Tecnologia

TVs pagas criticam cotas para conteúdo nacional

São Paulo - A criação de cotas para conteúdo nacional em canais de tevê por assinatura, previsto em projeto de lei, é alvo de duras críticas no setor, que considera a proposta "intervencionismo" sobre um negócio privado. A polêmica da medida, proposta em 2007, foi reacendida nos últimos dias por conta de uma decisão da […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de junho de 2010 às 17h26.

São Paulo - A criação de cotas para conteúdo nacional em canais de tevê por assinatura, previsto em projeto de lei, é alvo de duras críticas no setor, que considera a proposta "intervencionismo" sobre um negócio privado. A polêmica da medida, proposta em 2007, foi reacendida nos últimos dias por conta de uma decisão da Mesa Diretora da Câmara, que libera o texto para tramitação no Senado. Segundo o projeto, os canais terão de exibir 3h30 por semana de conteúdo produzido no brasileiros.

Hoje, o assessor especial da Casa Civil da Presidência da República, André Barbosa, defendeu o modelo, e afirmou que este é o caminho que o Brasil deve adotar. O ministro chefe da Secretaria de Comunicação Social, Franklin Martins, também reiterou o apoio do governo à iniciativa.

Contrários à proposta, a Sky e a Associação Brasileira de Programadores de Televisão por Assinatura (ABPTA), mantêm um site na internet em que condenam o projeto de lei. Segundo elas, os impactos negativos que a mudança, se aprovada, trará ao setor cairão sobre o colo dos clientes, ou seja, os assinantes das tevês por assinatura.

"O capítulo V do PL29 resultará no encarecimento das mensalidades da TV por assinatura", afirma a Sky em um comunicado enviado a EXAME. "Ainda que se argumente que serão criados fundos de incentivo para a produção de conteúdo nacional, pergunta-se: quem pagará por isso? A sociedade? As empresas e consequemente os consumidores?".

Para a empresa, a iniciativa ainda criará um mecanismo de controle da produção audiovisual por parte do governo. "A Ancine, que hoje é uma agência de fomento ao conteúdo nacional, passará a ter poderes de um agência reguladora de conteúdo, para certificar as produtoras, programadoras nacionais, aprovar se os conteúdos são ou não 'qualificados', além de estabelecer o horário nobre em que cotas de conteúdo nacional deverão ser exibidas", explica a Sky. "Acreditamos que isso seja um controle indevido da produção audiovisual e também do meio de comunicação que é a TV por assinatura".

A empresa finaliza dizendo que a criação de cotas de conteúdo nacional limitaria a liberdade de escolha dos assinantes. "Ao se impor cotas de conteúdo nacional, não serão mais as regras de competição de mercado e de audiência dos assinantes que determinarão a escolha de um conteúdo, mas sim uma lei que favorece um determinado segmento".

O governo, que apoia o projeto de lei, se defende das críticas, argumentando que outros países, como Estados Unidos, adotam medida semelhante. "Isso não é interferência. É a construção de um audiovisual brasileiro que permitirá ao país dar vazão à sua cultura", disse Barbosa, da Casa Civil à Agência Brasil.
 

Acompanhe tudo sobre:GovernoLegislaçãoTelevisãoTV

Mais de Tecnologia

Bluesky testa recurso de trending topics e promete implementação gradual

Computadores quânticos estão mais perto de nossa realidade do que você imagina

Proibição do TikTok nos EUA pode deixar 'buraco' no setor de compras via redes sociais

Irã suspende bloqueio ao WhatsApp após 2 anos de restrições