Tecnologia

Uber anuncia novidades de segurança e vai pedir RG para pagar em dinheiro

Checagem será feita na base da Serasa, que já verifica CPF para corridas em dinheiro. Empresa também apresentou dados de investimentos durante pandemia

Uber: empresa anuncia novas medidas de segurança na plataforma (Germano Lüders/Exame)

Uber: empresa anuncia novas medidas de segurança na plataforma (Germano Lüders/Exame)

TL

Thiago Lavado

Publicado em 3 de setembro de 2020 às 13h26.

Última atualização em 3 de setembro de 2020 às 13h56.

O problema de segurança no Brasil é primordial para a Uber. A empresa falou sobre isso até mesmo em seu prospecto de abertura de capital em 2019. Justamente por isso, a Uber investe em melhorias e tecnologia para diminuir incidentes e mitigar riscos no país. Nesta quinta-feira, 3, a empresa anunciou a expansão de algumas das medidas de segurança que já existem e também novidades para usuários e motoristas na plataforma.

Durante evento chamado Uber Destino, a empresa anunciou que vai passar a pedir o envio de documento do RG para usuários que quiserem fazer pagamentos em dinheiro na plataforma. A medida é uma maneira de evitar crimes e golpes, que são mais comuns nesse tipo de pagamento.

O usuário vai precisar submeter uma imagem do RG para a Uber, que vai checar a validade do documento em um banco de dados. Caso não haja validação do RG, o usuário fica impossibilitado de fazer a viagem. De acordo com a empresa, o banco de dados em questão é o mesmo já usado para fazer a checagem de CPF, com base nas informações na Serasa.

A Uber também anunciou a expansão, para as mais de 500 cidades que opera no Brasil, da funcionalidade de gravação de áudio durante a corrida — uma função lançada em 2019 para trazer maior segurança a motoristas e usuários, que podem usar as gravações como forma de balizar denúncias feitas por comportamento impróprio.

Outra expansão será no serviço U-Ajuda, que, entre outras funcionalidades, checa tempo de viagem e paradas inesperadas. A partir de agora, a tecnologia também vai se certificar de que está tudo bem quando uma corrida for encerrada antes do destino final.

A empresa também irá permitir que restaurantes consigam comunicar aos usuários quais medidas de prevenção e saúde estão tomando no preparo de alimentos, além de distribuir para entregadoes material educativo com foco em prevenção de acidentes. A Uber já tem um seguro contra acidentes para motociclistas e ciclistas que entregam pela plataforma.

Medidas durante a pandemia

A Uber também apresentou um balanço das medidas que foram adotadas pela empresa durante a pandemia de covid-19 para mitigar riscos e também prestar auxílio a motoristas e entregadores parceiros.

Até o momento foram investidos mais de 50 milhões de reais no país entre auxílios, reembolso para materiais de limpeza, kits de higienização, desinfecção de automóveis e instalação de divisórias. 

Para motoristas e entregadores que tiveram contato com a covid-19 ou que estão no grupo de risco, a Uber afirma ter distribuído 11 milhões de reais. Segundo Cláudia Woods, diretora da Uber no Brasil, as necessidades da comunidade foram mudando durante a pandemia e a empresa adaptou as ações tomadas. “O reembolso foi a primeira ação que tomamos, porque no momento inicial não havia como comprar álcool em gel”, disse. “As coisas foram mudando e trouxemos parceiros para nos abastecer de máscaras e equipamento de limpeza, depois lançamos os centros de higienização”.

Queda das corridas e aumento das entregas

À Exame, Woods falou ainda das mudanças que a Uber passou durante a pandemia de coronavírus: o faturamento da divisão de corridas caiu drasticamente, de acordo com o último balanço trimestral da empresa. De acordo com ela, a característica da empresa de não oferecer apenas serviços de corrida e caronas permitiu acelerar mudanças em outros negócios, como entrega de comidas.

"Esse lado do negócio diminuiu, mas tivemos crescimento de mais de 100% de Uber Eats, que passou a ser uma plataforma que conta com supermercado, através de uma integração importante com a Cornershop [adquirida pela Uber em outubro de 2019], farmácia, redes de conveniência, além do crescimento no número de restaurantes que estão na plataforma", afirmou.

Segundo ela, diversos dos serviços e mudanças lançados durante os últimos seis meses, como Uber Flash, que permite usar o aplicativo para serviços de entrega, e as novidades no segmento de delivery eram inovações que estavam nos planos da Uber, mas que tiveram desenvolvimento acelerado pelo momento e pela demanda dos usuários. "Com essa possibilidade de mudar o foco aceleramos uma série de novidades, que já estavam previstas, para que elas pudessem entrar no ar o mais rápido possível, no momento em que as pessoas mais precisavam, que era no auge da pandemia."

A receita do segundo trimestre da Uber despencou 29%, para 2,2 bilhões de dólares, apesar da alta na demanda por entregas. A receita das entregas dobrou, mas, as corridas, que têm um peso maior na composição do faturamento, caíram 73% no período entre abril e junho. O prejuízo da Uber nesse trimestre foi de 1,8 bilhão de dólares.

O período da pandemia de coronavírus também marcou a Uber por causa de demissões. No final de maio, a companhia anunciou a demissão de 3.000 funcionários, semanas depois de a já ter demitido 3.700 pessoas. Além disso, a empresa afirmou que fecharia 45 escritórios ao redor do mundo. Ambas as demissões equivalem a 25% de toda a força de trabalho que a Uber tinha no fim do ano passado. 

Acompanhe tudo sobre:AppsUber

Mais de Tecnologia

Como o Google Maps ajudou a solucionar um crime

China avança em logística com o AR-500, helicóptero não tripulado

Apple promete investimento de US$ 1 bilhão para colocar fim à crise com Indonésia

Amazon é multada em quase R$ 1 mi por condições inseguras de trabalho nos EUA