o mesmo trimestre de 2019, o que rendeu uma receita líquida de 53,5 bilhões de yuan – algo em torno de 7,7 bilhões de dólares. O lucro mais do que dobrou, subindo 129,8% e atingindo 4,5 bilhões de yuan (algo próximo de 650 milhões de dólares).
Os números ficaram acima das expectativas dos analistas, o que agradou o mercado. As ações da companhia listadas na bolsa de valores de Hong Kong (1810.HK) fecharam em alta de 5,74%. Desde o começo do ano as ações da empresa já subiram mais de 70%. O valor de mercado da Xiaomi nesta quarta-feira era de 461,2 bilhões de dólares.
Um dos motivos para a alta foi o aumento de 99,2% na venda de smartphones fora da China. E isso foi obtido mesmo com o setor tendo reportado queda de 1,2% no período. O faturamento da divisão de smartphones da fabricante chinesa foi de 31,6 bilhões de yuan (5 bilhões de dólares) no trimestre. Foram comercializados 28,3 milhões de aparelhos no período, contra 32,1 milhões do mesmo trimestre do ano anterior.
Desta forma, a Xiaomi aumentou sua receita total de vendas no exterior em 10% no período. Com esse acréscimo, quase metade da receita (44,9%) da companhia chinesa é obtida fora da China. É algo positivo para a empresa na tentativa de competir no mercado ocidental contra gigantes como Huawei, Apple e Samsung.
Vale destacar ainda que os resultados das vendas no exterior foram obtidos mesmo com um aumento de preço de 11,8% no período em relação aos valores praticados em 2019 para a linha premium de smartphones da companhia. Ou seja, a Xiaomi não precisou reduzir o preço de seus aparelhos para vender mais. Pelo contrário, vendeu mais mesmo com celulares mais caros.
Os números mostram que a estratégia da Xiaomi de apoiar seu crescimento em mercados internacionais vem dando resultados – mesmo com o novo coronavírus. Por conta da crise da pandemia, a companhia ainda enfrenta algumas restrições comerciais em um de seus principais mercados, a Índia.
De acordo com a consultoria Statista, a Xiaomi foi responsável por 10,2% do comércio global de smartphones no segundo trimestre de 2020, ficando em quarto lugar no ranking geral. A líder é a Huawei, com uma fatia de 20% das vendas. Samsung, com 19,5%, e Apple, com 13,5%, seguem na sequência.
*Esta matéria foi alterada às 11h59 para corrigir o valor do lucro da Xiaomi