Tecnologia

Vamos olhar para o passado e ver que as mulheres não participaram dessa mudança?

A gaúcha Fernanda Weiden nunca terminou nenhuma das quatro faculdades que começou. Ainda assim, tem um currículo profissional invejável.

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Da Redação

Publicado em 29 de março de 2014 às 05h10.

Esta história faz parte de uma série de relatos sobre Mulheres e Tecnologia. Para saber mais sobre como elas estão se mobilizando em uma indústria historicamente masculina, veja a edição da revista INFO de Março.

A gaúcha Fernanda Weiden nunca terminou nenhuma das quatro faculdades que começou. Ainda assim, tem um currículo profissional invejável. Ela foi uma das organizadoras do FISL (Fórum Internacional Software Livre), foi vice-presidente da Free Software Foundation Europe, trabalhou na IBM, em São Paulo, e no Google, na Suíça. Hoje, aos 32 anos, está no time de engenharia de produto do Facebook, na Califórnia, onde é responsável pelas áreas de caching e segurança. 

Fernanda se interessou por computadores na infância, depois de uma temporada ajudando a tia em sua loja de móveis em Porto Alegre. “Comecei a fazer o controle das despesas no Excel e adorei! Parecia que as fórmulas do Universo estavam se abrindo”, diz.  Para ter sua própria máquina em casa a jovem fez um acordo com os pais: trocaria a escola particular por um colégio público e usaria o dinheiro economizado na mensalidade para a compra. Era 1996, época que a internet engatinhava no país, Fernanda descobria o mundo dos chats e fóruns. “Nunca mais parei de fuçar”, diz ela, que decidiu cursar matemática na faculdade.

O curso durou um ano, até ela vir para São Paulo trabalhar com suporte técnico de computadores. Um emprego foi levando ao outro e nenhum dos outros três cursos, incluindo duas tentativas em ciências da computação, deram certo. Fernanda queria pular a parte teórica e focar no trabalho. “A primeira cosia que percebi quando estava na IBM é que não tinha colegas mulheres. Aí comecei a buscar grupos online, e isso me levou para a comunidade software livre”, diz. Em 2005, foi para a Alemanha dar uma palestra sobre o aumento das mulheres na comunidade e acabou sendo recrutada pelo Google suíço, onde passou seis anos. “Percebi que precisava mudar um pouco e decidi mandar meu currículo para o Facebook”, diz.

Hoje, Fernanda é responsável por uma área de 20 engenheiros, sendo apenas duas mulheres. “Acho que é importante estar consciente dessa diferença, mas as empresas estão no final da cadeia alimentar. Simplesmente não há muitas meninas ingressando na faculdade de ciência da computação”, diz. “É uma pena. Hoje, a sua geladeira e o seu carro têm um software. A tecnologia é o olho do furacão, é a força que está mudando a sociedade. Se não encorajarmos mais mulheres, o que vai acontecer? Vamos olhar para o passado e ver que as elas não participaram dessa mudança?”

Veja mais sobre Mulheres & Tecnologia na revista INFO deste mês.

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