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Vale do Silício procura novo guru tecnológico

Apesar se serem os principais representantes de suas gerações, Larry Page e Mark Zuckeberg sofrem com a falta de carisma para suceder Steve Jobs como símbolo da região

Tim Cook e Steve Jobs: o novo presidente da Apple tem que substituir mais que um executivo (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de março de 2013 às 09h58.

Los Angeles - A morte de Steve Jobs representa o desaparecimento da principal referência e criador de tendências de Vale do Silício, um centro nervoso californiano de empresas tecnológicas que tem agora a difícil tarefa de preencher o vazio deixado pelo co-fundador da Apple.

Uma corrida sucessória na qual nem Larry Page, do Google, nem Mark Zuckerberg, do Facebook, nem o novo homem forte da Apple, Tim Cook, ou a veterana Meg Whitman, agora na Hewlett-Packard, parecem estar dispostos a assumir o bastão.

Jobs foi para muitos um guru, um visionário capaz de motivar milhões de pessoas a comprarem seus produtos graças a seu carisma e uma filosofia que ia além do mero acabamento dos dispositivos.

Sua morte é uma perda imediata de influência para o Vale do Silício no competitivo setor de softwares e hardwares em escala global que até agora gravitou em torno dessa pequena região situada nos arredores de San Francisco.

Jobs renunciou ao cargo de executivo-chefe da Apple no dia 24 de agosto por sua incapacidade para exercer os trabalhos na direção da companhia, possivelmente devido a uma severa deterioração de seu estado de saúde, mas continuou como presidente do conselho de administração.

Após sua morte nesta quarta-feira, aos 56 anos, o futuro da empresa do iPhone e do iPad recaiu completamente sobre os ombros de seu substituto como executivo-chefe, Tim Cook, um dos homens de confiança de Jobs, que ele mesmo recomendou para tomar as rédeas da Apple.

Cook se encarregou na terça-feira da apresentação do novo iPhone, o 4S, em um evento na sede da companhia em Cupertino que resultou decepcionante para numerosos analistas, que sentiram falta da habitual capacidade de Jobs, ausente no ato, para surpreender com os novos produtos.

Apesar dos esforços de Cook, é previsível que os próximos acertos da Apple sejam atribuídos à herança deixada por Jobs, enquanto os fracassos recairão na nova direção da empresa, que acabaria sendo criticada por sua incapacidade de estar à altura do antigo líder da companhia.

Fora da Apple parece lógico pensar no co-criador do Google e executivo-chefe desse gigante da internet, Larry Page, como o novo messias do Vale do Silício.


Page, de 38 anos, reúne muitas condições, lidera uma das empresas tecnológicas mais populares, com vontade inovadora e posição dominante que lhe outorga uma alta capacidade para influenciar milhões de pessoas em todo o planeta.

No entanto, Page não gosta dos eventos públicos e já foi qualificado como introvertido, o que torna complicado que seja capaz de gerar a empatia emanada por Steve Jobs.

Page inclusive perde no quesito carisma para Eric Schmidt, que durante a última década conduziu a nave do Google.

Algo parecido poderia ser dito de Mark Zuckerberg, o talentoso jovem de 27 anos que soube transformar uma rede social da internet em um negócio multimilionário.

Apesar de ser mais popular que Page - sua vida já foi levada aos cinemas no filme "A Rede Social" -, e ter uma trajetória polêmica, algo que contribui para despertar interesse, Zuckerberg carece igualmente de habilidade comunicadora.

O criador do Facebook considera Jobs seu "mentor" e tem ainda muito caminho pela frente para melhorar, embora a atividade da rede social seja muito mais limitada que a do Google ou da Apple, o que restringe sua capacidade para conduzir o futuro da tecnologia.

Mais experiência possui Meg Whitman, ex-líder do eBay e agora executiva-chefe da Hewlett-Packard (HP), companhia que atravessa um momento complicado com problemas em sua divisão de computadores e com o fracasso de sua área de negócio de telefonia celular e tablets. Essa situação compromete a disposição atual da HP para ser o exemplo a ser seguido no Vale do Silício.

Meg foi candidata a governadora da Califórnia em 2010 e é carismática, mas seu perfil mais empresarial que informático parece não ser capaz de deslumbrar as massas.

O Yahoo! também não está em seu melhor momento. É incapaz de aumentar sua receita e carece de uma liderança após a destituição de sua principal executiva, Carol Bartz, no último mês de setembro.

