O Brasil tem 43 milhões de pessoas com acesso a internet (Luis Ushirobira/INFO)
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2010 às 10h57.
Foz do Iguaçu (PR) - A 7ª Conferência Latino-Americana de Software Livre - Latinoware 2010, que reuniu nos últimos três dias, em Foz do Iguaçu (PR), cerca de 3 mil participantes de 20 países, termina hoje (12) com o consenso de que o uso de tecnologias livres é um caminho sem volta.
Para os especialistas, esse tipo de tecnologia é uma ferramenta para transformar a sociedade e integrar os povos.
O diretor-geral brasileiro da Itaipu, Jorge Samek, destacou o uso da informática como recurso de desenvolvimento e integração de países da América Latina. “Nesses sete anos, a conferência contribuiu para a universalização dessa ferramenta extraordinária. Acredito que no próximo governo, nos próximos quatro anos, isso ganhe ainda mais velocidade porque a presidenta eleita, Dilma Rousseff, já acenou para essa expansão”, disse Samek à Agência Brasil.
A Latinoware 2010 é promovida pela Itaipu Binacional, Companhia de Informática do Paraná (Celepar) e Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).
“Primeiro, tínhamos que dotar questões relativas a expandir a rede. Tínhamos 3 milhões de brasileiros sem acesso à energia elétrica. Agora a orientação é para o processo de expansão do uso de computadores e internet em todos os recantos do Brasil. Teremos muito trabalho pela frente rumo à universalização”, afirmou o diretor. Atualmente 43 milhões de brasileiros têm acesso à internet.
Nesses três dias, especialistas em programas de código aberto, estudantes e representantes de órgãos públicos e privados de diferentes países tiveram em comum nos discursos a exaltação ao software livre. Robótica livre, acessibilidade e mobilidade, modelos de negócios, entre outras tendências mundiais em open source (código aberto) foram debatidas.
Técnicos de diversos órgãos do governo garantiram a preocupação em oferecer softwares gratuitos como um direito da sociedade. Segundo Corinto Maffe, que participou do evento representando o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e a Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação, o Estado deve criar ferramentas, baseado em leis, decretos e contratos de licenças, para oferecer programas de software público para melhorar a vida das pessoas.
“É preciso mudar a forma de se fazer negócios. Somos um grande apresentador de soluções e grandes interpretadores”, enfatizou, acrescentando que o software é também uma ferramenta poderosa de geração de emprego e renda.
Maffe defende a importância da definição de políticas públicas para o software livre por se tratar de um bem estratégico e importante para o desenvolvimento econômico e para melhorar a sociedade. “A ideia é ofertar essas ferramentas o mais rápido possível. O software é um tipo de bem que se você acelera, gera oportunidades.”