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WWF anuncia descoberta de mais de 300 espécies no Mekong

Cientistas identificaram 367 novas espécies animais e vegetais no Grande Mekong desde 2012, que já correm o risco de desaparecer

Serpente com "máscara do Zorro": espécies acabaram de ser identificadas (John C. Murphy/AFP)
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Da Redação

Publicado em 6 de junho de 2014 às 14h47.

Hanói - De um esquilo-voador gigante a uma serpente com máscara do Zorro, cientistas identificaram 367 novas espécies animais e vegetais no Grande Mekong desde 2012, que, apesar de terem acabado de ser identificadas, já correm o risco de desaparecer, segundo um novo relatório do Fundo Mundial para a Natureza (WWF).

"Estas descobertas situam o Mekong na lista das regiões mais ricas em biodiversidade do planeta", declarou Thomas Gray, especialista do WWF nesta região, que abrange Vietnã, Camboja, Laos, Tailândia, Mianmar e a província chinesa de Yunnan.

"Se quisermos evitar que estas novas espécies em risco de desaparecer entrem em extinção, e se quisermos manter a esperança de descobrir outras criaturas fascinantes nos próximos anos, é primordial que os governos invistam na preservação e em estratégias de desenvolvimento verdes", acrescentou em um comunicado publicado esta semana.

O informe responsabilizou, sobretudo, o comércio ilegal de espécies silvestres, que rende US$ 16 bilhões anualmente. O desenvolvimento predatório e a demanda voraz por carne de animais silvestres e madeiras exóticas também representam uma ameaça para as novas espécies, alertou a ONG.

"O comércio de espécies silvestres, incentivado tanto pelo consumo local quanto pelo mercado mundial de produtos selvagens de luxo, é uma das maiores ameaças à biodiversidade na região do Mekong", destacou o informe.

A maioria das 367 novas espécies identificadas em 2012 e 2013 são vegetais, mas também há 24 peixes, 21 anfíbios, 28 répteis, uma ave e três mamíferos.

Entre os animais descobertos de destacam um esquilo-voador gigante com pelo branco e avermelhado, encontrado em um mercado no Laos, e que nunca foi encontrado na natureza.

Os cientistas também descobriram um morcego com nariz carnudo na ilha de Cat Ba, no Vietnã, assim como uma lagartixa voadora, um lagarto arco-íris, uma cobra d'água cujo padrão da pele lembra a máscara do Zorro, um peixe minúsculo que têm os órgãos sexuais atrás da boca e, ainda, uma aranha cega.

A região do Grande Mekong faz parte de uma das cinco reservas da biodiversidade mais ameaçadas do mundo. Segundo Thomas Gray, o sudeste asiático tem a maior proporção de espécies de mamíferos terrestres ameaçadas de extinção do que qualquer outra região do mundo.

A biodiversidade vietnamita sofre uma "incrível pressão humana", disse à AFP Jodi Rowley, especialista em anfíbios do Museu Australiano de Sydney.

O Vietnã luta para preservar sua biodiversidade, mas em 2012 o WWF informou que o país é um dos maiores agressores por fracassar em reprimir o comércio de espécies ameaçadas, uma acusação que autoridades do país refutaram.

São Paulo - O Instituto Internacional para a Exploração de Espécies, da Universidade do Arizona, lançou nesta quinta (22), Dia Mundial da Biodiversidade , o seu “Top 10” de novas espécies de animais, plantas e fungos que mais causaram frenesi no ano passado. Tão vasta quanto surpreendente, a lista é mais uma prova da necessidade urgente de se preservar a rica biodiversidade do Planeta . De um mamífero carnívoro com cara de ursinho, passando por uma árvore de 12 metros de altura com nome que parece saído da série Game of Thrones, a uma anêmona que vive sob uma geleira da Antártida, conheça nos próximos slides as espécies recém-descobertas mais incríveis.
  • 2. Olinguito, um carnívoro tímido

    2 /12(Mark Gurney / CC BY 3.0)

  • Veja também

    Nome: Bassaricyon neblina O olinguito parece ser fruto do cruzamento entre um gato e um ursinho de pelúcia de olhos arregalados. Ele vive secretamente no alto de árvores em florestas das montanhas dos Andes na Colômbia e no Equador. É o primeiro novo mamífero carnívoro descrito no hemisfério ocidental em 35 anos.
  • 3. Anêmona Andrill

    3 /12(SCINI/ Marymegan Daly)

  • Nome: Edwardsiella andrillae Essa espécie de anêmona do mar vive sob a geleira Ross, na Antártida. Não está claro como a espécie resiste às duras condições de seu habitat. Ela é a primeira espécie de anêmona do mar que vive no gelo da qual os cientistas têm registro. Foi descoberta pelo Programa de Perfuração Geological Antártida, chamado ANDRILL, daí seu nome. Vistas de perto, são crituras de menos de 2,5 centímetros de comprimento com corpo amarelo pálido e cerca de duas dezenas de tentáculos.
  • 4. Caramujo das cavernas

    4 /12(Divulgação/Jana Bedek)

