Tráfego na final da Copa não será tão alto, dizem teles
Na semana passada, um estudo publicado pela NetApp sugeriu que o tráfego gerado na final da Copa, no Maracanã, seria de nada menos do que 12,6 TeraBytes (TB)
Da Redação
Publicado em 2 de junho de 2014 às 18h16.
São Paulo - Afinal, qual será o tráfego de dados gerado dentro dos estádios durante a Copa do Mundo ? A infraestrutura das operadoras móveis e das redes Wi-Fi de cada uma das arenas estará preparada para absorver o volume de bits trafegados?
Na semana passada, um estudo publicado pela NetApp sugeriu que o tráfego gerado na final da Copa, no Maracanã, seria de nada menos do que 12,6 TeraBytes (TB).
O número, espantoso, é questionado pelas operadoras de telecomunicações.
Segundo estudos preliminares feitos pelas teles a que este noticiário teve acesso, é muito improvável que o volume seja tão grande.
E o melhor comparativo é o tráfego efetivamente gerado no Superbowl 2014, realizado no começo do ano em Nova York.
Trata-se da final do futebol americano, terceiro maior evento esportivo do mundo, e único evento comparável a uma final de Copa do Mundo, realizado em um mercado em que a tecnologia de 4G já está bem mais madura do que no Brasil.
Pelas contas das teles, o tráfego sugerido pela NetApp seria oito vezes maior do que o do Superbowl.
Os dados divulgados pela Verizon e pela AT&T Wireless logo após a final do futebol americano, em fevereiro, mostram números bem menos robustos do que os esperados para a Copa no Brasil pela NetApp.
A Verizon disse que seus clientes geraram um tráfego de 1,9 TB, e a AT&T teve 55 mil ligações e 624 GB de tráfego de dados no estádio em que foi disputado o Superbowl (MetLife Stadium).
Foram, portanto, 2,5 TB, o que daria cinco vezes menos do que o tráfego projetado pela NetApp, e ainda assim para um estádio com 82 mil pessoas, contra 74 mil do Maracanã, segundo levantamento feito por este noticiário.
No comparativo das teles, o tráfego de 12,6 TB também seria 32 vezes o tráfego da final da Copa das Confederações, realizada há um ano.
O problema, segundo as teles, está em supor que cada pessoa no estádio vá transmitir um vídeo em alta definição de pelo menos um minuto de duração, que é a metodologia da NetApp.
Um vídeo do Instagram, por exemplo, costuma ter perto de 9 MB. Se esse for o padrão, para se chegar ao volume projetado pela NetApp, cada pessoa no estádio precisaria transmitir pelo menos 20 vídeos de Instagram, ou 320 fotos por pessoa.
Existe, é claro, o volume de dados transmitido pelos jornalistas e equipe da própria Fifa, mas para esses haverá nos estádios uma rede específica, e não haverá, em tese, impacto sobre a rede móvel.
Teste satisfatório
Acerca do tráfego de dados nos estádios brasileiros, o SindiTelebrasil publicou uma nota nesta segunda, 1, dizendo que foi "satisfatório" o desempenho das redes móveis instaladas para atender ao tráfego da Arena Corinthians, onde foi realizado um jogo teste com 40 mil torcedores neste final de semana.
O sindicato aponta alguns picos de tráfego, e não traz dados numéricos mais precisos sobre o volume de bits escoados pelas redes 3G e 4G.
Sabe-se que em várias arenas, incluindo a da abertura da Copa, as teles terão uma cobertura limitada por não terem conseguido acesso com antecedência para a instalação dos equipamentos.
Em alguns casos, a cobertura do serviço Wi-Fi não será feito pelas teles, e sim pelos próprios estádios. As operadoras estão reforçando a cobertura nas áreas externas aos estádios.
São Paulo - A tecnologia sempre teve um papel muito importante na história das Copas do Mundo . Da construção dos estádios a transmissão dos jogos de futebol , inovações técnicas sempre marcaram presença e fizeram bonito. A seguir, veja alguns exemplos disso:
A Copa de 1938 foi a primeira com transmissão ao vivo dos jogos por rádio para o Brasil e vários países. Segundo relatos de quem ouviu, o sistema falhava e não era raro que o torcedor ficasse um tempo sem saber quem havia marcado um gol.
Realizada na Suíça, a Copa de 1954 foi a primeira a ter jogos transmitidos pela televisão. Mas nem todos os países puderam acompanhar a novidade. Embora já contasse com emissoras como a TV Tupi, o Brasil não teve acesso à transmissão dos jogos.
A transmissão a cores pela TV foi uma das grandes inovações tecnológicas em 1970. Para que os europeus aproveitassem a novidade, alguns jogos foram marcados para 12h - o que gerou reclamações. Aqui no Brasil, os jogos ainda passavam em preto e branco.
Embora ainda tivessem de assisti-la em preto e branco, os brasileiros puderam passar a ver a copa ao vivo a partir de 1970. O sinal era enviado do México via satélite e transmitido em rede por várias emissoras de televisão.
A Copa de 1986 foi a primeira a virar tema de um game. Lançado em 1987, Mexico 86 era uma adaptação de Kick and Run, game de futebol da época. Com seu gráfico colorido e trilha simples, o joguinho fez muito sucesso nos fliperamas da época.
No Mundial da França, a emissora de TV japonesa NHK realizou as primeiras transmissões de jogos em alta definição. No Brasil, a Globo chegou a exibir a tecnologia para convidados - mas não houve transmissão HD. Jogos em HD para os brasileiros, só em 2010.
A Copa de 2014 será a primeira a contar com recursos tecnológicos para dizer se a bola entrou no gol. Nos 12 estádios do torneio, sete câmeras filmam cada gol e produzem 500 imagens por segundo. Em caso de gol, o juiz será avisado via relógio de pulso em um segundo.
Outra tecnologia que deve ser testada na Copa do Brasil é a exibição de jogos em definição ultra-alta ou 4K. Três jogos do torneio (entre eles, a final) devem ser exibidos assim em telas especiais na zona sul do Rio. Mas não haverá transmissão em 4K.