Tecnologia

Vozes e barulhos da Cidade do México são armazenados em banco sonoro

"Sonoteca do México" foi organizada pela Universidade do Claustro de Sóror Juana

Metrô na Cidade do México: banco de dados com sons urbanos foi iniciado em 2009 (Ivan Martinez/Wikimedia Commons)

Metrô na Cidade do México: banco de dados com sons urbanos foi iniciado em 2009 (Ivan Martinez/Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de janeiro de 2011 às 09h44.

Cidade do México - Cerca de 800 sons urbanos gerados pela caótica Cidade do México, como o barulho de um caminhão, o latido de um cachorro, os sinos dos vendedores de sorvetes ou as notas de um órgão de rua do século passado, foram registrados em um banco sonoro digital, explicaram os responsáveis pela iniciativa inusitada.

O Colégio de Comunicação da Universidade do Claustro de Sóror Juana foi o responsável por captar e entesourar uma enorme quantidade de sons reais de animais, objetos, pessoas, instrumentos, canções e ambientes, e reuni-los no que sua página na internet chama de "Sonoteca do México".

"É um projeto que tem duas facetas: por um lado a difusão da cultura e pelo outro a formação acadêmica através dos sons e ruídos que diversos ambientes geram", explicou à Agência Efe o responsável pelo Colégio, Carlos Adolfo Gutiérrez.

O banco de dados, iniciado em 2009, foi elaborado com a finalidade de captar e registrar alguns sons em extinção e outros gerados por novas atividades na cidade, que juntos formam a riqueza acústica da Cidade do México.

"Os seres humanos perderam a capacidade de escutar e este banco convida as pessoas a ouvir e recuperar o ambiente patrimonial e cultural", disse Gutiérrez.

Vários artesãos e comerciantes de rua apregoam pela capital mexicana seus produtos mediante assobios, campainhas e instrumentos sonoros ou a viva voz.

Entre estes, destacam-se os gritos dos vendedores de aves canoras e de jornais, os vendedores de roupa, os assobios do afiador de tesouras e facas ou de um vendedor de batata-doce, e as badaladas do chocalho de um distribuidor de leite.


Esta base de dados também recria ambientes mais atuais como o dos estádios de futebol, os automóveis que circulam pelas ruas, as manifestações e as praças, como a de Santo Domingo, no Centro Histórico da Cidade do México.

"Este banco tem a finalidade de fornecer registros autênticos e de alta qualidade de qualquer ambiente ou circunstância e se pode adaptar a qualquer uso, seja profissional ou pessoal", acrescentou o especialista.

Segundo Gutiérrez esta fonoteca "livre de direito", é totalmente gratuita e pode ser acessada a partir de sua página na internet.

Cada um dos sons pode ser descarregado em formato mp3 e monoaural a 64 kilobytes por segundo.

O registro de sons do banco de dados aumentará 30% nos próximos quatro meses, e poderá ser aproveitado por acadêmicos, estudantes, e para quem trabalha com produções sonoras e audiovisuais.

Uma parte importante do banco é formada pela "área musical", onde se encontram canções, sons de instrumentos e efeitos especiais.

Por exemplo, aí se acha a voz de um cantor em um vagão de metrô, um saxofonista fora de um museu e os tocadores de órgão que a cada dia se concentram na principais ruas do Centro Histórico.

A partir de agora, as mentes ávidas para compartilhar ideias e sentir emoções - segundo Santiago Fernández Trejo, professor de produção e recriação sonora na mencionada universidade e um dos responsáveis da iniciativa - já têm um banco ao qual acessar.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaEnsino superiorFaculdades e universidadesMéxico

Mais de Tecnologia

Google cortou 10% dos cargos executivos ao longo dos anos, diz site

Xerox compra fabricante de impressoras Lexmark por US$ 1,5 bilhão

Telegram agora é lucrativo, diz CEO Pavel Durov

O futuro dos jogos: Geração Z domina esportes eletrônicos com smartphones e prêmios milionários