"WhatsApp não é fim da história", diz diretor da Telefônica
Segundo executivo, "Skype está aí há dez anos" e não conseguiu destruir a indústria das operadoras
Da Redação
Publicado em 9 de abril de 2015 às 09h30.
A recente inclusão da função de chamadas de voz no WhatsApp para Android provocou rebuliço entre operadoras ao redor do mundo.
Não é para menos: o aplicativo de mensagens instantâneas é um dos mais populares da atualidade e conta com mais de 700 milhões de usuários.
Na prática, o WhatsApp funcionará como uma operadora móvel virtual gratuita e mundial, sem ter investido um centavo sequer em rede e marketing, e sem ter qualquer obrigação regulatória – conforme destacado em recente artigo em MOBILE TIME.
Mas não se trata do fim do mundo para as teles. O diretor de estratégia da Telefônica , Carlos Raimar, procurou acalmar um pouco os ânimos do mercado, durante painel no LTE Latin America, evento realizado nesta quarta-feira, 8, no Rio de Janeiro, quando o tema foi abordado.
"WhatsApp não é o fim da história. Skype está aí há dez anos. Diziam que destruiria a nossa indústria, mas não conseguiu", comentou.
E lembrou que as teles também geram receita com WhatsApp e qualquer outro serviço over-the-top (OTT), com a venda de planos de dados.
Além disso, a própria Telefônica tem um serviço de voz sobre IP, o TU Go, com uma vantagem importante: é integrado com a sua rede, o que permite que funcione até mesmo em cobertura 2G, o que não é possível com serviços de terceiros OTT.
O assunto é polêmico e divide opiniões. O diretor de marketing da Ericsson para América Latina, Jesper Rhode, lembra que o WhatsApp é mais direto e rápido que concorrentes como o Skype, requerendo menos cliques para a realização de uma chamada.
"Se você multiplicar o número de usuários do WhatsApp pela sua conveniência, essa novidade (de chamada de voz) é uma bomba. As teles estão preocupadas, com certa razão", comenta.
VoLTE
Uma das saídas para as teles pode estar no lançamento de serviços de voz sobre LTE (VoLTE). Com ela, é possível oferecer serviços de voz com baixíssima latência e áudio em alta definição, muito superior àquela das chamadas atuais.
O VoLTE já é oferecido comercialmente em alguns poucos países, como a Coreia do Sul. Na América Latina, por enquanto se limita a testes de laboratório de teles e fornecedores.
"VoLTE não é opção, é destino. Vai mudar o cenário dos serviços de voz", disse Raimar, da Telefônica. Porém, não há por enquanto uma previsão de quando o VoLTE chegará ao Brasil como uma oferta comercial.
O executivo ressaltou que ainda não está claro qual seria o modelo de negócios. Uma das dúvidas é se caberia cobrar um preço mais caro pelas chamadas com áudio em alta definição. De alguma forma, as teles precisariam de retorno sobre o investimento nessa tecnologia.
Mas mesmo o VoLTE não é unanimidade entre as operadoras. Para o diretor de inovação da chilena Entel, Eduardo Duran, essa tecnologia vai se limitar ao uso corporativo, sem ganhar força junto ao usuário final.
"A geração mais jovem nem usa o telefone para voz. Preferem serviços de mensagem OTT", comentou. "Nós (as teles) trabalhamos com ciclos de serviços de 18 meses ou mais. As OTTs lançam serviços novos a cada três meses. É difícil competir contra eles e ciclos de negócios tão curtos. É uma verdadeira avalanche. Nós falamos de VoLTE há três anos e ainda não lançamos. Por isso sou um pouco pessimista em relação a VoLTE", avaliou Duran, que também participou do LTE Latin America.
A recente inclusão da função de chamadas de voz no WhatsApp para Android provocou rebuliço entre operadoras ao redor do mundo.
Não é para menos: o aplicativo de mensagens instantâneas é um dos mais populares da atualidade e conta com mais de 700 milhões de usuários.
Na prática, o WhatsApp funcionará como uma operadora móvel virtual gratuita e mundial, sem ter investido um centavo sequer em rede e marketing, e sem ter qualquer obrigação regulatória – conforme destacado em recente artigo em MOBILE TIME.
Mas não se trata do fim do mundo para as teles. O diretor de estratégia da Telefônica , Carlos Raimar, procurou acalmar um pouco os ânimos do mercado, durante painel no LTE Latin America, evento realizado nesta quarta-feira, 8, no Rio de Janeiro, quando o tema foi abordado.
"WhatsApp não é o fim da história. Skype está aí há dez anos. Diziam que destruiria a nossa indústria, mas não conseguiu", comentou.
E lembrou que as teles também geram receita com WhatsApp e qualquer outro serviço over-the-top (OTT), com a venda de planos de dados.
Além disso, a própria Telefônica tem um serviço de voz sobre IP, o TU Go, com uma vantagem importante: é integrado com a sua rede, o que permite que funcione até mesmo em cobertura 2G, o que não é possível com serviços de terceiros OTT.
O assunto é polêmico e divide opiniões. O diretor de marketing da Ericsson para América Latina, Jesper Rhode, lembra que o WhatsApp é mais direto e rápido que concorrentes como o Skype, requerendo menos cliques para a realização de uma chamada.
"Se você multiplicar o número de usuários do WhatsApp pela sua conveniência, essa novidade (de chamada de voz) é uma bomba. As teles estão preocupadas, com certa razão", comenta.
VoLTE
Uma das saídas para as teles pode estar no lançamento de serviços de voz sobre LTE (VoLTE). Com ela, é possível oferecer serviços de voz com baixíssima latência e áudio em alta definição, muito superior àquela das chamadas atuais.
O VoLTE já é oferecido comercialmente em alguns poucos países, como a Coreia do Sul. Na América Latina, por enquanto se limita a testes de laboratório de teles e fornecedores.
"VoLTE não é opção, é destino. Vai mudar o cenário dos serviços de voz", disse Raimar, da Telefônica. Porém, não há por enquanto uma previsão de quando o VoLTE chegará ao Brasil como uma oferta comercial.
O executivo ressaltou que ainda não está claro qual seria o modelo de negócios. Uma das dúvidas é se caberia cobrar um preço mais caro pelas chamadas com áudio em alta definição. De alguma forma, as teles precisariam de retorno sobre o investimento nessa tecnologia.
Mas mesmo o VoLTE não é unanimidade entre as operadoras. Para o diretor de inovação da chilena Entel, Eduardo Duran, essa tecnologia vai se limitar ao uso corporativo, sem ganhar força junto ao usuário final.
"A geração mais jovem nem usa o telefone para voz. Preferem serviços de mensagem OTT", comentou. "Nós (as teles) trabalhamos com ciclos de serviços de 18 meses ou mais. As OTTs lançam serviços novos a cada três meses. É difícil competir contra eles e ciclos de negócios tão curtos. É uma verdadeira avalanche. Nós falamos de VoLTE há três anos e ainda não lançamos. Por isso sou um pouco pessimista em relação a VoLTE", avaliou Duran, que também participou do LTE Latin America.