Perspectiva do conceito de táxi voador Uber (Uber/Handout/Reuters)
Lucas Agrela
Publicado em 24 de agosto de 2018 às 18h51.
O Japão está fazendo um esforço para desenvolver carros voadores e recorreu a empresas como a Uber Technologies e a Boeing para fazerem parte de um grupo liderado pelo governo para que o país tenha veículos aéreos na próxima década.
O grupo será formado inicialmente por 21 empresas e organizações, entre elas Airbus, NEC, uma startup financiada pela Toyota Motor chamada Cartivator, ANA Holdings, Japan Airlines e Yamato Holdings, de acordo com comunicado do Ministério do Comércio divulgado nesta sexta-feira em Tóquio. Os delegados se reunirão em 29 de agosto para ajudar a traçar um plano de ação neste ano, afirmou o ministério.
“O governo japonês fornecerá o apoio adequado para ajudar a concretizar o conceito de carros voadores, com a criação de regras aceitáveis”, disse o ministério.
Carros voadores capazes de circular sobre ruas congestionadas estão mais perto de se tornar realidade do que muitos pensam. Startups de todo o mundo estão tentando construir pequenas aeronaves, que até pouco tempo pertenciam apenas ao campo da ficção científica. Como as empresas japonesas já estão atrasadas em relação aos seus colegas globais no que se refere a veículos elétricos e carros autônomos, o governo está mostrando urgência na tecnologia de aeronaves, intervindo para facilitar a legislação e a infraestrutura para ajudar a ganhar a liderança.
A tecnologia, assim como a aviação, precisa obter a aprovação de vários órgãos reguladores, o que pode demorar muitos anos. De qualquer maneira, isso só acontecerá quando as agências estabelecerem os padrões de segurança, sem os quais ninguém poderá usar carros voadores.
“É necessário que o governo assuma a liderança e coordene a definição dos padrões de segurança”, disse Yasuo Hashimoto, pesquisador da Japan Aviation Management Research, com sede em Tóquio. “Eles estão tentando dar o tom da indústria antes de outros países.”
O ministro da Economia do Japão, Hiroshige Seko, disse a jornalistas neste mês que os carros voadores podem aliviar o tráfego urbano, ajudar o transporte em ilhas remotas ou áreas montanhosas em caso de desastres e ser usados na indústria do turismo.
Muitos já têm uma vantagem inicial na corrida. A Uber, que investirá 20 milhões de euros (US$ 23 milhões) nos próximos cinco anos para desenvolver serviços de carros voadores em uma nova fábrica em Paris, estabeleceu a meta de iniciar operações comerciais de sua divisão de táxi aéreo até 2023. A Kitty Hawk, a startup com sede em Mountain View, Califórnia, fundada e financiada por Larry Page, do Google, ofereceu em junho uma visão geral de um protótipo de aeronave: um veículo recreativo de uma única pessoa.
Outras empresas globais que miram esta nova forma de transporte são a Volkswagen, a Daimler e a montadora chinesa Geely Automobile Holdings. As montadoras japonesas ainda não anunciaram planos para desenvolver carros voadores.