Os rumores indicam que o conselho de administração estaria estudando uma venda para Microsoft (cuja sede está em Seattle), o que poria Steve Ballmer, executivo-chefe da empresa do Windows, com os dois pés no Vale do Silício.

Ballmer, da mesma forma que Cook na Apple, tem a desvantagem de suceder outro visionário da tecnologia de cuja sombra é difícil escapar: Bill Gates.

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Uma corrida sucessória na qual nem Larry Page, do Google, nem Mark Zuckerberg, do Facebook, nem o novo homem forte da Apple, Tim Cook, ou a veterana Meg Whitman, agora na Hewlett-Packard, parecem estar dispostos a assumir o bastão.

Jobs foi para muitos um guru, um visionário capaz de motivar milhões de pessoas a comprarem seus produtos graças a seu carisma e uma filosofia que ia além do mero acabamento dos dispositivos.

Sua morte é uma perda imediata de influência para o Vale do Silício no competitivo setor de softwares e hardwares em escala global que até agora gravitou em torno dessa pequena região situada nos arredores de San Francisco.

Jobs renunciou ao cargo de executivo-chefe da Apple no dia 24 de agosto por sua incapacidade para exercer os trabalhos na direção da companhia, possivelmente devido a uma severa deterioração de seu estado de saúde, mas continuou como presidente do conselho de administração.

Após sua morte nesta quarta-feira, aos 56 anos, o futuro da empresa do iPhone e do iPad recaiu completamente sobre os ombros de seu substituto como executivo-chefe, Tim Cook, um dos homens de confiança de Jobs, que ele mesmo recomendou para tomar as rédeas da Apple.

Cook se encarregou na terça-feira da apresentação do novo iPhone, o 4S, em um evento na sede da companhia em Cupertino que resultou decepcionante para numerosos analistas, que sentiram falta da habitual capacidade de Jobs, ausente no ato, para surpreender com os novos produtos.

Apesar dos esforços de Cook, é previsível que os próximos acertos da Apple sejam atribuídos à herança deixada por Jobs, enquanto os fracassos recairão na nova direção da empresa, que acabaria sendo criticada por sua incapacidade de estar à altura do antigo líder da companhia.

Fora da Apple parece lógico pensar no co-criador do Google e executivo-chefe desse gigante da internet, Larry Page, como o novo messias do Vale do Silício.


Page, de 38 anos, reúne muitas condições, lidera uma das empresas tecnológicas mais populares, com vontade inovadora e posição dominante que lhe outorga uma alta capacidade para influenciar milhões de pessoas em todo o planeta.

No entanto, Page não gosta dos eventos públicos e já foi qualificado como introvertido, o que torna complicado que seja capaz de gerar a empatia emanada por Steve Jobs.

Page inclusive perde no quesito carisma para Eric Schmidt, que durante a última década conduziu a nave do Google.

Algo parecido poderia ser dito de Mark Zuckerberg, o talentoso jovem de 27 anos que soube transformar uma rede social da internet em um negócio multimilionário.

Apesar de ser mais popular que Page - sua vida já foi levada aos cinemas no filme "A Rede Social" -, e ter uma trajetória polêmica, algo que contribui para despertar interesse, Zuckerberg carece igualmente de habilidade comunicadora.

O criador do Facebook considera Jobs seu "mentor" e tem ainda muito caminho pela frente para melhorar, embora a atividade da rede social seja muito mais limitada que a do Google ou da Apple, o que restringe sua capacidade para conduzir o futuro da tecnologia.

Mais experiência possui Meg Whitman, ex-líder do eBay e agora executiva-chefe da Hewlett-Packard (HP), companhia que atravessa um momento complicado com problemas em sua divisão de computadores e com o fracasso de sua área de negócio de telefonia celular e tablets. Essa situação compromete a disposição atual da HP para ser o exemplo a ser seguido no Vale do Silício.

Meg foi candidata a governadora da Califórnia em 2010 e é carismática, mas seu perfil mais empresarial que informático parece não ser capaz de deslumbrar as massas.

O Yahoo! também não está em seu melhor momento. É incapaz de aumentar sua receita e carece de uma liderança após a destituição de sua principal executiva, Carol Bartz, no último mês de setembro.

Os rumores indicam que o conselho de administração estaria estudando uma venda para Microsoft (cuja sede está em Seattle), o que poria Steve Ballmer, executivo-chefe da empresa do Windows, com os dois pés no Vale do Silício.

Ballmer, da mesma forma que Cook na Apple, tem a desvantagem de suceder outro visionário da tecnologia de cuja sombra é difícil escapar: Bill Gates.

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