    Nome: Zospeum tholussum Quem move-se devagar quase parando e vive em completa escuridão 900 metros abaixo da superfície nas profundezas das cavernas Lukina Jama-Trojama da Croácia? É o caramujo Zospeum tholussum. Ele é cego – já que olhos não são necessários na escuridão total - e não tem pigmentação na concha, o que lhe confere aparência fantasmagórica. Mesmo para os padrões de um caracol, o Zospeum tholussum move-se lentamente, arrastando-se apenas alguns milímetros ou centímetros por semana. Os cientistas suspeitam que esses pequenos caramujos, medindo apenas 2 milímetros de comprimento, viajam em correntes de água ou pegam carona nos outros animais das cavernas, como morcegos ou grilos, para viajar longas distâncias.
  • 5. Camarão esqueleto

    5 /12( SINC/J.M. Guerra-García)

    Nome: Liropus minusculus Este minúsculo camarão, o menor no gênero, foi identificado entre as amostras coletadas de uma caverna na ilha de Santa Catalina, na costa do Sul da Califórnia. Parte de uma família marinha conhecida como camarão esqueleto, esta nova espécie tem uma aparência estranha e translúcida que se assemelha a uma estrutura óssea. O espécime masculino mede apenas 3,3 milímetros e a fêmea é ainda menor, com 2,1 milímetros.
  • 6. Dragoeiro de Kaweesak

    6 /12(Paul Wilkin)

    Nome: Dracaena kaweesakii Soando a algo saído da série Game of Thrones, esta planta atinge 12 metros de altura e é difícil acreditar que tenha passado despercebida por tanto tempo. O dragoeiro é encontrado nas montanhas de pedra calcária das Províncias Loei e Lop Buri, na Tailândia e também pode ser encontrado nas proximidades de Burma. Folhas bonitas e suaves, em forma de espada, com bordas brancas e flores de cor creme com brilhantes filamentos alaranjados são suas principais características.
  • 7. Gecko cauda de folha

    7 /12(Conrad Hoskin)

    Nome: Saltuarius eximius Não é fácil de detectar este gecko (parte de uma família de répteis escamados), encontrado nas florestas tropicais no nordeste da Austrália. Sua cauda larga é empregada como parte de sua camuflagem. Com os membros mais longos, um corpo mais esbelto e olhos maiores do que outras espécies Saltuarius, este tem uma coloração malhada que lhe permite misturar-se com os arredores. Nativo das florestas e habitats rochosos, este gecko adora a noite.
  • 8. Laranja Penicillium, um novo fungus

    8 /12(Cobus M. Visagie e Jan Dijksterhuis)

    Nome: Penicillium vanoranjei Distinguido pela cor laranja brilhante que exibe quando em colônias, este fungo foi nomeado em homenagem à família real holandesa. A espécie foi relatada em um jornal publicado pelo Herbário Nacional do país. Encontrado no solo da Tunísia, esta espécie também produz uma matriz extra-celular semelhante a uma folha, que pode funcionar como proteção contra a seca.
  • 9. Tinkerbell Fairyfly

    9 /12(Divulgação/Jennifer Read)

    Nome: Tinkerbella nana O pequeno tamanho e as asas delicadamente franzinas, característica da família de vespa parasitóide Mymaridae, rendem a essa nova espécie o nome de Tinkerbella nana, em referência à fada ajudante de Peter Pan. Ela mede apenas 250 micrômetros e está entre os menores insetos do mundo. É a mais recente adição às 1400 ou mais espécies conhecidas da família. A nova espécie foi coletada na Estação Biológica LaSelva, na Costa Rica. Seu hospedeiro, no entanto, ainda não é conhecido - por ter uma vida útil de poucos dias, ela ataca os ovos de outros insetos.
  • 10. Ameba do Mediterrâneo

    10 /12(Divulgação/ Manuel Maldonado)

    Nome: Spiculosiphon Oceana Este organismo unicelular é parte de um grupo distinto de amebas. Tem de quatro a cinco centímetros de altura e 1,5 a 2 centímetros de comprimento, tornando-se um gigante no mundo de criaturas unicelulares. Ela é muito parecida com uma esponja carnívora, e possui alimentação semelhante, estendendo seus pseudópodes para se alimentar de invertebrados que se prendem nas estruturas espinhosas. Esta espécie foi descoberta em cavernas submarinas no largo da costa sudeste da Espanha. Curiosamente, são as mesmos cavernas onde esponjas carnívoras foram descobertas pela primeira vez.
  • 11. Micróbios da "sala limpa"

    11 /12(Leibniz-Institute DSMZ and Jet Propulsion Laboratory, California Institute of Technology)

    Nome: Phoenicis Tersicoccus Há algumas coisas que não se deve enviar para o espaço, e os micróbios “sala limpa” recém-descobertos são uma delas. Encontrada em salas onde espaçonaves são montadas, essa espécie microbiana poderia contaminar outros planetas. Espécimes do Phoenicis Tersicoccus foram recolhidos em duas salas totalmente higienizadas e separadas cerca de 2.500 quilômetros de distância, uma na Flórida e outra na Guiana Francesa. É uma espécie resistente, capaz de tolerar secura extrema, variação ampla de pH, temperatura e concentração de sal. Ou seja, mesmo depois de limpar um lugar, eles persistem.
  • 12. Civeta enjaulado

    12 /12(Getty Images)

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